CRISTIAN

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Está acontecendo.

Sinto como se estivesse vivenciando algum tipo de sonho. Ainda estou totalmente atônito com a ideia de que a inauguração do meu restaurante realmente está ocorrendo.

Basicamente sonhei a vida inteira com isso, e depois de muito trabalho duro, finalmente consegui realizar essa conquista.

Ás toalhas de mesa Belga, estavam dando verdadeiro ar de sofisticação, elas pareciam reluzir por de baixo do lustre que iluminava todo o ambiente. Com extrema maestria o metri conduzia os cliente até seus devidos lugares e lhes entregava a carta de vinhos, os garçons circulavam pelo lugar com elegância, anotando os pedidos e repassando aos cozinheiros pela janelinha que ficava ao lado da porta da cozinha.

Tudo era tão incrível e ao mesmo tempo tão surpreendente. Parece que estou mesmo vivendo um sonho. Eu deveria estar administrando o comando dos pratos, mas ao invés disso estava parado de braços cruzados, apenas curtindo um pouquinho os frutos daquela sublime realidade e tentando registrar cada detalhe na memória.

- Até que você fica bonito com essa roupa de chefe. - Era a voz do meu gato arisco, ele estava parado ao meu lado, com seus olhinhos brilhantes e bochechas coradas. Ele vestia o que parecia ser um terno Slim Vinho Bordo. Impecável, era a palavra que o descrevia.

Pisquei os olhos algumas vezes, descruzando os braços ao meu aproximar de seu singelo corpo.

- Meu gatinho arisco, não acredito que está aqui. - Meus dedos não aguentaram, eles precisavam acariciar aquele rosto delicado. - Você está tão lindo. - Sussurrei pertinho de seus lábios, nossas bocas iniciaram um beijo carinhoso que provavelmente iria se estender se não fosse por uma tosse forçada.

- Oi, eu sou o Sam Martins, melhor amigo do Vic. - Ele parecia um mafioso, não somente pelas vestes escuras que usava e pelo copo de whisky que carregava em mãos, mas também porque me encarava com os olhos estreitados, como se estivesse analisando a minha alma, procurando por defeitos. - Estranho, você me lembra uma pessoa, alguém que vi somente uma vez. - Ele falou baixo a última parte, enquanto continuava me encarando.

- Sem interrogatório Sam, você não está no tribunal. - Victor ditou seriamente e o ruivo apenas revirou os olhos. - Onde fica o banheiro? - Ele voltou sua atenção a mim, lhe indiquei com o dedo, apontando para o fim do segundo corredor. - Me deu um beijo na bochecha, um tanto envergonhado mas mesmo assim foi um beijo, e obviamente como um bobo não pude deixar de sorrir com isso.

- Faz tempo que eu não vejo ele feliz de verdade. - Apontou na direção de Victor, que adentrava ao banheiro. - Só espero que você não o decepcione e nem faça nada que possa magoá-lo.

Esse amigo do Victor, realmente era uma pessoa intimidadora.

- O Victor me tem na palma da mão dele. Eu o conheço a poucos dias, mas já posso dizer com todas as letra, que estou completamente apaixonado por ele. - Falei da forma mais sincera possível, porém minhas palavras pareceram não ter efeito nenhum, pois ele ainda me encarava de maneira desdenhosa.

- Isso é bom, muito bom. - Ele assentia, bebericando o último gole do álcool em seu copo. - Eu incentivei ele a dar uma nova chance pro amor, porque quero que o meu amigo seja feliz. Portanto, espero que cumpra a sua palavra e faça ele muito feliz. Caso contrário, acabo com a sua vida em dois tempos. - Simplesmente deu de ombros, como se fosse algo normal a ser dito.

- Que tipo de ameaça é essa? - Questionei totalmente desacreditado por ter escutado aquele tipo de coisa.

Ele soltou uma risada sem humor.

- Não é uma ameaça. É uma promessa. - Foi enfático, batendo levemente o copo no balcão e saindo em prontidão até a mesa que ficava perto da enorme janela de vidro, que estava basicamente escondida por de trás da cortina vermelha.

Segunda Chance (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora