Capítulo 6

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Henri nos levou para dentro do salão, e assim que entramos, o som alto tomou conta de tudo. O que eu conseguia ouvir eram ruídos na voz de Cassie, que tentava falar algo. Ela saiu junto com Henri, e nesse momento deduzi que ela queria dizer que estava de saída. Emma segurou minha mão e me levou para um canto da festa. 

Depois de dizer no meu ouvido que estava indo buscar algumas bebidas para nós, ela saiu. Suspirei fundo, percebendo a real situação: sozinha com um monte de estranhos. Espero ansiosamente que ela tenha mesmo ido fazer isso e que não tenha imitado Cassie, que foi dar uns pegas por aí com Henri...

Enquanto estava sozinha, encostada em uma parede, comecei a observar tudo. Meus olhos pausaram em um cara que se dirigiu ao bar, segurando a mão de uma garota... Thomas. Fiquei observando os dois, que bebiam e depois se pegavam. Assim que terminaram, ele virou o rosto em minha direção, e eu virei de costas, com o objetivo de não ser vista. Não deveria estar fugindo ou me escondendo, mas, de alguma forma, aquilo era estranho. Não quero que ele ache que estou lá por ele... Se isso acontecer, será estranho por causa da noite anterior. Senti uma mão tocar meu ombro e tomei um susto. Me virei e suspirei, percebendo que era Emma.

— Que susto, vadia.

— Acabei de ver o Thom — ela disse, me entregando uma taça com um líquido azul.

— É, eu também. Ele estava se pegando com uma garota.

— Ele perguntou de você...

— Você não disse que eu estava aqui, disse?

— Eu disse que não sabia — ela bebeu um pouco de sua bebida. 

— Vamos aproveitar hoje, amanhã é mais um dia no inferno, e pior... com Scott de novo.

— É, pensando bem, é melhor aproveitar meu "último" momento feliz — dei um grande gole na minha bebida.

Admito que fiquei com receio de aproveitar. Não tenho tanto costume com festas como as meninas têm, mas eu precisava sair da toca, mesmo que seja sendo arrastada agora pela Emma para dançar.

Dançamos por um tempo, mas Emma começou a se pegar com um cara que estava atrás de nós, e eu não queria ficar sozinha. Voltei ao meu canto e descansei um pouco. Peguei o celular e, ao ver o horário, decidi encerrar a noite. Se eu ficar muito cansada hoje, as chances de não conseguir levantar amanhã de manhã são enormes. Fui até o bar e pedi água. Depois de terminar de beber, fui procurar Emma. 

Avisei que já estava indo e ela tentou me convencer a ficar mais, mas inventei uma desculpa de que estava com dor de cabeça. Ela se ofereceu para me levar, mas disse que já tinha chamado um Uber, para não atrapalhá-la. Me despedi dela com um beijo na testa e saí, indo em direção à saída. Antes que pudesse sair, senti alguém tocar meu braço e depois segurar delicadamente minha mão. Ao me virar, ele disse:

— Senhorita Clark... ora, ora.

— O que você quer?

— Já está indo? Por que tão cedo?

— Por que isso importa?

— Não importa — ele afirmou.

— Tá, não é da sua conta então — Ele me encarou, e eu o encarei de volta. 

Comecei a perceber que ele ainda estava segurando minha mão. Aquilo estava estranho novamente, então me soltei, desviando meu olhar. Ele passou a mão pelo pescoço, desviando também seu olhar. Mas, que droga! Seria hipócrita chamá-lo de estranho. Eu também espontaneamente acabo fazendo o mesmo. Tenho que parar com isso. Está ficando estranho de uma forma que não consigo entender. E ele, pelo que parece, está percebendo o mesmo.

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