CRISTIAN

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Sophia ainda não tinha acordado. Já fazia um certo tempo que transmitia a informação sobre o sucesso de sua cirurgia. Ela havia sido levada por uma equipe médica até um dos quartos, onde neste momento estava descansando.

Ficamos todos aliviados ao descobrir que o tumor tinha se dissipado. Meus pais ficaram eufóricos, ambos desejavam muito agradecer Victor pelo seu feito. Mas ele estava demorando, um dos médicos que o acompanhava na cirurgia disse que viu ele entrar no banheiro que ficava ao lado das salas médicas. Por algum motivo estranho sua demora me angustiava derradeiramente...

Devido a demora de Victor, minha mãe relatou que depois eles o agradeceriam merecidamente, pois no momento ela estava animada demais para ver Sophia, dito isso meu pai a conduziu até o quarto que minha irmã descansava e eu permaneci no corredor á espera dele.

Para a minha total infelicidade quem vinha saltitando pelo corredor como se tivesse ganhado um prêmio, era o imbecil do meu primo. A vontade que tenho de quebrar a cara dessa criatura aumenta desde o dia em que ele apertou o pulso do meu namorado.

- Onde tá o Victor? - Perguntei nervoso. Eu não confiava em Matt e ele mantinha um sorriso largo no rosto, o que somente aumentava minha total desconfiança.

- Ainda está no banheiro.- Disse dando de ombros, com as mãos nos bolsos das calças, os ombros relaxados e um semblante que exalava cinismo. Basicamente nos criamos juntos, então eu sabia melhor do que ninguém quando ele aprontava algo.

Uma raiva se apoderou de mim. Não pensei duas vezes e o empurrei na parede, ele arregalou os olhos surpreso e soltou um murmúrio baixo de dor devido ao impacto que suas costas tiveram com o concreto.

- Eu só vou perguntar uma vez. - Falei olhando dentro daqueles olhos amargos enquanto minha mão segurava fixamente o seu pescoço. - O que você fez pra ele?

- Apenas falei a verdade. - Respondeu sorrindo despretensiosamente.

- Mas o que significa isso? Posso saber? - Era a voz do meu pai. Falando bravamente em um tom baixo. Ele me empurrou para o lado, me fazendo soltar o pescoço de Matt. - Vocês estão em um hospital. - Ditou seriamente.

- Só quero saber o que esse desgraçado fez pro meu namorado. - Bufei irritado, passando as mãos pelos cabelos, dando alguns passos para trás, se eu continuasse perto dele provavelmente deixaria outra marca roxa no seu rosto e olha vontade não me faltava.

- Do que ele está falando, Matt? - Perguntou curioso arqueando a sobrancelha enquanto meu primo terminava de ajeitar a gola da camiseta e tocava em seu pescoço.

- O senhor sabe como o Cristian é exagerado. Só tive uma conversa com Victor, nada de mais. - De maneira petulante ele falou e era possível sentir o veneno escorrer em cada palavra dita.

- Precisa se acalmar meu filho. Matt tem razão, você normalmente exagera. - Disse voltando seu olhar para mim. Ele não ligava a mínima para a nossa discussão, somente não desejava que existissem fofocas pelos corredores do hospital.

Revirei os olhos. Eu não conseguia entender como esse teatrinho de cinismo poderia passar despercebido pelos olhos do meu pai que se dizia um homem muito observador.

- Sabe pai. - Suspirei pesadamente. - Antigamente, eu queria ser igual ao Matt porque achava que dessa forma você iria gostar de mim, mas hoje em dia fico feliz demais por saber que não sou nada parecido com esse animal... E vai ter um dia onde a mascara dele vai cair e quando isso acontecer, vou rir da sua cara por ter confiado tanto nele. - Falei diretamente, vendo o diretor ficar sem reação, não parecendo acreditar em minhas palavras.

Segunda Chance (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora