Capítulo 35: Perigo a caminho

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A noite anterior não foi das mais agradáveis, por mais que o rei a rainha fossem hospitaleiros, o clima ruim engoliu a todos nós, talvez fosse cansaço, sentíamos uma energia ruim, como se o ar estivesse envenenado; resolvemos encerar a noite, havia sido um primeiro dia exaustivo, eu e Grimm apagamos. Mas não tive uma boa noite, fui atormentado com muitos pesadelos, nenhum era os costumeiros, envolvendo algum dos sete grandes, eram realmente pesadelos que dariam filmes de terror traumatizantes. Acordei agoniado, o sol vinha nascendo, resolvi sair, deixei Grimm roncando, resolvi treina esgrima, aquilo sempre me relaxava; naquela manhã usava a Kataná longa tradicional, comparada a espada europeia era inferior por ter apenas um fio de corte, mas era a que mais me transmitia confiança, enquanto realizava os movimentos de corte, não notei a presença de alguém.

— Hei! — por pouco não acabei cortando a Zizi. — Cuidado com esse troço! IDIOTA!

— Sinto muito! Estava distraído.

— O que está fazendo a essa hora? E que espada é essa? A lamina é meio curva!

— É uma Nodachi, apropriada para lugares abertos. — Embainhei a espada. — Estava treinando os movimentos... Precisa de algo?

— Queria saber, porque me ajudou ontem?

— Porque a pergunta?

— Bem, geralmente ninguém tenta ajudar alguém que lhe fez mal, supus que me odiasse!

— Odiar, estranho não consigo fazer isso. — Admito. — Sinto raiva, preocupação, confusão..., mas odiar alguém por tempo prolongado... e ontem você parecia assustada, como se implorasse por ajuda.

— Eu implorar! Até parece! — Ela estava envergonhada.

— Seu pai sempre foi daquela forma? Deve ter sido difícil!

— Não é da sua conta. — Zizi estava em conflito, senti querer pedir ajuda, mas seu orgulho ou talvez medo a impedisse. — De qualquer forma, obrigada, aquilo foi... Legal.

— Certo... Quer experimentar? — Ofereço a Nodachi a ela. — ficou curiosa não é?

Zizi segura a Nodachi (Kataná) com certa cautela, a ensinei alguns movimentos, não forcei mais o assunto sobre o seu pai, sabia que às vezes os familiares agiam estranho por pensarem estar fazendo o correto, mas a forma que o senhor Zinaria agia, me incomodava, no entanto, perguntar para Zizi, mesmo disposta a responder, parecia machuca-la.

— Isso parece mais uma dança, do que um treino de espada. — Zizi dizia enquanto repetia dos movimentos. — Mas entendo porque faz isso, é tranquilizador!

— Afastes menos os pés ou vai perder o equilíbrio. — Observo-a. — Pode relaxar um pouco.

— É leve, como pode ser uma arma?

Zizi parecia feliz de algum modo, na verdade, parecia outra pessoa. Estranho, esperava por muitas coisa nessa viagem, menos me aproximar dela, meu avô costumava dizer que as pessoas possuem três mascaras, a primeira você usa em público, a segunda só para a família e a terceira apenas para você, naquele momento parecia estar vendo a terceira face dela, o que significa muita coisa; enquanto falávamos senti um calafrio, começando da minha testa desceu pela minha espinha se espalhando e resfriando meu sangue.

— Mas que curioso! — O pai de Zizi apareceu como se tivesse saído das sombras. — Não esperava que minha filha fosse ensinada pelo jovem mestre dos corvos!

— Pa... — Zizi deixou minha Nodachi cair, ela tremia muito.

— Desculpe atrapalhar, mas fiquei curioso. — Ele se aproximou e recolheu a espada. — é uma bela peça, mas será ser eficiente?

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