Marketing- Malila (G!P) [CONCLUÍDA]

POR QUE EU TE AMO

MARAISA POV

Continuei sentada na cama por um tempo. Marília já estava demorando e me preocupei involuntariamente. A porta estava aberta, mas eu não queria ir lá ficar vigiando, queria confiar que ela não estava fazendo nada além de tomar banho.

Com a intenção de realmente me matar, Marília apareceu na minha frente completamente nua. Ela se secava com uma toalha e me encarava. Me esforcei muito para não cair dura pra trás. O corpo dela me atraía muito do jeito que era. Ela pareceu perceber que meus olhos estavam cravados em seu corpo úmido e sorriu.

-Imaginei que a conversa não seria tão séria se eu ficasse nua. Espero que não se importe. - Marília disse e sentou do meu lado na cama. Me afastei um pouco dela tentando controlar a vontade de agarra-la que já crescia em mim, ainda mais por eu estar levemente bêbada. Seu cheiro era maravilhoso e já invadia o quarto todo.

- Coloque uma roupa. - Pedi firme e ela revirou os olhos. Ela andou até o closet e sumiu da minha vista, me fazendo xingar mentalmente. Ela realmente sabia me provocar.

- Satisfeita, meu amor? - Se sentou do meu lado novamente. Estava agora com um pijama preto de moletom. - Ainda estou sem cueca. - Ela sussurrou no meu ouvido e não pude evitar o arrepio que percorreu meu corpo. Eu estava tendo uma batalha interna contra minhas próprias vontades, mas não podia ceder naquela altura do campeonato. Eu sabia o que Marília estava querendo e se fizesse aquilo, mudaria completamente o rumo de tudo que eu planejava.

-Eu estou com cara de quem está achando graça? - Perguntei e me sentei um pouco afastada. Ela suspirou e passou as mãos pelos cabelos impaciente.

- Quer que eu explique o que aconteceu hoje, certo?

- Quero que me explique o que está acontecendo com você e o que está levando você a fazer tudo isso. - Falei e ela respirou fundo. Ficou em silêncio um tempo, como se tentasse encontrar palavras para começar a falar.

-Não sei explicar. Não sou boa com as palavras. Tecnicamente são as pessoas, Maraisa. - Ela começou, sem me encarar. Fiquei observando seu nervosismo, aquilo acabava comigo. - As pessoas tem falado coisas horríveis sobre mim, sempre falaram. Fiquei vendo todos aqueles comentários essa semana sobre mim e fiquei muito mal. E sabe, talvez eu não seja nada do que você imagine que eu seja. Eu não sou durona como você pensa, eu não sou daquelas que taca o foda-se pra opinião alheia. Eu ligo pra o que as pessoas falam, eu vejo tudo e isso tem me machucado muito. Eu vejo que sou odiada por muita gente por coisas que fiz e já me desculpei. Eu tento mudar, tento ser o que elas querem que eu seja, mas nunca é o suficiente. - Ela deu uma pausa. Marília falava muito rápido, sinal de nervosismo. - Eu sinto falta da minha família também. Vejo a diferença que minha mãe trata os meus irmãos, isso acaba comigo. Eu queria muito me aproximar, mas sinto que não sou capaz de agir da forma que eu queria. Eu simplesmente não consigo e estrago tudo. Eu não queria te mostrar que sou fraca assim, pois sinto que não foi por essa pessoa que você se apaixonou. Mas tem sido difícil disfarçar o tempo todo. Depois que descobri essa doença parece que tudo piorou. Estou mal, Maraisa. Olha, eu estou morrendo por dentro e tenho que fingir que está tudo certo. Eu sei que minhas atitudes devem ter feito seus sentimentos por mim mudarem, mas eu juro, Maraisa. juro que vou mudar. - Não deixei que ela terminasse de falar e a abracei com toda força que eu tinha.

- Vem cá. Me abraça. Não fala nada. - Coloquei sua cabeça em meu peito e percebi que ela estava chorando. Eu não podia acreditar que Marília estava se acabando simplesmente porque não sabia lidar com pessoas que falavam coisas horríveis dela, e pior, não sabia lidar com ela mesma, e agora com sua doença. Mas em uma coisa Marília estava errada, eu a conhecia como ninguém e sempre soube que não era tão forte assim. Sempre soube que ela se escondia atrás de algo, agora tinha certeza que era o medo de não ser o suficiente.