VICTOR

414 113 39
                                    


- Me deixa explicar, por favor. - Quanto mais ele suplicava, mais irritado eu ficava. - Para com isso. - Cristian gritou enquanto se abaixava, tentando desviar das almofadas que eram jogadas em sua direção.

- Seu cretino, miserável. Fiquei chorando por horas, idiota. O que se passa dentro da sua cabeça? - Exclamei extremamente irritado. As almofadas já tinham acabado, tratei de pegar um vaso de porcelana, porém Sam rapidamente me impediu de arremessá-lo na cabeça de Cristian.

- Nada disso, esse vaso custou o olho da cara. - Me reprendeu, colocando novamente o vaso em seu devido lugar. - Se quiser pode jogar algo de menos valor, como esses copos por exemplo. É, pode jogar os copos, eles são baratos. - Disse ainda do meu lado, apontando para os objetos que estavam sobre a mesinha.

Cristian estava do outro lado da sala, expressando uma cara de total indignação.

- Muito obrigado, Sam. Ajudou bastante. - Debochou. Logo voltando sua atenção para mim. Meu rosto deveria estar bem aterrorizante, pois ele cobriu seu corpo com a cortina como se ela fosse uma espécie de escudo. - Gatinho, por favor me escute. Eu tomei uma decisão precipitada, porque tive medo. O jeito que Matt falou me deixou muito assustado e não conseguir raciocinar direito. Pensei que se nós terminássemos ele te deixaria em paz. Sei que foi uma ideia idiota e precipitada, só que eu tive muito medo. - Ele me encarou tristemente com os olhos lacrimejando, permitindo que um pouco da minha raiva se deteriorasse naquele instante.

Respirei fundo, por um longo segundo.

- Você é um idiota, Cristian. Um completo idiota. Passei um bom tempo questionando o que eu tinha feito de errado pra você ter terminado daquela maneira. E agora, tá me dizendo que o rompimento aconteceu por pressão? Poxa, poderia ter me explicado essa situação ao invés de sair por aí terminando. Me senti como um lixo, sem importância alguma. - Desabei ferozmente.

Ele realmente parecia estar bem arrependido e meu coração lhe acompanhava no sofrimento, porém eu estava mais do que no meu direito de sentir ódio. Além de passar praticamente a noite inteira chorando como um carneirinho assustado, fui para o aeroporto me arrastando sem a mínima vontade de sair da cama, com uma aparência que se igualava a de um zumbi.

- Quantas vezes vou ter que pedir desculpas? Eu também sofri demais e a ideia de te afastar acabou comigo, acredite nisso. - Falou calmamente, saindo de trás da cortina e vindo na minha direção de maneira hesitante. - Só que entre terminar ou ver você morto, prefiro a primeira opção. Tenho consciência de que errei e fui precipitado, mas o modo como Matt falou aquelas coisas me assustou muito... - Cristian parou de falar e sorrateiramente começou a depositar beijos delicados na minha bochecha. - Prometo nunca mais fazer isso. Estou perdoado? - Perguntou entre um beijo e outro.

- É melhor aceitar as desculpas, Vic. Ele pode ser um pouco burro, mas pelo menos você não vai morrer de fome. - Sam pronunciou, simplesmente dando de ombros.

- Sério? É desse jeito que você me defende? - Cristian questionou indignado, se aproveitando da situação para me abraçar de lado. Revirei os olhos, lhe lançando um tapa na mão.

- Presta bem atenção no que vou dizer, porque não vou repetir. - Ditei seriamente, o encarando com destreza. Ele ficou pálido de repente, gotículas de suor escorriam pelo canto do rosto. - Calma homem, eu vou te perdoar. - Falei de modo tranquilizador, um sorriso largo brotou em seus lábios no mesmo segundo.

- Gatinho, eu não poderia tá mais feliz. - Disse tentando me beijar, porém o interrompi colocando a mão na frente da sua boca.

- Ainda não acabei de falar. - Ele franziu o cenho, demonstrando estar impaciente. Eu sei que ele queria me agarrar, encher de beijos até não poder mais e eu compartilho a mesma vontade, mas preciso manter o pulso firme. - Vou te perdoar com uma condição.

Segunda Chance (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora