Capítulo 51: Absolutely Beautiful (parte 2)

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O amuleto de Avalor, um artefato tão poderoso que ninguém sabe ao certo como ele funciona, aparentemente sempre ajuda em momentos de puro desespero quando não se tem um caminho certo, quando eu e Ruria não sabíamos mais o que fazer para ajudar a salvar o Vil, um brilho encantador saiu do amuleto, dando vida ao prendedor de madeira em forma de borboleta vermelha que Ruria usava nos cabelos, aquela enorme borboleta escarlate nos guiou pelos corredores das memorias do Vil, pelas janelas do palácio de memorias via uma onda de liquido preto começando a chegar ao prédio.

— Isso deve ser coisa da maldição, o Vil segurou por tanto tempo essa maldição, que agora ele está quase se afogando, aquele monstro vai devora-lo em breve!

— Pensei que sua magia o fizesse parar. – os olhos de Ruria transmitiam desespero. – Yuu se não conseguirmos...

— Ei! Nada de "e se" mais do que nunca precisamos da sua energia positiva aqui, sempre vencemos essas batalhas, e eu me recuso a perder justo agora!

— Tem razão... – ela força um sorriso. – Vil é bem capaz de virar um fantasma, por não se conformar com a derrota...

Um pequeno tilintar chama nossa atenção, era a borboleta de madeira, parada em uma porta pequena de madeira, com alguns pássaros entalhados, - Ironicamente eram andorinhas, duas voando em círculo uma atrás da outra - Ruria passa pela porta sem problemas, eu necessito me abaixar para conseguir entrar; aquela sala possuía uma decoração simples, sem muitos detalhes exagerados mas ainda assim era elegante, havia um sofá confortável roxo escuro, uma mesa de centro de pedra de mármore com os pês de madeira de ébano, um tapete vermelho e as paredes eram pintadas em um tom azul royal, não possuía janela, era do tipo de sala secreta onde apenas uma pessoa tinha acesso. Porém o que mais chamava a atenção ali eram as prateleiras, em vez de livros possuíam bolas de cristais, e dentro de cada uma delas haviam momentos especiais que fariam qualquer um sorrir ao ver, Ruria segura um cuja cena era de um dia no parque onde Vil ainda criança passeava com seu pai, a próxima era de uma peça de teatro onde Vil com provavelmente quinze anos era ovacionado pelo público em pé.

— Engraçado, as memoria que vimos até agora eram vividas, grandes e cheias de magoas, enquanto essas estão trancadas nesse pequeno espaço. – Ruria observa tudo, com um sorriso terno. – ele parece estar vivendo apenas as coisas ruins enquanto as boas estão...

— Guardadas... – Concluo o pensamento. – Dizem que muitos aprendem mais com as situações ruins do que com as boas, mas no caso do Vil, parece mais que ele só quer se lembrar das ruins...

— "O verdadeiro homem mede a sua força quando se defronta com o obstáculo." – Por algum motivo Ruria começa a recitar frases de um autor famoso de nosso mundo. – "Há vitórias que exaltam, outras que corrompem; derrotas que matam, outras que despertam." Vil precisou se tornar alguém que quase morre por seus objetivos, por medo e frustração de não ser como aqueles que admira ou inveja, ele sempre está em frente ao espelho por isso não enxerga ao redor, claro ele não quer copiar os outros, mas pelo menos um pouco deseja ter o que essas pessoas possuem...

Eu conseguia ouvir as engrenagens da cabeça de Ruria girando, obviamente havia entendido tudo a respeito da situação, na verdade ela era a pessoa que mais se esforçava para entender Vil e o seu perfeccionismo obsessivo, pois ao contrário de... praticamente todos da Night Raven, sua visão sempre ia além do obvio, sempre vendo aquela verdadeira face debaixo das máscaras, e citando o autor que ela estava recitando, Antoine de Saint-Exupéry, " Só podemos ver o bem com o coração" e era exatamente o que minha maninha sempre fazia, e por ver as pessoas e o mundo por seu próprio ângulo, encontrava as melhores saídas, mesmo as mais obvias!

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