𝐗𝐈𝐕

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{DEMETRYS DELYON}

Respiro fundo demais que meus pulmões doem. A Fortaleza de minha mãe estava praticamente vazia em frente; nenhum tipo de servo andava por lá, o que me faz ficar nervosa de certa maneira.
Consigo abrir a porta facilmente, e quando o faço, vejo a casa completamente vazia também.
Minha respiração falha.
Tenho maus presságios, de que minha mãe também fugiu junto de Madoc e Taryn.
Subo a escada em passos firmes, parando em frente a porta do quarto de minha mãe. Quando eu adrento do cômodo, vou diretamente para a mesa onde a carta que eu vi a meses atrás estava. Abro os as gavetas, tentando procurar vestígios de uma nova aliança feitas por cartas.

Demetrys? — A voz dela chama a minha atenção.

Eu me viro em sobressalto, e olho minha mãe; um vestido simples rosa, e o rosto cheio de marcas avermelhadas, indicando que parou de chorar faz pouco tempo. Na cabeça, apenas tinha uma acessório de cabelo, a coroa não estava lá, como o habitual.

— Onde estão os serviçais? — Eu pergunto com a voz abafada de surpresa.

Minha mãe passa os olhos por toda minha veste: Estou com um corpete vinho, com uma calda longa que vai até os joelho na parte traseira de meu corpo. Também uso uma calça justa azul e bota de cano alto pretas. Meu cabelos, que estão em um comprimento médio, quase passando de meu ombro, estão presos em duas mechas frontais, presas na parte de trás.

— Eles foram embora — Disse ela. — Estamos em crise, Demetrys. A Corte dos Ventos está acabando desde que seu pai se foi.

Eu respiro fundo.

— Eles acham que você desapareceu junto dos traidores — Ela continua. Eu aperto meu lábios em surpresa. — Nossa Corte está em crise.

— Por que não me avisou? — Pergunto. Minha voz fica cada vez mais abafada.

— Você era uma traidora para mim — Diz ela. Ela cai sentada na cama. Os olhos verdes de minha mãe se enchem d'água. — Você ainda é.

Cerro meu punhos, também sentindo meus olhos cheios de lágrimas. Eu olho para o chão, piscando mais de duas vezes por segundo para engolir a vontade de chorar.

— Mas eu preciso que me ajude — Ela diz. Levanto minha cabeça rapidamente com a surpresa.

Meus olhos ainda assim continua cheio de água.

— Como eu posso te ajudar? — Pergunto. — Não sou a traidora?

— você é, Demetrys. Você com certeza é — Ela não me contradiz. — Mas é a única que ainda pode se tornar a rainha.

Ela se levanta da cama, vindo na minha direção lentamente enquanto abre a boca para dizer:

Demetrys Lione DelyonEla pronuncia meu nome como se fosse algo doce de se ter. — Eu te tornarei a governante da famigerada Corte dos Ventos nessa noite. Te entregarei a coroa como uma promessa.

Ela abre as portas do guarda-roupa ao nosso lado, dando-me a visão da coroa em forta de um arco. As pedras azuis indigo em forma de folhas de louros preciosas brilharam sobre a janela do quarto.

Por um ano, enquanto continuar com a Coroa de Flores de Louros, eu serei sua tutora e estarei sobre seu comando , até que seja devidamente perdoada sobre sua traição e pronta para ser a perfeita Governante — Ela diz. Sinto suas palavras como uma facada em meu estômago. Traição?!

Cerro mais meus punhos, vendo de relance, minha pele se tornando mais branca que o normal.

O que me diz, Demetrys Lione Delyon? — Ela sorri como antes fazia com nossos súditos. — Aceita se tornar a Rainha da Corte dos Ventos. A mulher que irá segurar a Coroa de Flores de Louros na cabeça enquanto a sua vida depender disso.

Penso em tudo; A alguns dias atrás, esse era o meu objetivo, mas a esperança disso acontecer foi por água abaixo junto de Jude. Senti que não iria funcionar, e marquei de fugir de Elfhame o mais rápido e possível. Mas agora... Agora o que eu antes queria, está em minha frente, em meu olhar. A Coroa pendendo sobre minha cabeça irá me dar poder. O poder que me fará esquecer de tudo; das intrigas, das traições, dos assassinatos que eu cometi, e principalmente, irá me fazer esquecer de Fantasma.
Mas eu perderei coisas também; A amizade de Bomba, Barata, Cardan e Jude. Irei tomar o lugar de um traidora, e talvez, pelas escolhas que minha mãe irá fazer, também serei considerada uma traidora.
Afrouxo meus punhos rapidamente, e levanto minha postura; Seios para frente e barriga para trás. Meu queixo se levanta em uma postura de poder.

— Eu aceito. Irei usar a Coroa de Flores de Louros enquanto a minha vida depender disso. Tornarei minha promessa cuidar de meus suditos, e proteger aqueles que não irão me trair — Falo.

Eu respiro fundo, fazendo meu peitoral ir para cima e para frente.

Alhena Marry Delyon — Volto falar, pronunciando o nome de minha mãe como um tipo de música boa de ouvir. Os olhos esmeraldas dela parecem brilhar. — Enquanto eu comandar a Corte, você estará proibida de fazer alianças sem o meu consentimento. Qualquer tratado, promessa e decisão que tomarmos ficará entre nós, a não ser que queira que sua boca seja rasgada ao contar para alguém que não seja nós duas.

Minhas palavras cessam. A expressão no rosto se minha mãe é assustada. Suas mãos tremem quando ela toca o arco dourado da Coroa.
Prendo a respiração enquanto ela se aproxima com a Coroa em mãos. Ela a levanta, e eu fecho os olhos, sentindo medo de que a mesma exploda sobre mim.

— Demetrys Lione Delyon — Ela diz com a voz firme. Sinto algo sendo colocado sobre minha cabeça. — Você agora é a Rainha. Rainha Demetrys Delyon.

Abro meu olhos, e quando o faço, o vento bate sobre meu corpo. O frio invade meu pescoço.
O peso da Lauréola pende sobre minha cabeça. Não pude deixar de soltar um sorriso pequeno. Eu sou a rainha.
Olho para minha mãe, e mesmo com eu sendo uma traidora para ela, percebo um pingo de orgulho no olhar verde e lacrimal dela. Ela tenta mascarar um sorriso, mas eu consigo o perceber mesmo sendo imperceptível.

— Eu te amo, Minha filha — Ela diz. — Mesmo depois de tudo. Mesmo depois de você esconder que era uma espiã do futuro rei. Mesmo que você renegou a sua família. Mesmo sendo do lado contrário de seus próprios pais, eu ainda te amo.

Eu suspiro e falho miseravelmente. Sinto as lágrimas quente caindo sobre minhas bochechas.

— Mas agora, você é a Rainha — Ela diz. Eu vejo a minha mãe, a quem me deu a vida. A antiga rainha, se curvar para mim. Sinto meu estômago embrulhar. — Minhas saudações.

Junto minhas mãos na frente do corpo.

— Obrigada pela reverência — Digo. Eu tiro a coroa de minha cabeça, e coloca-a na primeira bolsa que vejo, no guarda-roupa de minha mãe. —  Agora, tutora, preciso voltar para o Reino do Grande Rei.

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𝐀 𝐑𝐀𝐈𝐍𝐇𝐀 𝐃𝐎𝐒 𝐕𝐄𝐍𝐓𝐎𝐒 - 𝐅𝐚𝐧𝐭𝐚𝐬𝐦𝐚ᴼ ᴾᴼᵛᴼ ᴰᴼ ᴬᴿOnde histórias criam vida. Descubra agora