Capítulo 20: Em harmonia, parte 2.

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O vazio, silêncio atormentador, por mais que eu tentasse me mover, não sentia estar saindo do lugar, a escuridão e aquela imensidão apenas me dava mais sensação de solidão, foi então que uma pequena luz chama minha atenção, fazendo jus as barbatanas de tubarão vou até o único ponto de visão clara, acabei chegando a uma caverna ao entrar me deparo com algum tipo de restaurante, haviam seres marinhos comuns como peixes, tartarugas e golfinhos, sereias e tritões dos mais diferentes tipos, pensei de imediato, que aquelas eram as lembranças da vida de Azul, mas onde e quando se passava aquilo não saberia dizer, até que...

— Senhor Ashengrotto! – Grita um tritão vestido como um guarda. – Soube que seu filho entrou na academia coral.

— Sim é verdade! – Um cecaelia semelhante a Azul se aproxima, ele tinha uma barba rala e era bem alto. – Ele é muito inteligente, aposto que vai se dar muito...

Uma criança, cerca de oito anos passa chorando por eles, o homem cecaelia se desculpa com o cliente e vai atrás do menino, presumindo que fosse Azul, vou atrás, encontro-os num belo quarto infantil decorado com corais e conchas furta-cor, com vários livros – pelo menos pareciam livros.

— Azul? Por que está chorando? – O menino chorava numa cama feita de rochas e algas.

— Todos foram malvados... me chamaram de monstro do mar, e ficaram jogando coisas em mim!

— Oh... então foi isso...

— Pai porque todos nos odeiam? Eu não fiz nada, eles ficavam tirando sarro por eu ser, gordinho e pequeno...

— Azul, vão sempre existir aqueles que te julgaram por sua aparência, mas não serão todos, veja o restaurante da mamãe, mesmo sabendo que uma cecaelia é a dona todos sempre veem, o mundo é grande, aposto que ainda vai encontrar aqueles que vão gostar de você por que é, além disso, ser mais gordinho tem suas vantagens!

— Que vantagens? Ser chamado de baiacu não foi legal!

— Bem, aposto que alguma garota bonita ainda vai dizer que você é adorável!

— PAI!

Acompanhei um pouco do que foi a vida de Azul, o pai era o melhor amigo que ele poderia ter, até que finalmente novos amigos entraram na vida de Azul, Rielle e Louis, o príncipe ruivo, se aproximou de Azul após ser ajudado com uma tarefa que foram obrigados a fazerem juntos, depois disso Rielle passou a conversar e estar sempre com ele Louis veio logo em seguida por ser um novato, a vida era boa, mas os maus tratos pelos outros alunos não paravam, alguns professores preconceituosos também eram um desafio, até o dia da chegada dos gêmeos Leech, a entrada dele na escola foi o ponto de partida para o dia em que a maldição da mancha apareceu em Azul.

O rei, pai de Rielle, foi a casa da família Ashengrotto avisa do ocorrido e junto ao pai de Azul eles param a transformação total do garoto, mas o pai de Azul acaba morrendo no processo para que o seu sangue pudesse purificar a magia do filho, foi um belo sacrifício, mas em vão, pois invés de purificar apenas regrediu e selou a maldição dentro de Azul, depois disso a vida da família e do próprio Azul mudaram, ele passou a ajudar nos negócios da mãe demonstrando um belo talento de administrador, Floyd e Jade se aproximaram dele, pois o achavam divertido, depois a amizade floresceu, enquanto a que ele possuía antes foi deixada de lado, nunca foi dito em voz alta, mas Azul fez isso para não prejudicar a imagem do príncipe. Ele escondia os sentimentos para não deixar sua fera sair, porem isso não significava que ele era o mesmo de antes, ninguém mais implicava com ele por dois motivos: 1° Ele se tornou um mago forte, 2° todos se lembravam do Azul manchado, louco e poderoso, sendo assim ninguém tinha coragem de implicar ou maltratar sem dizer que os gêmeos eram duas pestes, qualquer um que falasse ou fizesse algo contra Azul, eles davam um jeito para acabar com a pessoa, socialmente falando, pois ainda eram muito novos para outros tipos de atitudes.

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