11º Capítulo - Hoje eu estou por cima!

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— Na-Naruto... — Sasuke tentava dizer, engasgando-se com as mãos firmes ao redor de seu pescoço.

Os seus pulmões queimavam e a sua cabeça começava a girar com a baixa entrada de oxigênio.

P-Pare, Naruto...! — Disse, sufocado.

O loiro riu, malvado e o soltou de uma vez.

Ele foi ao chão, puxando o ar à beira de perder a consciência. Respirar nunca havia sido tão reconfortante.

— Me desculpe.

— Você... Quase me matou, filho da puta!


Desde o dia em que transaram à luz do luar, mantiveram a rotina de se amarem todas as noites, nos beliches unidos por eles como uma cama de casal improvisada. Para os outros presos, ainda tentavam — em vão — fingir serem inimigos mortais, mas não havia mais nem um idiota o bastante para acreditar naquela mentira vergonhosa.

Apesar disso, a dualidade no poder se mantinha, os seus grupos ainda não podiam se misturar e interagir entre si, e os negócios que envolviam prostituição do Uzumaki eram intocados pelo Uchiha, assim como os seus envolvendo tráfico de drogas eram ignorados pelo ex-policial.

Sasuke se aliou aos dois principais traficantes do presídio, os tornando seus subordinados — ao tê-los convencido com jeitinho. Assim, adquiriu um negócio rentável e que lhe conferia poder e influência na prisão.

Os dois reis mandavam e desmandavam em tudo o que se sucedia dentro daquelas grades, nenhum ato de violência ou movimentação de dinheiro acontecia sem a sua ciência e permissão para tal. Os policiais e gestores não compactuavam ou toleravam — abertamente — aquela situação, mas a verdade era que Naruto e Sasuke mantinham a ordem e evitavam maiores problemas.

Ainda que os piores fossem justamente causados por eles.

O código de ética e conduta exigido por eles era justo com aqueles que não tinham más intenções e protegia os mais fracos.

Yahiko, Nagato e Konan estavam cada vez mais próximos de realizarem suas metas para a nova antiga Akatsuki, visto que as reformas propostas foram concluídas e novos projetos de obras estavam sendo desenvolvidos.

As melhorias que a mídia divulgou no tratamento dos internos já haviam sido implantadas e os presos sentiam-se quase cidadãos de verdade. Isso, graças à brilhante advogada — ex-promotora — que brigou contra o Estado para garantir os seus direitos: Rin Nohara.

O processo do governador só precisava ser aprovado pelo plenário para que ele fosse afastado temporariamente e julgado pelo Presidente do Tribunal da Justiça, para ser definitivamente deposto.

Hinata e Sakura estavam bem, assim como Obito, apaixonado pela namorada que ele secretamente até pensava em pedir em casamento; e Madara, que estava focado nos processos das acusações dos outros crimes de Danzō, não tendo sido todos bem-sucedidos.

Era pedir demais que ele fosse condenado a pagar todos os seus pecados, afinal de contas.

Sai conseguiu manter contato com o irmão através de Sakura, que fazia a ponte de ligação e o tranquilizava sobre o seu bem-estar.

Tudo parecia perfeito.

Perfeito até demais.

Naruto também seguiu com a psicoterapia e Konan o dizia que acreditava firmemente que ele estava tendo progresso.

Mas em momentos como aquele, em que ele tinha o pescoço de Sasuke entre as mãos e sentia a pulsação de suas artérias carótidas diminuir, com o seu rosto desfalecendo, e sentia prazer, ele duvidava da palavra da psicóloga.

One Way or Another | Keep Out Series Book 3Onde histórias criam vida. Descubra agora