Capítulo 18

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Acordo e me espreguiço lentamente, mas uma onda de adrenalina me envolve quando me lembro de não ter colocado o celular para despertar. "Estou atrasada, merda!!!" Levanto rapidamente e calço minhas pantufas. Assim que chego à cozinha, pronta para preparar meu café solúvel (de emergência), tomo um susto ao ver Thomas despejando pó de café em uma pequena panela. Ele, que ainda não havia notado minha presença, segue entretido em sua preparação...


— O que acha que está fazendo?! — solto um riso.


— Você quer me matar?! Meu deus, Naomi.


"Sim, de novo era estranho vê-lo me chamar pelo meu primeiro nome."


Fico quieta, sem dizer mais nenhuma palavra, e continuo o observando enquanto deixo meu corpo se encostar na parede fria ao meu lado. Um encanto me envolve quando o vejo entretido com o café, e por um tempo o próprio tempo parece parar. Um sorriso escapa em meus lábios, e quando sinto o cheiro do café pairar no ar, solto um suspiro profundo. Como era gostoso poder dividir aquele momento estranho ao lado dele, e não mais me subjugar. Era uma evolução pessoal.


Fecho os olhos e dou um salto, abrindo-os novamente ao lembrar do trabalho. Corro até a escrivaninha e, assim que pego o celular, me sinto aliviada ao ver que não estava nem perto do meu horário; faltavam cerca de uma hora.


Cenas da noite anterior vagueiam minha mente e meu corpo responde com um misto de calor e paixão. Odiava mais uma vez admitir que, mesmo que ele não mais quisesse me ver, aquela noite havia sido a melhor que já havia tido em todos os tempos.


Tento imaginar o que viria depois de todos esses momentos, mas mal consigo refletir direito. Sua voz ressoa até mim quando o mesmo me chama para se sentar e tomar café.


— Então você aprendeu — Digo sem conseguir segurar minha língua.


— E com a melhor, mas não vou contar vitória antes do tempo; tenha as honras, amorzinho — abre um riso de canto de boca malicioso.


Tenho a astúcia de tentar beber um gole, mas dou um salto quando a quentura intensa da bebida queima meus lábios.


— Merda! — praguejo, o fazendo rir descontroladamente.


— Como você não percebeu a fumaça que saía da xícara? — me olha incrédulo.


— Como você não avisou que estava pelando?! — retruco.


— Tá, agora a culpa é minha? Só relaxa, amorzinho, deixa esfriar, embora saiba que você gosta de tudo bem quente — abre outro riso malicioso e franze os olhos.


— É melhor você calar essa boca se não quiser que eu te bote pra fora — Tento manter a seriedade, mas ele faz uma expressão de incredulidade, o que me faz rir pelo drama.


— Você sabe que só tem uma maneira de me fazer calar a boca, não sabe? — Diz esquisitamente sério.

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