Segunda Chance (Romance Gay)

CRISTIAN

Era reconfortante ter Victor agarrado aos meus braços, ele ficava protegido de todas essas maldades que o rodeavam e se fosse possível, gostaria que ele se sentisse dessa maneia sempre....leve e feliz.

Durante o café da manhã era perceptível notar o quão distraído ele estava, provavelmente pensando no que Sam viria a lhe dizer sobre o andamento do processo. Assim que finalizou bebericando o último gole do iogurte de frutas vermelhas, me beijou profundamente e saiu em disparada pela porta como um raio. Seu misto de aflição e curiosidade tinham total relevância, ele só queria justiça.

Eu sabia que ele já estava pronto para seguir em frente comigo, suas provas de amor no decorrer do nosso namoro foram sucintas para mim. Mas obviamente ainda faltava alguma coisa para esse circulo ser finalizado. Qualquer pessoa que estivesse em seu lugar desejaria a mesma coisa.

- Preciso sair. Vai ficar bem sozinho? - Meus olhos caíram sobre a bola de pelos marrom que estava deitado no sofá de barriga pra cima. - Por que raios, fico perguntando como se a qualquer momento você fosse me responder? - Nestor colocou a patinha na boca e rolou para o outro lado, se aprofundado no sono e ignorando minha presença como de costume. - Abusado. Sou eu que te alimento.

Para minha total estranheza escutei batidas dadas na porta de entrada. No mesmo instante Nestor abriu os olhos e saiu saltitando em disparada rumo ao segundo andar, ele detestava visitas. Enquanto caminhava até a porta me questionava quem poderia ser logo tão cedo.

- Sério? Vocês? O que fazem aqui? - Antes que tivesse a chance de expulsá-los, meus pais entraram sem ao menos serem convidados. - Então...

- Querido, seu pai precisa urgentemente falar com você. Toda esse estresse está acabando conosco, principalmente com ele. - Ambos se sentaram no sofá que antes estava Nestor, queria muito ter fugido como ele se soubesse quem me esperava do outro lado da porta. - Por sorte temos Matt, ultimamente ele anda sobrecarregado porque está administrando o hospital sozinho.

A chance daquele hospital ter virado um circo era grande. Nunca entendi essa extrema confiança que eles sempre tiveram naquele idiota, mesmo depois de tantas demonstrações da falta gritante de caráter daquela criatura. Mas eles eram dois cegos, ou se faziam de cegos.

- Mãe. - Chamei sua atenção respirando profundamente, tentando manter a mínima paciência possível. - A senhora sofreu lavagem cerebral por acaso? Se tem uma pessoa estressada nessa história toda...essa pessoa seria o Victor, ele tem todos os motivos pra estar devastado. - Fui enfático, o franzir que se formou na testa de Leonard demostrou que não havia gostado nenhum um pouco da minha fala. - O que exatamente estão fazendo aqui? - Os dois se entreolharam, logo percebi que não vinha coisa boa por aí.

- Precisamos da sua ajuda. - Minha mãe exclamou nervosa, olhando para Leonard que não demostrava nada há não ser apatia. - Se você conversar com Victor, talvez ele perceba que não tem necessidade de prosseguir com tudo isso.....

- Espera um pouco. - Precisei interromper. - Repita, acho que escutei errado. Só pode ser brincadeira.

- Tente entender o meu lado, Cristian. - Leonard se manifestou pela primeira vez desde que chegou. - Tudo que fiz foi pensando em Sophia. - A mentira estava estampada no rosto dele, mas minha mãe pareceu não perceber e segurou firmemente sua mão.

- Já chega. Chega, de tanta mentira. Não aguento mais. - Gritei irritado. - Você fez tudo isso pensando apenas na sua imagem e na do seu glorioso hospital. De você eu já não espero mais nada. - Lancei um olhar irritado na direção dele e depois desvie para minha mãe. - Quando a senhora vai abrir os olhos e enxergar a verdade? Sua vida não é uma história da Disney onde tudo precisa dar certo. O Victor é uma vitima, ele tem toda razão em lutar por justiça.