𝐎 𝐏𝐑𝐈𝐍𝐂𝐈𝐏𝐄 𝐂𝐑𝐔𝐄𝐋 - 𝐈

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{DEMETRYS DELYON}

Eu estava sentada na mesa que cobria o cômodo do esconderijo da Corte das sombras, arrumando um baralho. Eu estava concentrada.
Barata abre a porta de uma das passagens secretas, revelando atrás dele, uma garota. Ela era bonita, pele morena e cabelos castanhos. Ela coloca o braço sobre os olhos, e logo após tirar, parece examinar o ambiente antes de nos Examinar. A olho de canto de olho, enquanto Bomba e Fantasma a olham com desgosto.

- Bem-vinda à Corte das Sombras. - Diz Barata.

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{JUDE DUARTE}

Barata abre a porta, e uma luz se espalha pelo corredor. Automaticamente posiciono o braço na frente do rosto. Piscando, começo a examinar o esconderijo dos espiões do Príncipe Dain. É de terra batida de todos os lados, com paredes côncavas e um teto abobado. Uma mesa grande toma o ambient, e sentados a ela estão três feéricos que nunca vi, dois dos três me olham com descontentamento, a outra, me olha de canto de olho.

- Bem-vinda à Corte das Sombras. - Diz Barata.

Os outros três integrantes da trupe de espiões de Dain também têm codinomes. Há o Feérico magro, bonito e um pouco semelhante a um humano, que dá uma piscadela para mim e me diz para chamá-lo de Fantasma. Ele tem cabelo louro-claro, normal para um mortal, porém, incomum para um feérico, e orelha com pontas bem sutis.
Também há uma garota pequena e delicada, a pele de um castanho sarapintado de gazela, o cabelo uma nuvem branca em volta da cabeça, e nas costas um par de asas de borboletas em miniatura, azul-acizentadas.

- Sou a Bomba. Gosto de explodir coisas. - Diz ela.

Faço que sim. É o tipo de coisa direta que não espero que fadas digam, mas estou acostumada a estar perto de Feéricos da Cortes e de sua etiqueta barroca. Não estou acostumada com feéricos solitários. Estou perdida em relação a como devo falar com eles.
A outra feérica tem pele pálida, quase branca. O cabelo azul é um pouco mais longo que o comprimento da nuca. O que mais chama atenção em sua aparência é os olhos esverdeados luminosos.

- Pode me chamar de Delyon. Não é um nome tão curioso como os deles, mas acho que é fácil de ser lembrado. - A azulada fala sorrindo ardilosa.

- Então são só vocês quatro? - Pergunto.

- Cinco agora. - Diz Barata. - Nós cuidamos para que o príncipe Dain fique vivo e bem informado sobre os acontecimentos da Corte. Nos roubamos, nos esgueiramos e enganamos para garantir a coroação dele. E quando for rei, nós vamos roubar, nos esgueirar e enganar para garantir que ele permaneça no tron.

Assinto outra vez.

{DEMETRYS DELYON}

- Você consegue fazer duas coisas que não conseguimos fazer. - Digo.

- Uma delas é se misturar entre os servos humanos. A outra é circular entre os nobres. Nós vamos ensinar alguns outros truques. Sendo assim, enquanto você não recebe uma nova missão diretamente do príncipe, seu trabalho será fazer o que eu mandar. - Fala Barata.

A garota concorda com a cabeça.

- Eu nem sempre vou conseguir escapar lá de casa. Matei aula hoje, mas não posso fazer isso sempre, se não alguém vai reparar e perguntar onde estive. E Madoc espera que eu jante com ele, e Oriana e o restante da família por volta da meia-noite. - A garota diz.

Concordo com a cabeça fingindo que sei quem são essas pessoas que ela fala sobre.
Barata olha para Fantasma e dá de ombros.

- Esse é o problema de infiltrar a Corte. muitas regras de etiqueta tomando o tempo. - O Goblin fala.

- Quando você tem tempo para escapar? - Questiono levantando uma de minhas sobrancelhas.

- Teoricamente, depois do meu horário de estar na cama. - Ela responde.

- Serve. - Diz Barata. - Um de nós vai encontrar você perto da sua casa para iniciar o treinamento ou passar tarefas. Você não precisa vir sempre aqui, ao ninho.

Eu assinto junto de Fantasma. Olho para ele com raiva mas depois desvio o olhar para Barata.

- Então vamo iniciá-la. - Diz Bomba, se aproximando da garota.

A menina parece prender a respiração, parecendo se preparar para algo. Mas para a surpresa da mesma, Bomba começa a rir, e Barata a empurra de uma forma brincalhona.
Dou um sorriso por conta dos dois brincalhões, enquanto Fantasma olha para a garota de forma solidaria, enquanto balança a cabeça.

- Se príncipe Dain diz que você é parte da Corte das Sombras, então você é. Tente não ser uma grande decepção e ficaremos do seu lado.

A garota expira de uma forma aliviada.
Bomba faz uma careta.

- Você vai saber que é uma de nós quando ganhar seu nome. Não espere que seja em breve. - Bomba fala.

Fantasma vai até um armário e pega meia garrafa de bebida, e uma pilha de copos. Ele serve cinco doses.

- Tome uma bebida. E não se preocupe, não vai confundir você mais do que qualquer outra bebida. - Ele diz.

Ela nega e eu pego um copo.

- Eu passo.

Eu viro a bebida, fazendo uma careta. Que troço ruim! Isso queima! Fantasma quer nos envenenar, só pode!

- Misericórdia! - Murmuro apoiando meu rosto na mão.

Barata também vira a sua dose, e como eu, também faz careta.

- Fique à vontade. - Ele diz com dificuldade antes de começar a tossir.

Eu rio dele tossindo. Quando o Goblin me olha, forço um sorriso amigável.

- Que legal, em amigo?! - Falo ainda forçando o sorriso.

Fantasma bebe como se fosse água. Odeio ele.

- Balekin será um problema. - Barata diz e eu reviro os olhos ao ouvir o nome do primogênito.

- Ele já é um problema. - Falo enchendo o copo com a bebida novamente.

- Não gosto nada disso. Se ele fosse agir contra Eldred, já teria agido. Eu não tinha um sequer pensado que ele seria capaz de envenenar o pai.

Fantasma se levanta, se espreguiçando.

- Está ficando tarde. Tenho que levar a garota para casa. - Ele fala.

Reviro os olho. Já falei que odeio ele?

- Jude. - A Garota o lembra, e ele sorri.

Garoto chato!

- Eu conheço um atalho.

Ele vai para os Túneis, sendo seguido por Jude.

- Vai pela sombra, literalmente. - Sussurro apenas para mim vendo o garoto ir embora.

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1022 Palavras

𝐀 𝐑𝐀𝐈𝐍𝐇𝐀 𝐃𝐎𝐒 𝐕𝐄𝐍𝐓𝐎𝐒 - 𝐅𝐚𝐧𝐭𝐚𝐬𝐦𝐚ᴼ ᴾᴼᵛᴼ ᴰᴼ ᴬᴿOnde histórias criam vida. Descubra agora