𝐀 𝐑𝐀𝐈𝐍𝐇𝐀 𝐃𝐎𝐒 𝐕𝐄𝐍𝐓𝐎𝐒 - 𝐅𝐚𝐧𝐭𝐚𝐬𝐦𝐚ᴼ ᴾᴼᵛᴼ ᴰᴼ ᴬᴿ

𝐕

{DEMETRYS DELYON}

Jude continua olhando para a esfera onde Cardan pequeno está "preso".
Nós três continuamos a revistar o aposento. Quando percebemos estar segurar, entramos por uma porta entalhada com uma coruja e voltamos para onde o Falecido Rei dormia.
Há uma enorme cama com dossel no centro do cômodo, também já cortinas verdes com símbolo da linhagem Greenbriar estampado em dourado. Também há cobertores de seda de aranha sobre um colchão com cheiro de flores.

- Venham - diz Bomba, se sentando na cama e rolando para olha pro Teto. - Vamos ver se é segura para nosso Grande Rei, só por garantia.

Sorrio e me jogo na cama.

- Verdade. Precisamos prevenir que não tenha nenhum mal nessa cama macia! - Falo.

Jude inspira e também se deita conosco.
Bomba apoia sua cabeça sobres os braços, enquanto eu coloco minha mão na barriga. Jude parece pensativa.

- Nosso rei é um sujeito de sorte - diz Bomba. - Eu gostaria de uma cama assim grande o bastante para receber um ou dois convidados.

A olho. Que safada!

- Ah, é? - Jude pergunta a provocando.- Alguém específico?

Ela afasta seu olhar de nós, com constrangimento. Jude se apoia em um cotovelo.

- Espera! É alguém que eu conheço

Bomba não responde por um momento. Nesse momento, minhas orelhas devem estar enorme de tanta curiosidade que estou.

- É, sim! É Fantasma?

Me levanto, ficando sentada na cama. Olho para Bomba com a curiosidade elevada. Me sinto pesada de imaginar Bomba gostando de Fantasma de forma romântica.

- Jude! Não.

Suspiro fraco com tipo de alívio imediato. Jude franze a testa.

- Barata?

Bomba se senta como eu. Percebo seus dedos puxando a colcha. Ela suspira.

- Você não entende!

Sorrio. Eu estava certa! Eu sabia que eles dariam um bom casal. Coloco minha mão no ombro de Bomba.

- Acho que não entendo mesmo - Jude concorda.

Bomba puxa uma das almofadas da cama e a coloca sobre seu colo.

- Meu povo morreu em uma guerra brutal em um século atrás e me deixou sozinha. Fui para o mundo humano e me tornei uma golpista de atos pequenos. Não era muito boa no que fazia. Em geral, eu só usava glamour para esconder meus erros. Foi quando Barata me encontrou. Ele observou que, embora não fosse uma grande ladra, eu era boa em preparar poções e bombas. Nós andamos juntos por décadas. Ele era tão legal, gentil e encantador que enganava as pessoas na cara delas, sem precisar de magia.

Jude abre um sorriso.
Observo a história atentamente.

- Então ele teve a ideia de roubar da Corte dos Dentes, no norte. O golpe deu errado. A Corte nos cortou e não encheu de maldições e frases. Nos modificou. Nos forçou a servi-los - Ela estala os dedos e as fagulhas voam.- Divertido, né?

- Tenho certeza de que não foi. - Diz Jude.

- Também tenho certeza. - Digo.

Bomba se deita e continua a falar.

- Barata... Van, não consigo chamá-lo de Barata falando desse jeito. Foi Van que me fez aguentar permanecer ali. Ele contava histórias, da rainha Mab prendendo um gigante de gelo, controlando todos os grandes monstros de antigamente, ganhando a Grande Coroa. Histórias do impossível. Sem Van, não sei se eu teria conseguido sobreviver.

" Um dia, deu tudo errado em um trabalho nosso, e Dain botou as mãos em nós. Ele tinha um plano para trairmos a Corte dos Dentes e nos juntarmos a eles. Foi o que fizemos. Fantasma já estava ao lado dele, e nós três formamos uma equipe formidável. Eu com os explosivos. Barata roubando qualquer coisa ou pessoa. E Fantasma, um atirador preciso com passo leve. E aqui estamos, nem sei bem como, seguros na Corte de Elfhame, trabalhando para o próprio Grande Rei. Olha só para mim, deitada na cama real até. Mas aqui não há motivo para Van segurar minha mão ou cantar para mim quando estou sofrendo. Não há motivo para ele se importa assim comigo.

Ela fica em silêncio. Jude e ela olham para o teto, enquanto eu olho pro chão. Suspiro pesadamente.

- Acho que você devia falar para ele - Digo.

Jude se levanta da cama, se sentando ao meu lado.

- Verdade.

- Talvez. - Bomba se levanta da cama. - Não tem truques e nem armadilhas. Vocês acham que é seguro deixar o nosso Rei aqui?

Não respondo. Jude suspira.

- Eu queria poder pensar em um lugar onde ele ficaria mais seguro.

{•••}

Estou em meu quarto frente a uma papel e uma caneta de pena. Penso e milhares de possibilidades para escrever uma carta para minha mãe. Após o incidente com meu pai, ando pensando em me tornar a Rainha da Corte dos Ventos. Fui a primeira a me machucar, mas ele foi o primeiro a morrer. Não vou me casar com Balekin ou outra pessoa da Grande Corte, mas irei me tornar a Rainha. Eu quero isso, em honra à meu pai.
Pego a caneta con firmeza e começo a deslizar a ponta pelo papel. A caligrafia está horrível, mas dá para entender. Ao terminar, coloco a carta em um envelope, e sigo em direção a porta de meus aposentos. Saio do cômodo, e sigo pelo corredor. Paro ao ver Fantasma estático em frente a uma das entradas da passagem secreta do esconderijo da Corte das Sombras. Ele me olha.

- Oi. - Digo.

- Está indo aonde? - Ele sorri.

- Te interessa?

Ele suspira.

- Posso te acompanhar? - Ele pergunta.

- Acho que tem deveres sendo um dos soldados da guarda pessoal do Rei - Falo. - Continue seu trabalho. Não quero atrapalhar. Vai se fuder.

Volto a andar e o escuto suspirar mais uma vez.
Estou cansada de Fantasma. Se ele se afastou de mim, eu também vou me afastar dele. Não quero ficar "sofrendo" com isso.

{•••}

Peço a um servo para entregar a um mensageiro a carta para minha mãe. Não consegui escrever o que eu queria, apenas marquei uma reunião entre eu e ele. Olho a olho. Rosto a rosto. Filha a Mãe.
Volto para me quarto e me jogo no cama, olhando fixamente para o teto.
Por que me sinto mal de ter ignorado Fantasma? Por que senti um aperto quando Jude insinuou que Bomba gostava de Fantasma romanticamente? O que está acontecendo comigo? O que está acontecendo com minha família? Eu estou odiando essas milhares de perguntas sem respostas. Porém, pelo visto, essas perguntas não irão acabar. Não irão acabar até eu dar um fim nelas.

{•••}

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