Tentativa de fuga

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- Há quanto tempo que já estou aqui, Pierce? Por que é que vocês não me soltam? Com o tanto de sangue que já tiraram, já tem o suficiente para transformar em humanos até os animais de todo o planeta! – Falei nervosa com ele, já estou cansada de ficar aqui presa, e sem minha família, estou com muita saudade dos meus pais e do Jhony e do Samuel.

- Estou muito perto de conseguir criar seu sangue Lailah! Aguenta só mais alguns dias! – Pierce falou, mas senti tristeza em sua voz.

- Há quanto tempo já estou presa aqui? Mais alguns dias? Quantos? E você não me parece tão animado com isso! O que aconteceu? Desembucha pulguento!

- Já fazem dois anos que você está aqui. E estou preocupado porque capturaram meu irmão, só estou preocupado com ele, só isso! Não sei mais quantos dias, mas acredito que estou muito perto de conseguir.

- E quem que capturou ele? Eu acho que você só tá é me enrolando! Já fazem dois anos que tô trancafiada nesse inferno, sem minha família! Vocês não dão a mínima pra mim, só querem usar até a minha ultima gota de sangue! – Falei brava, chutando uma mesinha perto de onde eu estava.

- Foram uns vampiros, mas não são do clã dos seus pais, são dos mesmos que te raptaram quando você nasceu. Eles querem descobrir onde você está e querem trocar meu irmão por você, mas jamais iremos aceitar. E não se preocupe, minha morceguinha linda! Logo, logo, vamos te soltar, por mim, eu já teria te soltado daqui, mas os outros não confiam em você, e tem medo que você fuja, mas por mais que fuja, não vai conseguir ir muito longe, como estamos em uma ilha, no meio do mar aberto, duvido que você seja tão boa nadadora assim! – Pierce falou rindo.

- Palhaço! Odeio vocês! Odeio esse lugar! Ainda vou matar todos vocês! – Falei brava.

- Que nada, sei que você me ama! Quando você for maior de idade, vou namorar com você! Agora não posso, senão vão me prender, por pedofilia! – Pierce falou dando gargalhadas, idiota.

Ele saiu da sala ainda rindo, vi que ele deixou a porta só encostada, e tem um estilete que ele usa pra abrir os frascos na mesinha, fui pulando com a cadeira perto da mesinha e consegui puxar o estilete, cortei uma das amarras da mão direita e depois soltei a esquerda e os pés, levantei meio zonza, mas preciso fugir daqui, coloquei um jaleco do Pierce que estava pendurado, peguei algumas seringas de tranquilizante que ele sempre usa em mim, e sai silenciosamente da sala, e sai correndo, cheguei até uma sala iluminada e vi que ela dava para um corredor, e conseguia enxergar a saída, saí correndo e então avistei um guarda, ele veio em minha direção e tentou me pegar, mas eu o derrubei e o fiz desmaiar, tomei suas chaves, cartão magnético, escuta e rádio, e saí correndo, tem mais dois guardas do lado de fora, mas não importa, vou ter que passar por eles, os ataquei e com muita dificuldade consegui aplicar tranquilizante nos grandalhões, sai correndo e ta bem difícil, pois estou descalça, e na grama está cheio de pedras e rosetas, mas não importa, vou sair deste lugar não importa como.

Fui correndo até as arvores, corria o máximo que conseguia, vi que alguns homens estavam correndo atrás de mim, então corria ainda mais rápido, me cortei em alguns galhos, meus pés estavam com vários cortes, mas não liguei pra nada, só corria, cheguei até uma cachoeira, e não tinha para onde desviar, se eu continuasse ali eles iam me pegar, então me joguei na cachoeira, me bati em algumas pedra, acho que desloquei meu ombro e quebrei algumas costelas, a dor era imensa, cai no fundo da cachoeira e então a correnteza me levou, conforme a agua ia me carregando, me jogava nas pedras, sofri mais alguns cortes, um galho atravessou minha perna, não sei se vou conseguir sobreviver, então, cai dentro de outra cachoeira, e então bati com a cabeça em uma pedra e desmaiei.

Quando acordei estava sendo carregada nos braços de Pierce, ele estava correndo comigo, em uma velocidade surreal, mas por causa da dor, acabei desmaiando novamente, quando acordei já estava em uma maca na sala que ele sempre tirava meu sangue, ele começou a me costurar e cuidar dos meus ferimentos, eu não gritei, nem falei nada, a única coisa que conseguia era chorar em silencio, escorriam sem parar as minhas lágrimas, eu tive uma única chance de fugir, e joguei por agua a baixo, fracassei! E pior, pelo que vi, realmente estava em uma ilha, e não vou conseguir escapar tão fácil, mas não vou desistir, vou recuperar minhas forças e vou tentar novamente!

Lailah, Destino Traiçoeiro!Onde histórias criam vida. Descubra agora