𝐀 𝐑𝐀𝐈𝐍𝐇𝐀 𝐃𝐎𝐒 𝐕𝐄𝐍𝐓𝐎𝐒 - 𝐅𝐚𝐧𝐭𝐚𝐬𝐦𝐚ᴼ ᴾᴼᵛᴼ ᴰᴼ ᴬᴿ

𝐕𝐈𝐈𝐈

{DEMETRYS DELYON}

Mais tarde, Fantasma me acompanha até a fortaleza de minha mãe. Entramos no meu quarto pela janela, que como sempre, estava aberta.
Procuro pelo meu armário uma roupa confortável. Pego uma regata e um espartilho de pano verde-musgo; uma calça preta colada e uma típica bora coturno preta.
Vou para o banheiro do cômodo e respiro fundo ao me ver na pedra polida que uso como espelho.
Com dificuldade, tiro o meu vestido, o colocando dentro da pequena jacuzzi que tem no cômodo.
Coloco as roupas que peguei e saio do banheiro, vendo Fantasma encostados na parede dos meus aposentos, ele tem a mesma expressão de desprezo de antes.
Pego uma capa preta com bolsos de meu armário e a coloco sobre os ombros. Também pego minha outra adaga e coloco no bolso, ficando com duas armas escondidas sobre meu corpo.
Respiro fundo e olho para Fantasma, que também me olhava.

- Você estava bonita com aquele vestido. - Ele diz.

- Está dizendo que agora eu estou feia? - Pergunto cruzando os braços.

- Não falei isso. - Ele sorri de um jeito bobo. - Você continua bonita.

Fico tímida. Não sabendo reagir a isso, por isso, também sorrio.

- Obrigado. - Falo sem jeito.

Antes que pudesse pensar em algo para falar, escuto passos do outro lado da porta de meu aposentos. Minha mãe.
Me apresso indo em direção da janela enquanto Fantasma já estava do lado de fora da Fortaleza. Saio pela janela com rapidez antes que pudesse me meter em mais confusão.

{•••}

Eu, Barata, Fantasma, Cardan e Bomba estávamos jogando cartas. Bomba está bem, está ilesa.
Bebemos duas garrafas de bebidas, e uma pilha de jóias em cima da mesa deixava claro o quão bom o jogo está.
Percebo Jude parada na frente da entrada de uma das passagens secretas.

- Jude - Diz Bomba alegre. - Senta aqui! Vamos botar você no jogo.

Sussurro um socorro para Jude, mas ela não percebe. Fui obrigada a jogar por Bomba.
Não queria desamarrar Cardan, até porque ele é nosso prisioneiro, mas alguém escuto a lindinha aqui? Eu respondo. Não!!

- O que vocês estão fazendo? - Jude Explode. - Ele devia estar amarrado! Cardan é nosso prisioneiro!

Lanço um olhar depravado para todos.

- Eu falei! - Digo.

- Não se preocupem. O que ele vai fazer? - Pergunta Barata. - Você acha mesmo que ele dá conta de passar por nós Quatro?

- Não me importo de usar só uma das mãos - Diz Cardan. - Mas se vocês forem amarrar as duas, vão ter que derramar o vinho direto na minha boca.

- Eu vou é derramar esse vinho na sua cara. - Falo indignada.

Me esqueci totalmente o quanto Cardan era Folgado.

- Ele nos contou onde o velho rei guardava as garrafas boas - Diz Bomba mudando de assunto. Enquanto fala, tira o cabelo do rosto. - Sem contra um depósito se jóias que pertenceram a Elowyn. Ele imaginou que no meio de toda aquela confusão, ninguém perceberia se sumisse, e até agora ninguém percebeu mesmo. Foi o trabalho mais fácil que Barata já fez.

Jude aparenta estar segurando um grito.

- Tudo está espiralando o caos mesmo - Diz Cardan. - Que ao menos a gente se divirta um pouco, então. Você não acha, Jude?

Jude respira fundo. Isso vai dar muito ruim.

- O que ele ofereceu a vocês? - Pergunta.

- Para mim nada. Não tem nada na vida dele que é interessante o suficiente para me interessar. - Respondo.

Fantasma sorri

- Para nós, principalmente ouro, mas também poder. Posição. - Ele diz.

- Muitas coisas que ele não tem. - Completa Bomba.

- Pensei que fôssemos amigos. - Diz Cardan desanimado.

- Vou levá-lo para os fundos. - Diz Jude se agachando e cortando as tiras de panos que ainda prendiam o Príncipe na cadeira. Cardan sorri.

- A gente não pode ficar aqui? - Pergunta Cardan. - Tem vinho.

Barata solta uma risadinha.

- Tem alguma coisa incomodando você, principezinho? Você e Jude não se dão bem, no final das contas?

Cardan tira o sorriso do rosto e Jude o leva para o escritório antigo de Dain.

- Se ele não apanhar vai ser um milagre. - Falo colocando as cartas na mesa.

- Não vai mais jogar? - Bomba pergunta semicerrando os olhos.

- Eu não. Estou toda hora perdendo - Falo cruzando os braço.

- Arregona! - Barata fala.

- Eu? Arregona?! - Faço uma careta. - Vocês que são ladrões! Estão roubando!

E assim, enquanto Jude fala com Cardan em particular, eu e o resto da Corte das Sombras continuamos discutindo sobre o roubo do jogo de cartas.

{•••}

Fantasma dorme em um cadeira, Bomba está deitada em Catre, e eu e Barata estamos acordados.
Jude abre a porta do escritório e olha para nós. Barata ergue a sombrancelha.
Jude sai do cômodo e Fantasma acorda rapidamente.

- Acabou de interrogar o príncipe? - Pergunta Barata.

Ela concorda com cabeça.

- Acho que sei o que temos que fazer. - Ela diz.

Fantasma olha para Barata e depois me olha. Dou de ombros.

- Então vamos vender? Comprar? Limpar as tripas dele do teto?

- Vestir ele de princesinha e vender pro Bordel? - Sugiro.

Eles me olham confusos e eu novamente dou de ombros.

- Nunca se sabe. - Murmuro.

- Vou dar uma volta - Diz Jude mudando o assunto. - Tomar um ar.

Suspiro junto de Barata

- Só preciso organizar os pensamentos - justifica. - Daqui a pouco explico tudo.

- É mesmo? - Pergunta Fantasma olhando fixamente para Jude.

- Conversei com Madoc, ele me ofereceu o que quisesse em troca de Cardan. Ouro, magia, gloria, qualquer coisas. A primeira parte dessa negociação está feita, e ainda nem assumi saber onde o príncipe está.

Fantasma Sorri.

- E qual é o problema? - Pergunta Barata. - Eu gosto de todas essas coisas.

- Só estou decidindo os detalhes. - Explica Jude. - E vocês precisam me dizer o que querem. Exatamente o que querem: a quantidade de ouro, o que mais. Escrevam.

Barata resmunga.
E para quem não quer nada? Tenho tudo o que é impossível de ouro, afinal, sou uma princesa. E como falei sobre Cardan, não tem nada de interessante que alguém possa ter para me agradar. Então por que? Por que eu estou ajudando?
Não sei como responder a essa pergunta, porém, sempre que penso em trair essas pessoas ao meu lado, um aperto em meu coração se pronuncia. Talvez elas se tornaram mais do que colegas de trabalho. Se tornaram pessoas importantes, pessoas que eu nunca irei trair.

{•••}

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