Capítulo 17: Maldição por mágoa.

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Cinco minutos antes da confusão começar...

— Me responda Ruria, você por algum acaso tinha medo ou gostava da bruxa do mar?

Ruria tinha medo da verdade e o que ela poderia causar, mas não conseguiria mentir mesmo que quisesse.

– Confesso que a Úrsula era mesmo assustadora, ela me causava medo.

— VIU SÓ! Ela era medonha, todos a temiam... como representante da casa dela, aposto que imagina minha imagem com a dela, por isso me odeia!

— Azul, para com isso! Por qual motivo deveria ter medo de você?

— Você admitiu que teve medo de mim no outro dia!

— Porque você parecia querer me aprisionar! – Ruria encara Azul, sua voz parecia vacilar. – Tive medo, porque nunca fui acostumada com tantas pessoas gostando de mim, aqui é primeiro lugar que me sinto feliz por ser eu mesma... Não tenho medo de você Azul, gosto de conversar com você, me perdoe por te fugido.

— Fala a verdade? De coração.

— Qual o motivo eu teria para mentir?

— Se pensa mesmo assim, fique comigo!

— Como é?

Azul agarra o pulso de Ruria, encurralando-a contra as estantes de livros, envolta dos olhos do regente algo começava a surgir, no esquerdo um arabesco preto começou a se desenhar, no direito uma chama purpura surgia aumentando gradualmente, enquanto falava, Azul mantinha um sorriso tenebroso e sua voz parecia haver sido modificada digitalmente ganhando várias alturas variando do grosso para o normal.

— Poderíamos viver só nós dois, o mar de coral é belo, cheios lugares para se explorar, viveríamos bem, expandiríamos os negócios, garanto que ninguém te desprezaria, riria, ou se quer... – Azul parecia querer chorar. – Se sentiria sozinha...

— A-Azul, aí está me machucando! – Ruria não conseguia raciocinar, queria gritar ao mesmo tempo, consolar o regente. – Você não está só Azul... nunca esteve... isso dói!

Ruria via a transformação da mancha em primeira mão, enquanto o regente sorria para ela seu corpo mudava, estava tomando a forma de cecaelia, a pele se tornava roxa, as pernas tentáculos negros que sacudiam violentamente, a chama em seu olho direito ganhou forma a ponto de pular para fora de forma que parecia uma maquiagem 3D, dançando pelas órbitas, grandes cracas cresciam rapidamente pelos ombros, espinhos se levantavam pelos antebraços, a visão assustadora encheram os olhos de Ruria de lagrimas, ela pensou rapidamente na varinha/caneta com a joia corrompida porem não conseguia enxergá-la, algo reluziu a sua frente, mas não era uma pedra e sum um colar em forma de concha de ouro brilhando no pescoço de Azul.

— Vamos qual é a sua resposta? – Um contrato dourado e uma caneta de pena como espinhas de peixe se materializaram a frente dela.

Em desespero, Ruria empurra o documento, e chuta o estômago do regente amaldiçoado, com seu braço livre finalmente ela corre até a porta, mas seu tornozelo é agarrado por um tentáculo, Azul estava furioso, Ruria fecha os olhos, agarrando o broche de jade com as duas mãos rezando por ajuda, uma pequena luz emerge por entre as fendas dos dedos; ela sente-se sendo levantada no ar, porém era uma sensação amigável e seu tornozelo não estava mais sendo esmagado. Ao abrir os olhos, um vagalume dançava a frente de seu nariz, ao seu lado estava Malleus, lhe segurando pela cintura, um grande buraco na parede surgiu atrás da mesa que agora estava partida ao meio, Azul já não estava mais ali, Ruria viu um tentáculo se erguendo na fenda da parede.

— Malle...

— Corra daqui! – Malleus ordena colocando-a no chão. – Posso segurá-lo, mas você precisar sair, agora!

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