𝐀 𝐑𝐀𝐈𝐍𝐇𝐀 𝐃𝐎𝐒 𝐕𝐄𝐍𝐓𝐎𝐒 - 𝐅𝐚𝐧𝐭𝐚𝐬𝐦𝐚ᴼ ᴾᴼᵛᴼ ᴰᴼ ᴬᴿ

𝐈𝐈𝐈

{DEMETRYS DELYON}

Acordo com minha mãe me balançando na cama com um tipo de raiva. Abro meus olhos rapidamente ao sentir suas mãos me beliscarem.

- Ai!! - Grito ao senti o aperto em meu braço.- O que é isso?!

- Está saindo de casa sem carruagem e vestido?! - Ela pergunta de um jeito irritado.

- Me acordou para isso? Olha, marca um horário na minha agenda sem que seja na hora que eu esteja dormindo, e nesse horário, conversamos. - Volto a me deitar.

Ela suspira de aborrecimento.

- Você é uma princesa, Demetrys!

- Princesas precisam dormir. - Murmuro com a cara contra o travesseiro.

Ela novamente me belisca, mas dessa vez, na bunda.

- Bem na bunda, mãe?! - Grito de dor novamente, mas dessa vez coloco a mão na bunda.

- Demetrys, preste atenção. Você é uma princesa, não deve sair vestida com calças e botas! - Diz minha mãe.

Suspiro em resposta.

- Eu tenho que lembrar as pessoas que sou filha de rei e rainha? - Pergunto. - Não quero vestido, não quero carruagem. Acho que tenho idade para decidir o que eu tenho direito de fazer ou ter.

Me levanto da cama e vou direto para o banheiro de meu quarto.

- Então é isso? Não quer ser Princesa ou Agir como uma? - Ela pergunta de forma retórica. - Demetrys, tenha santa paciência.

- Tenha santa paciência você. Mãe, sou uma Princesa, ótimo! Agora posso viver minha vida?

Coloco as mãos nos dois ombros da mesma.

- Pelo menos coloque um vestido quando for ver Cardan. Se forem se casar, vocês precisam ter boas impressões um do outro.

Suspiro novamente em resposta.
Se forem se casar.
Eu não vou me casar com ele, Não mesmo.
Mas acho que já é uma evolução ela me deixar fazer o que eu quero pelo menos uma vez.

- Tá bom. - Respondo a fazendo sorrir.

Dou um aperto fraco nos ombros dela e também sorrio do jeito mais falso que posso.

{•••}

Após fazer minhas necessidades essenciais da manhã, saio de me meu quarto e vou em direção a cozinha da fortaleza. Paro em frente ao quarto de minha mãe quando vejo cartas em cima da mesa da mesma. Olho para todos os lados para verificar se nenhum serviçal ou minha própria Mãe esteja próximo, e quando não vejo ninguém, eu entro no quarto. Vou direto para a mesa onde vi as cartas e pego o envelope.
Balekin.
Uma Carta destinada a tal pessoa que suspeitamos de estar pronto para fazer deslealdade.
Pego a carta e enfio em baixo de minha roupa. Saio do quarto mais rápido possível e vou novamente para o meu cômodo.
Quando volto, dou de cara com Fantasma em frente a janela do quarto.
Pulo de susto.

- Aí senhor! - Grito ao ver o loiro.

- Barata quer falar com você. - Diz Fantasma.

- Novamente? Caramba, ele não vive sem mim. - Sorrio amarelo por conta da carta em minha roupa.

Falando na individua, ela cai do meu corpo bem no chão, me fazendo sorrir mais amarelo possível.
Fantasma olha para a carta e desvia o olhar para mim confuso.

- Caramba, como isso foi parar bem na minha roupa? - Pego o envelope no chão. - Que engraçado né?

Começo a rir falsamente, mas Fantasma continua Sério.

- É uma carta da minha mãe. Está destinada a Balekin. - Falo ficando séria também.

- Mais um motivo para ir falar com Barata. - Ele sorri.

- Não brinque com isso. - Falo. - E você? Virou mensageiro de Barata? Só fala sobre ele querer falar comigo.

- Quer que eu fale sobre outras coisas com você? - Pergunta.

- Não, Eu não quis dizer Isso.

- Então quis dizer o que? - Ele questiona de um jeito cínico.

Faço uma careta e ignoro a pergunta.

- Pode dizer para a Barata que vou ir vê-lo. - Falo desviando o olhar do mesmo para a carta.

Com pouco segundos de minha atenção tirada para carta, Fantasma desaparece de meus aposentos, me fazendo olhar para todos os lados o procurando.
Garoto ridículo.
Quando volto minha atenção novamente para a carta, finalmente a abro. Tiro o papel com cuidado para não danificar e olho para a caligrafia perfeita de minha mãe.

Que a coroa seja uma dádiva a aqueles que a recuperam.

Olho confusa para chão ao ler o tal recado.
Dádiva?
Dádiva a aqueles que a recuperam?
Ela está falando que a coroa é um presente para aqueles que a roubam? Balekin vai roubar a corpa para se tornar o próximo governante? São perguntas que não tenho respostas, bem, ainda não.
Eu não sei se devo confiar em minha intuição, mas ela diz que talvez, só talvez, minha mãe seja uma daquelas que estão do lado de Balekin. E o que mais me faz ficar incomodada, é que, ela pode achar que eu também estarei ao lado dele.

{•••}

Eu preciso de mais provas, provas o suficiente para ter em mente o que eu posso fazer sobre o assunto de minha mãe e Balekin.
Volto para o quarto de minha mãe com a carta em minha, mas para minha surpresa, a vejo sentada em sua cama. Escondo o envelope atrás de meu corpo.

- O que foi, filha? - Ela pergunta me olhando.

- Nada. - Respondo. - Vim falar com você.

Forço um sorriso.

- E sobre o que você quer falar? - Ela pergunta dando tapinhas ao seu lado da cama.

Escondo rápidamente a carta na barra traseira da calça e vou em direção a cama, me sentando.

- Bom, você parece exausta esses dias. Isso me preocupa. - Falo.

Inventei um assunto no calor do momento. Se eu arrancar algo da boca dela será uma baita de uma Dádiva.
Adorei a piada.

- Bom, estou mesmo cansada. - Ela abaixa a cabeça.

- Por que? - Pergunto.

- Tem coisas que é melhor ficar em detalhes. - Ela fala sorrindo de um jeito pleno.

- Mas seria bom se esses detalhes fossem comentados. - Digo sorrindo forçada.

Acho que eu forço muito para parecer ser legal.

- Filha, agora não posso falar sobre isso. Mas saiba que eu estou fazendo algo inovador e grande. Quando for o tempo certo, ira saber.

Concordo com a cabeça.
Eu sabia.
Eu sabia.
Eu sabia.
Algo grande. Possivelmente algum tipo de Envenenamento do príncipe Dain antes dele se tornar rei.
O que minha mãe se tornou?
Preciso avisar Barata, Fantasma, ou qualquer um da Corte das Sombras, mas eu preciso correr.

{•••}

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