Decido preparar algo mais simples. Pego uma laranja, espremo o suco e adiciono um pouco de Vodka. Em seguida, sacudo a mistura e despejo na taça. Corto uma rodela de laranja e a coloco na borda. Entrego a taça a ele e volto para o caixa. Atendo algumas pessoas que formaram uma pequena fila e depois entrego as comandas para Emma através da janelinha. Relaxo ao perceber que não há mais ninguém para atender. Thomas me olha de um jeito estranho, e eu quero cortar novamente a esquisitice.
— Onde estão seus amigos? Sempre está com eles, pelo que parece...
— Sei lá, devem estar por aí. Não fico grudado com eles sempre...
Apenas assinto com a cabeça, e ele se aproxima mais do caixa.
— Você deveria trabalhar em um lugar melhor...
— Por que acha isso?
— Sei lá, você é muito nova... não acho bacana que você viva disso.
— Também não acho bacana, mas, por enquanto, não é uma escolha...
Nesse momento, Scott aparece vindo até mim, fazendo uma expressão de irritação. Assim que chega na minha frente, ele diz...
— Clark, sem conversas com o cliente. Se continuar, vou te mandar para a cozinha e tomar seu lugar.
Apenas assinto sem dizer nada, e ele volta para a cozinha novamente. Esse velhaco estava me observando, com certeza, de dentro da janelinha onde entregamos as comandas. Suspiro de frustração e viro meu olhar para a frente.
— É pior do que eu pensava, ele sempre é assim?
— Ele faz pior, pode acreditar.
— Deveria repensar o que eu disse.
— Eu deveria repensar o que a Emma disse, isso sim — falo ironicamente.
— Hum, e o que ela disse?
— É uma brincadeira nossa sobre virar strippers — eu rio.
— Tem uma boate no centro que está contratando.
— Ai, meu deus, é uma brincadeira, Thom!
— É uma pena, eu iria aparecer em todos os shows — ele bebe toda a sua bebida de uma só vez.
— Você é ridículo, sabia?
— Obrigado pelo elogio, amorzinho...
Mais pessoas entram no bar, e eu vou atendendo todo mundo. O movimento começa a ficar pesado, e as horas parecem passar devagar. Thomas deixa dinheiro em cima do caixa, e eu, sem entender, digo...
— Por que o dinheiro?
— Da bebida.
— Mas eu disse... — ele me interrompe — Eu sei, mas seria sacanagem.
— Não seria. Foi um favor por outro...
— Relaxa, Clark — ele diz colocando mais dinheiro — Sai uma batatinha frita?
— Uhum — pego a nota e vou até a janelinha. Logo peço a batata e volto a me sentar.
Depois que a batata fica pronta, ele pede para embalá-la, e assim é feito. Olho para o meu relógio de pulso e percebo que está na hora. Chamo alguém para ficar no caixa, e antes de sair, falo com ele me despedindo...
— Essa é a minha deixa. Aproveita o bar.
— Uhum — murmura, e eu saio.
Depois de trocar minha blusa, pego minha bolsa e me despeço novamente das meninas. Ao sair do bar, vou andando em direção ao ponto de ônibus e tomo um susto quando alguém toca em minha cintura. Ao olhar, vejo...
— Você com certeza tem algum problema... Quase bati essa bolsa em você!
— Essa era a ideia, te assustar — ele diz rindo.
— O que está fazendo aqui? Eu vou pegar o ônibus.
— Eu sei, mas ainda quero o meu favor...
— Você que quis pagar a bebida, não tem favor nenhum.
— Tem sim. Você vai deixar eu te levar para casa...
— Thomas, não começa...
— Se o ônibus que você queria pegar era aquele, então você acabou de perder...
Antes que eu pudesse atravessar a rua, vejo o ônibus indo embora rapidamente, e sim, era o meu ônibus. O próximo vai demorar.
— A culpa é sua! Se você não estivesse me enchendo o saco, eu teria prestado atenção!
— A culpa pode não ser de ninguém se você for comigo. Fala a verdade... Eu sei que você não vê a hora de chegar em casa. Olha a sua cara...
— O que tem a minha cara?
— Sua cara de sofrida — ele abre a sacola de batatas e coloca um monte em sua boca.
— Então vai ficar pior. Ainda tem um jantar em família — falo frustrada.
— Então... Já é meio caminho andado. Você vai chegar cedo lá!
— Hum...
— Então?
— Tá, tá... Você ganhou. Eu deixo você me levar, mas só dessa vez.
— Só dessa vez — ele sorri.
O acompanhei até o seu carro. É um carro preto... esse carro é caro. Meu salário em um ano não pagaria o valor dele! Ele abriu a porta para mim, e eu entrei. Depois de um tempo em silêncio, ele decide falar assim que para no semáforo...
— Desculpa!
— Pelo quê?
— Aquele dia...
— Thomas, do que está falando?
— Lá no restaurante...
— Ah, bom... Já passou. Eu sei que você é um idiota melhor agora — digo pegando a sua sacola de batatas e colocando algumas na boca.
— Olha só, você sabe que é proibido degustar da comida do cliente, não sabe?
— Cala a boca — digo rindo, e ele ri também.
Fiquei surpresa por não ter precisado explicar o caminho. Thomas dirigiu como se já soubesse o endereço, e isso foi um pouco estranho. Mas assim que chegamos lá, antes de sair do carro, eu disse...
— Como sabia o endereço?
— Gravei o lugar, relaxa... Não estou te observando como os malucos fazem nos filmes — ele fala, me fazendo rir novamente.
— Obrigada pela ajuda, ou como você diz... pelo favor.
— Não me agradeça ainda. Posso levar você até a casa da sua mãe se quiser...
— Eu agradeço, mas não é necessário, Thom... Consigo me virar.
— Uhum — ele destranca a porta.
— Até mais — digo antes de sair do carro.
Depois que saio do carro, vou até a portaria, e a porta já está sendo aberta pelo porteiro. Entro, e depois que estou em casa, tomo um banho rápido e coloco uma roupa neutra, nem muito simples nem muito arrumada. Ligo para a Heloísa e aviso que estou a caminho. Assim que saio do apartamento, me surpreendo ao chegar do lado de fora e ver o carro de Thomas ainda lá. Desacreditada, me aproximo e dou dois toques na janela. Ele abre a mesma, e eu falo...
— Por que ainda está aqui?
— Você foi rápida até — destranca a porta, e eu tento entender...
Ele estava me esperando todo esse tempo? Isso é novo e diferente pra mim, mas não vou negar que isso vai me ajudar...
— Vem logo, Clark...
Entro no carro ainda surpresa, e ele me pede para colocar o endereço do local no GPS. Depois de colocar, ele começa a dirigir...
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DESEJO POR VOCÊ- atração ou amor?
RomanceNaomi Clark é uma linda mulher de 23 anos que trabalha em um dos bares mais famosos de NY(New York). Clark em busca de sua independência trabalhou em dobro até que conseguiu alugar o seu apê. Ela ao contrario de suas amigas não tem muita experiência...