VICTOR

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Sai correndo sem olhar para trás. 

Subi as escadas em passos largos, chegando no quarto da maneira mais rápida possível.

Eu sabia que em algum momento veria ela.... não tinha como fugir pra sempre, mas mantinha a esperança de que esse dia demorasse muito. Ver Sophia parada em frente a casa de Cristian somente aumentou a gama de sentimentos ruins no meu peito. Ela me provoca as piores sensações possíveis.

Essa mulher conseguiu marcar a minha vida de uma forma significativa. Ela foi responsável pela ferida que se formou no meu coração... Uma ferida que levou tempo pra cicatrizar.

- Meu amor... - Cristian bateu levemente na porta antes adentrar.

Minha mente vagava por pensamentos aleatórios, demorando para notar sua presença diante de mim.

Cristian se ajoelhou no chão, ficando entre minhas pernas. Ele prontamente segurou com firmeza minhas mãos, mantendo fixamente seu olhar aflito junto ao meu.

- Ela foi embora....tá tudo bem. Falei pra ela ir embora - Disse calmamente, passando uma certa tranquilidade com sua voz.

Assenti nervoso, tentando mostrar um sorriso de agradecimento porém ele não saiu, em vez disso me mantive sentado na cama com a postura neutra enquanto carregava uma expressão melancólica.

- O que ela queria? Falar comigo? - Meio contragosto, ele confirmou balançando a cabeça.

- Sim...esqueça isso.

Rapidamente neguei.

- Ela queria conversar comigo sobre o que? - Seus olhos se arregalaram ao perceber que minhas mãos haviam começado a tremer. - Por favor, diga. - Supliquei.

Respirou profundamente me encarando com cautela e parecendo pensativo no que deveria falar. Todo o cuidado que ele sempre tinha comigo, era incrível.

- Disse que não teve nada haver com a presença dos nossos pais aqui. E também comentou que precisava conversar seriamente com você, mas não deu detalhes sobre o assunto e não tive interesse em perguntar. Somente pedi para que ela fosse embora e alertei que você não tinha pretensão alguma de falar com ela. - Respondeu se levantando do chão e ligeiramente se acomodou do meu lado, passando o braço pelos meus ombros e dessa maneira permitindo que meu corpo pudesse recostar no seu.

Conversar com Sophia não parecia uma boa ideia, não consigo nem ao menos olhar para a cara dela sem sentir uma súbita vontade agredi-la verbalmente.

- No dia que fui embora do Oregon, acabei falando pro Sam que se essa mulher estivesse na minha mesa de cirurgia, eu há deixaria morrer... Seria uma morte lenta e dolorosa. - Cristian permaneceu quieto, porém pude sentir o corpo dele tencionar, provavelmente não imaginado que eu diria uma coisa dessas. - Mas hoje em dia só desejo que ela pague por tudo. As vezes pareci que vou desabar a qualquer momento, não vejo a hora disso tudo acabar.

- A justiça vai ser feita. Sophia e Leonard vão responder por tudo que fizeram, tenho certeza que vai dar tudo certo. - Respondeu convicto e aos poucos conseguindo me acalmar, devido aquele abraço caloroso. - Estive pensando, caso queira podemos nos mudar para outro lugar.

De inicio poderia ser uma boa alternativa, mas não era. Eu precisava enfrentar os monstros e não fugir deles, pelo menos não mais.

- Ficou louco? Você basicamente gastou todas suas economias montando o restaurante. Acha mesmo que vou permitir que desista do seu sonho? - Questionei desnorteado com a ideia de imaginar ele abandonando sua maior conquista.

Ele sorriu e depositou um selinho demorado em meus lábios.

- Victor, você se tornou a razão do meu viver. Imaginar uma vida sem você não é mais uma opção para mim. O restaurante é importante, mas não tanto quanto a felicidade do meu gatinho. - A sinceridade de suas palavras me fizeram sorrir levemente. Cristian era um homem inacreditável, ele realmente estava cogitando a possibilidade de largar tudo, simplesmente por conta da minha felicidade.

Segunda Chance (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora