Capítulo 2

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Depois de algum tempo trabalhando, a hora do meu almoço chegou e, apressada, fui ao vestiário. Tirei a camisa do uniforme da empresa e vesti a minha própria. Peguei minha bolsa e passei pela porta, saindo do salão dos funcionários. Antes que pudesse chegar à porta de saída do bar, Cassie me chamou e eu me virei.

— Vai almoçar mesmo naquele restaurante?

— Olha, não é só porque as batatas são murchas que a comida é ruim... 

— Todo dia você come lá. Me dá uma chance hoje, vai...

— Vou aceitar, mas só porque você sempre me chama. Espero não me arrepender.

— Não vai! A comida lá é um pouco mais cara, mas garanto que vale a pena.

— E é cada gatinho que frequenta ali... — Emma apareceu vindo até nós enquanto dizia.

— Ah, não, por favor... nem começa — disse, frustrada.

— Senhorita Clark... quando foi a última vez que você transou, hein? Que mal humor, deveria pensar um pouco mais em sua vida amorosa — Emma falou, soltando um sorriso malicioso.

Por um lado, ela está certa. Já faz um bom tempo que não faço sexo, mas gosto de pensar que só eu me basto. Me apaixonar agora seria um fiasco. Há muito mais com o que me preocupar. Não quero correr o risco de perder minha paz emocional por causa de alguém. Assim que chegamos ao lugar, logo percebi que era enorme. Olhando de fora, imaginei que por dentro com certeza seria bem luxuoso. Antes que pudesse chegar mais perto, digo:

— Sinceramente, não precisava de tudo isso.

— É, acho que concordo nessa parte — disse Emma.

— Uma vez na vida, relaxa — Cassie disse, puxando minha mão e a de Emma para entrar.

Assim que chegamos lá, fiquei surpresa com o lugar. Era enorme, com um interior composto por cores neutras e mesas e cadeiras sofisticadas. Sentamos em uma mesa e logo um garçom apareceu, oferecendo água e dando as boas-vindas com toda a sua gentileza. Em seguida, trouxe o cardápio e apresentou alguns pratos e sobremesas. Cassie e Emma escolheram o prato e a sobremesa mais cara, enquanto eu escolhi a opção mais simples. Eu não fazia tanta questão de me encaixar nesse tipo de vida. Sempre tive uma vida mais simples e até um pouco mais complicada financeiramente. Então, por que me fingir de princesa quando na verdade sou plebeia? É uma frase clichê, eu sei... Mas ainda assim é verdade.

Depois de fazermos nossos pedidos, o garçom se retirou e ficamos sozinhas por um tempo. Emma pegou seu celular e tirou algumas fotos do local, e depois tiramos algumas fotos juntas. Após um tempo, um grupo de cerca de cinco homens chegou e se sentou em uma mesa em nossa frente. Envergonhada por alguns deles me olharem, eu disfarcei pegando o celular e abrindo o Instagram. Enquanto rolava o feed, ouvia algumas risadas dos homens. Achando que as duas também estavam desconfortáveis, perguntei:

— Estão vendo isso?

— Estou. Olha aquele de cabelo preto... acho que me apaixonei — Emma falou.

— Não é isso, mas essas risadas e conversas parecem estar sendo sobre nós.

— É, mas o jeito que estão olhando pra cá me diz outra coisa.

— Que droga, o que vocês têm na cabeça? Isso é desconfortável. Eu só queria almoçar — disse, já chateada com a situação.

— Por que está agindo assim? Passamos por isso todos os dias, Clark — Cassie disse.

— É exatamente isso, já não cansa o suficiente?

— É diferente. A verdade tem que ser dita... são uns "puta gostosos".

Entendo que elas estão afim desse tipo de coisa, mas o único motivo pelo qual vim aqui foi para almoçar, não para "conquistar um homem" em um restaurante... Sem dizer mais nada, continuei calada, apenas rolando o feed do Instagram como uma distração.Como se não bastasse, um dos homens se aproximou da nossa mesa, puxou uma cadeira e começou a conversar com Cassie, que flertou de volta com ele. Logo depois, outro homem se aproximou e começou a conversar com Emma, e é claro que ela adorou. As duas entregaram seus números. Bebi o restante da água no copo enquanto torcia mentalmente para que nenhum dos outros três viesse até mim. Fechei os olhos, respirando profundamente, e ao abrir me deparo com um dos homens levantando e pegando sua cadeira. Ele sentou praticamente ao meu lado e começou a falar.

— Thomas, prazer! Mas, para você, apenas Thom. — Estendeu a mão e eu apertei.

— Antes que você perca seu tempo tentando flertar comigo, já aviso que não estou afim.

— Espera, espera, por que você supôs isso?
— Sei lá, não foi isso que seus amigos acabaram de fazer?

— É, você tá certa, mas recomendo: você pelo menos poderia aceitar um convite para minha cama. Não vai se arrepender. — disse, dando um sorriso malicioso.

— Que merda! É sério?! É melhor você não perder seu tempo aqui.

— Se acha boa demais pra mim, não é? — Disse em tom de ironia.

— É! — Retruquei no mesmo tom.— Sem problemas — Disse, levantando.

Quando pensei que tudo havia acabado, ele então disse de uma forma que eu pudesse escutar: "Vai morrer solteira... Maluca!" No mesmo momento, uma raiva enorme subiu dentro de mim e eu me levantei.

— O quê?! Repete essa merda que você falou.

— É? E o que vai fazer? Se for transar comigo, eu prometo que vou repetir quantas vezes você quiser, amorzinho — Disse, sorrindo ironicamente.

— Desse jeito vou começar a achar que o único sentimento que alguma mulher já sentiu por você na vida foi o de ódio e nojo — Falei firme.

Ele me olhou procurando palavras para dizer, mas logo desistiu e chamou os homens para sair do restaurante. Alguns de seus amigos riram enquanto um ódio imenso circulava dentro de mim. As meninas tentaram falar para que eu não levasse a sério, mas era tarde demais. Ele foi completamente ridículo! Isso só me faz pensar que o único sentimento que eu conseguiria sentir por alguém como ele seria raiva e nojo.

Espero que tenham gostado!❤️

Ps: Se lembrem dessa frase... "O único sentimento que eu poderia sentir" Será? Uhum... me conta outra, Senhorita Clark. 😂

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