Capítulo 26

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Manhã — 8:45


Resmungo, chateada, quando sinto Tommy me balançando na tentativa de me fazer acordar. Suspiro com raiva quando abro os olhos, pronta para reclamar com o mesmo.

— Ele não sabe que a hora do sono é sagrada? Argh! — murmuro.

— Você tem três segundos para se explicar. Eu quero voltar a dormir, Tommy. Devem ser, o quê, seis horas? — pergunto.

— Desculpe, amor. — Ele aproxima seu rosto para me beijar.

— Volta pra cama. — Peço após seu selinho. 

— Você pode dormir, mas eu tenho que sair.

— Onde você vai? — fecho os olhos sentindo o sono me dominar novamente.

— Resolver umas coisas. Eu volto assim que terminar.

— Então, por que me acordou? — continuo de olhos fechados.

— Calma, princesa... eu só queria ouvir sua voz... — abro os olhos para notar sua cara de pau, e o vejo sorrir estranhamente dócil. Isso me cheira esquisito, o que ele está aprontando?!

— Hum, que horas são? Eu não posso me atrasar pro trabalho, Tommy.

— Vai dar sete agora. — Ele olha em seu relógio de pulso.

Eu me viro de lado e fecho os olhos firmemente enquanto resmungo novamente. Eu podia julgar alguém facilmente por ser mal-caráter só por fazer isso com alguém.

— Olha só, eu já te falei que você é muito grossa?! Eu hein, que pedaço de cavalo — ele ri ironicamente, e a cama fica leve novamente expressando que ele se levantou.

— Você me cansou a noite inteira. — Digo alto antes que ele pudesse sair do quarto.

— E você implorou por mais. — Ele disse rindo maliciosamente, e quando penso em retrucar, ouço a porta do quarto se fechando atrás de mim.

Eu nunca tinha dormido tão bem quanto consegui dormir aqui em sua casa. A cama dele era mil vezes melhor que a minha, e a água do chuveiro era quente, sem contar que ainda tinha uma banheira. Eu estava no céu, uma vez em toda a minha vida, e fiz questão de aproveitar o luxo e a sensação de conforto em cada banho pós sexo com Tommy. Satisfeita, sabendo que ainda faltavam muito para o meu celular despertar, voltei a dormir.

Então, de repente, sou acordada com Tommy beijando meu pescoço, logo após o que parecia ter sido um longo sono. Me deixo levar, afinal... não estava mais chateada por ter sido acordada. Me sentia descansada e leve. Então, lembro do meu trabalho, mas o que viria a seguir me faria surtar.

— Eu trouxe suas coisas, peguei alguns biquínis e roupas suas, só que também queria te presentear, então comprei uns negócios pra você, mas você não precisa ver agora, não temos tempo, você faz isso quando a gente chegar lá. Vem, levanta, você tem que tomar seu café antes de ir — disse rapidamente.

Eu não fazia a menor ideia do que ele estava falando. O quê, ele estava falando em outra língua? Russo? Talvez ucraniano?!

— Tommy, Tommy, o quê? O que diabos você está falando? Você bebeu, algo assim?

— Eu não tenho tempo pra explicar agora, amor. Vem, anda logo...

— Tom, eu tenho que ir trabalhar, é isso que eu vou fazer agora — o olho franzindo o cenho.

Ele alisa os cabelos, dando a entender nervoso, o que me faz estranhar. Sinto um incômodo esquisito dentro de mim, e algo me diz que há algo errado... então, ligeiramente pego meu celular e quando vejo as horas, me desespero, já se passavam das onze.

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