Capítulo 7

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Na segunda-feira todos chegaram cedo.

Viviane tinha um sorriso traiçoeiro ao encarar Raul que estava mal humorado ao ver que ela tinha conseguido descobrir seu nome. Tayler agiu como se nada tivesse acontecido no sábado e a garota agradecia aos céus por isso. Edith estava impaciente ao lado de Olívia, a namorada de Raul. Annabel e Warren cochichavam no fundo da sala. O professor chegou à sala e pediu os trabalhos, assim que todos lhe entregaram ele distribuiu as provas de cadeira em cadeira, o trio de amigos estava separado e apesar disso foram os primeiros a terminar a prova. O professor corrigiu ali mesmo, assim que toda turma terminou pediu que esperassem.

-Devo confessar que estou decepcionado com alguns alunos- ele observou Raul e um rapaz ao lado. -Mas também estou bastante surpreso com outros alunos, senhorita Houghton peço que fique na sala após a saída dos demais.

-Sim senhor.

Raul ergueu a sobrancelha, ele ainda estava irritado. O professor entregou as provas na saída, assim que todos já tinham ido encarou Viviane e foi até a mesa.

-Senhorita Houghton, você fez o trabalho com Raul ou fez sozinha?

Ela não esperava aquela pergunta, assim como não soube explicar a necessidade de acobertar o rapaz.

-Sendo honesta, professor, fiz sozinha.

-Eu imaginei- o professor suspirou e sentou à cadeira e apontou uma a sua frente para garota. -Raul costuma ser um problema de vez em quando, mas sei que ele tem potencial no Marketing- o homem entregou a prova à garota.

-10?

-Por que a surpresa?

-Bom, achei que tivesse me saído mal já que pediu que eu ficasse.

-Queria apenas saber sobre o trabalho e lhe parabenizar pessoalmente.

-Obrigada.

A jovem saiu da sala contente.

Ela seguiu até o corredor de armários até encontrar o seu e guardar os livros da aula e trocar pelo da matéria do próximo dia. Um bilhete caiu do meio dos livros, havia um garrancho desenhado no papel branco, a jovem entendeu que alguém pedia que ela fosse até o andar subterrâneo. Ela fechou o armário e jogou o bilhete fora.

"Isso é ofensivo até para uma criança pegando num lápis pela primeira vez", pensou.

Ela usou o elevador para ir ao andar subterrâneo, ali ficavam algumas salas de informática e os depósitos onde guardavam as pinturas e a sala de fotografia. Ela não encontrou ninguém por ali e foi para o andar de cima entediada. Ao sair do elevador explorou o primeiro andar que era bastante amplo, foi até o final do corredor e encontrou a sala do zelador que estava saindo dela.

-O que faz por aqui senhorita?

-Estava apenas explorando o andar senhor.

O homem de meia idade a analisou.

-Você é nova aqui?

-Sim senhor- ela observou os produtos do carrinho do homem -se me permite perguntar, qual é o melhor produto para uma latrina encardida?

Surpresa e espanto preencheu o rosto do homem.

-Eu diria que um pouco de alvejante ou um produto de remoção de sujeira profunda- ele disse sem jeito.

Ela puxou o caderno e anotou a observação abaixo do nome de Raul.

-Obrigada pela dica, onde trabalho algumas latrinas estão bastante encardidas e nunca consigo deixá-las brilhando.

Em Memória ao Beco Waston Onde histórias criam vida. Descubra agora