- Acorda bela flor, acorda que o hospital precisa desse médico incrível pra continuar funcionando. - Respirei fundo revirando os olhos pelo sublime exagero do meu marido, enquanto ele dava beijinhos leves na minha bochecha quente. Eu amava acordar dessa forma.
Relutantemente me levantei, sentei na cama e me espreguicei. Ainda atônito pelo sono olhei para o lado onde meu marido me observava sorrindo, como se estivesse hipnotizado.
- Amor, você precisa para de me olhar assim toda manhã, vou começar a pensar que estou feio sempre. - Falei com á voz embargada.
Ben abriu a boca e franziu ás sobrancelhas, parecia que tinha escutado algum absurdo.
- Victor, não diga besteiras, você é o homem mais lindo desse mundo. Um príncipe, o meu príncipe. - Fiquei com vontade de contestar mas eu provavelmente perderia essa briga. - Te olho com admiração e fico pensando como tenho sorte por ter um marido tão maravilhoso. - Me levantei da cama, enrolei meus braços envolta de seu pescoço e comecei a distribuir beijos em todo o seu rosto.
- Pois somos dois, mas acho que eu tenho mais sorte. - Disse olhando dentro daqueles lindos olhos cor de caramelo.
- Não tente tirar esse titulo de mim espertinho. - Ele começou a fazer cócegas na minha barriga, precisei sair corregendo e me trancar no banheiro do quarto, antes que fizesse xixi nas calças.
- Amor, não demore. Seu café está pronto. - Gritou, á voz estava um pouco distante, era provável que já estivesse descendo ás escadas em direção a cozinha.
- Tá bom, obrigado amor. - Respondi gritando também, mas com a boca cheia de pasta de dente seria difícil de se entender algo.
Ben era muito paranoico quando se tratava de horários. Ele nunca se atrasava para nada. Eu nem lembrava qual foi a última vez que precisei programar o despertador, porque tínhamos uma rotina onde ele levantava duas horas antes de mim, tomava um banho, preparava o café e depois me acordava de forma carinhosa.
Nos conhecemos na faculdade de Yale, ambos estudantes de medicina. Porém eu optei por me especializar em neurocirurgiã e ele em pediatria, o que não foi nenhuma novidade já que era nítido o quanto amava crianças.
Depois do dia que nos conhecemos, nós não desgrudamos nunca mais. Primeiro fomos apenas colegas de estudo, depois uma amizade nasceu e quando menos percebi estava sendo beijado dentro do vestiário da faculdade. Quando a faculdade enfim terminou, fui pego de surpresa por um pedido de casamento e um tempo depois nos mudamos para o Oregon, a ideia inicial foi de Ben, ele queria ficar perto da família. Ao todo estamos dez anos juntos, mas somente cinco casados.
Cheguei de surpresa até a cozinha e o abracei por trás ficando na ponta dos pés para sentir o cheirinho do seu perfume amadeirado.
- Dormiu bem ? - Perguntei o observando colocar algumas frutas em um pote.
- Do seu lado, eu sempre durmo bem minha vida. - Me entregou o pote e logo uma expressão de desgosto tomou conta de mim. - Não faça essa cara amor, você precisa comer mais frutas. - Deu um beijo no meu nariz.
Revirei os olhos, odeio frutas.
- Hoje o dia vai ser longo, tenho uma cirurgiã complicada. - Eu disse colocando o pote dentro da minha mochila desorganizada. - É uma pena que não conseguimos arrumar a tabela de folga pra ficarmos juntos hoje. - De repente me lembrei de algo. - Espera, hoje você está de folga deveria estar dormindo. - Falei seriamente.
Ele começou a rir.
- Gosto de desfrutar todos os momentos ao lado do meu marido lindo. Além do mais, hoje preciso passar em um lugar. - Disse me alcançando uma xicara de café .
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Segunda Chance (Romance Gay)
Roman d'amourVictor é um jovem neurocirurgião que a exato dois anos mora na ensolarada Califórnia, vivendo apenas para o trabalho e mantendo assim o coração longe de qualquer vestígio de amor. A dolorosa perda de seu marido fez com que o rapaz dos olhos de safir...