Capítulo 15

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Cassie e eu estamos andando há algum tempo. Estamos no shopping. Ela queria comprar um vestido, disse que foi convidada para um encontro. O que fiquei surpresa, já que não imaginava que Henri era um homem de encontros. Embora estivesse errada por julgar tanto, ainda assim também estava certa. Porque eles nos olharam como se fôssemos pedaços de carne. 


Fiquei pensando sobre o que diria a ela e como reagiria, já que uma parte de mim ainda sentia medo por ela. Eu não queria que ela se decepcionasse, mas também queria que ela fosse feliz.

Então parei de pensar somente pelo lado negativo e decidi dar uma chance a isso. Afinal, é sempre bom tentar. E se não der certo, como uma boa amiga, estarei aqui. Sempre levo comigo que tudo o que não vem para somar, vem para ensinar. Embora os aprendizados de relacionamentos amorosos tragam consigo sofrimentos dolorosos, mas essa é a vida, não?


Meu medo de ver Cassie sofrer nunca foi baseado somente pelo caráter duvidoso que julguei de Henri, e sim por causa de todas as vezes em que tive que vê-la sofrer por causa de todos os relacionamentos que não deram certo. Cassie, quando sofre, costuma se isolar de todo mundo, e é quase que difícil que ela nos deixe ajudar. Ela não gosta de sentir que está dando trabalho, mas eu nunca deixei que isso me impedisse de ajudá-la.

Norton, diferente de nós, tem a personalidade mais livre. Ela gosta de viver a vida de maneira leve, sem apegos e sem problemas. Então, tudo o que pode fazer com que ela perca sua paz, ela foge. Eu admiro esse estilo de vida, porque diferente de Cassie, ela raramente está sofrendo por alguém, e quando está, consegue manter a cabeça no lugar. Ela é a mais adulta entre nós duas. Aquela ali já viveu, com certeza, bem mais do que parece. Eu poderia dizer facilmente que Cassie é o coração, Emma a mente, e eu... eu sou um pouco dos dois, que quase sempre entra em desarmonia.

Até que enfim, depois de um bom tempo, Cassie escolheu seu vestido. Então, viemos para a praça de alimentação. Estamos devorando um sorvete quando, abruptamente, meu celular toca. Olho o número e já nem me surpreendo, então atendo...

— O que é agora? — digo em frustração.

— Que mal humor, Clark — ele diz em ironia.

— Fala logo, estou bem ocupada no momento.

— Só tô avisando que às seis da noite estou aí.

— Pra quê? E por favor, não venha com trocadilhos sem graça!

— Já esqueceu de mim? Assim tão fácil? Me magoou, amor. O café...

— O café — repito lentamente, tentando lembrar. Quando lembro, pulo no susto — Merda, o café!

— Hum? Maluca... Te vejo daqui a pouco.

— Olha a boca, idiota — desligo a chamada.

Cassie me olha, esperando que eu lhe diga quem era. Então, penso seriamente se devo dizer. Adiantaria esconder? Acho que já é tarde demais pra isso.

— Era o Thom.

— Hum, e o que foi dessa vez? Ele esqueceu o troco novamente? Lamento informar que dessa vez não vou conseguir ouvir seus gemidos — solta um riso.

— Olha, que tipo de amiga você é? — digo em ironia. — Ele me convidou para um café.

— Não sabia que ele poderia ser um homem que convida alguém para um café. Ele parecia... — eu a interrompo e digo — Parecia o quê?

— Aí, sinceramente? Ele parecia ser um homem de bar, ou no caso mais extremo, de motel mesmo.

— Engraçado, eu julguei Henri da mesma maneira. Mas, você tá certa, eu também achei estranho.

DESEJO POR VOCÊ- atração ou amor?Onde histórias criam vida. Descubra agora