Capítulo 26: Aniversário de Rook e as estrelas dos desejos. (parte 2)

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Desejos são coisas que todos possuem, entretanto, não são todos que conseguem conquistá-los, as vezes os mais simples são os mais difíceis de serem realizados, Deuce foi até o nosso dormitório semelhante a conseguir o desejo de Ruria para a árvore dos desejos, mas assim que ela disse o que queria em voz alta seu cristal se rompeu, o que imediatamente criou-se a ideia de que seu desejo nunca se realizaria, causando assim um grande mal-estar, Deuce não sabia o que fazer, após conversarmos um pouco percebi que no momento a última coisa que ela precisava era ficar sozinha, subo para o andar dos quartos, parando em frente a porta dela.

— Yuu! O que vai fazer? – Deuce me pergunta preocupado. – Ela não precisa de espaço agora?

— Ficar sozinha? Não! – Respondo rápido. – Aprendi há muito tempo que sentimentos negativos levam a coisas bem piores que apenas choro, ainda mais nesse mundo!

— Você sabe que a Ruria ficar "manchada" é quase impossível! – Grimm me lembra.

— *toc toc* impossível? Assim como era impossível para você entrar nessa escola? E assim como era impossível para mim, possuir magia? – Eles se calaram. – Ela não está respondendo... Ruria? Está aí?

— Pode entrar! – Eu vacilo, a voz dela parecia normal, porem um tanto tremula.

Abro a porta e a encontro sentada na poltrona e na mesinha circular de centro vários utensílios para costura, em suas mãos estava o presente que daria a Rook, o boneco de feltro ainda em pedaços. Ruria me cumprimenta, tentando disfarçar, mas seus olhos vermelhos e inchados eram impossíveis de se ignorar.

— Está... tudo bem? – digo com cautela.

Ela me encara meio atordoada, depois ao ver Deuce na soleira da porta suspira pesado, deixa o boneco semiacabado sobre a mesa, sentando-se mais ereta.

— Noticia ruim corre rápido... acho que você já sabe, né?

— Ei, vai ficar fingindo que está tudo bem!? – Grimm pula do ombro de Deuce e dá uma leve corrida até ficar em pé no puff ao lado de Ruria. – Deveria estar se acabando de chorar!

— Ai Grimm! – Ruria o pega no colo e o abraça. — Estou mesmo infeliz, sinto muitas saudades da minha família, mas sabe, o eu ganharia além de uma péssima aparência? – Nenhum disse nada, ela limpa os cantos dos olhos ainda fungando um pouco. — Talvez, meu desejo fosse difícil demais, por isso o cristal se quebrou...

— Mas não quer dizer que ele não vai se realizar! – Deuce diz rápido. — Talvez só precisássemos de um cristal maior, sabe você disse com tanta convicção e vontade que é bem capaz dele não ter suportado! Ah! Ainda não fiz o meu desejo, quer o meu cristal, talvez te dando uma segunda chance...

— Deuce! – Ruria se levanta e segura as mãos dele. – A regra é um cristal por pessoa, não se pode oferecer sua vez a outro, mesmo que seja fofo da sua parte... olha, está tudo bem.

— Mesmo...

— Ruria, eu te prometi uma vez que iria nos levar para casa, e pretendo cumprir essa promessa, mas sabe, nunca me senti solitário aqui, se por um acaso você se sente assim, basta me dizer, estou aqui para isso!

— Obrigada Yuu! Deuce, e você também, Grimm, eu não me sinto sozinha, é apenas... saudades, meu sobrinho já deve ter nascido, e devo ter deixado todos preocupados, essa é realmente a única coisa que me incomoda. – Lagrimas correm pelo seu rosto. – Sinto muito ter deixando todos preocupados, agradeço por estarem aqui... só que... eu não consigo deixar de sentir isso!

— Não é problema. – Coloco minha mão em seu ombro direito. – Afinal te acharia estranha por não sentir isso, também sinto falta da minha vida anterior, mas sendo sincero esse lugar é bastante divertido e me deixa tão ocupado que é quase impossível ficar pensando nisso.

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