capítulo 3

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Não sou muito pratica em namorar, mas sei que quando alguém pede tempo não é coisa boa. Não quando ele diz com tanta frieza como Jack disse. Não o vi pelo resto do dia, Lily cabulo o restante das aulas para me levar para casa. Ficou comigo um pouco até ter que voltar, provavelmente Natan deve ter a chamado. Ele até se ofereceu para me levar só que Lily disse que isso era coisa de garota e que só garotas poderiam ajudar.

Perto das quatro me arrumei desanimada, pronta para mais um dia no Jons. Peguei minha bicicleta e pedalei até o lanchonete lentamente.

- Bom dia - resmungo andando até meu armário para pegar meu uniforme.

- Hoje você vai passar pano no chão primeiro. - diz Anne atrás de mim - depois vai passar pano nas mesas, balcão e vidros. Quando termina de fazer isso pode voltar ao trabalho normal.

Viro para reclamar com ela, só que já tinha ido. Olhei para porta com um ódio inabalável. Agora virei faxineira. Fechei o armário com força, vesti meu uniforme pronta para mais um dia terrível.

Quando ia abrir a porta ela se abriu antes, adivinha quem era o alvo? Eu! A porta me acertou em cheio me derrubando no chão, fechei os olhos para que a raiva que sentia não me fizesse congelar a lanchonete depois botar fogo nela.

- Deus garota você adora o chão não é - diz Mason me fazendo abrir os olhos, ele tinha a mão estendida para mim com um sorriso não formado nos olhos - mas você tem que trabalhar.

- Eu estou bem, obrigado por pergunta. - digo levantando rejeitando sua mão estendida. - Você não tem mais o que fazer que não seja derrubar garotas por onde vai?

- Derrubar garotas é minha especialidade - diz ele arrumando a bandeja na mão. Não me dei ao luxo de reparar na aparência dele. Eu estava com Jack, não poderia nem flerta com alguém, mesmo com ele pedindo um tempo ainda acho que devo ser fiel até morrer, ainda mais com ele estranho assim.

- Que bom! - digo abrindo a porta, pego o pano laranja um rodo para começar a passar no chão.

A porta da lanchonete se abre com um estalo, deixando entrar a maioria das pessoas do meu ano. Olhei apavorada do chão para o pano e depois para meu uniforme.

Me agachei indo rastejando até a primeira porta que vi, me ajoelhei para olhar pela a fresta da porta.

- Ta ai uma visão que não se vê todo dia - diz uma voz conhecida atrás de mim. Pulo batendo a cabeça na maçaneta da porta, coloco a mão na cabeça desejando que um pulaco viesse para lhe levar embora.

Olho para trás, depois olho para frente novamente rápido demais, só não tão rápido para perde ver Mason só de cueca. Coloco a mão nos olhos envergonhada, deus por que esse tipo de coisa só acontece comigo?

- Você é doido? - chiu - não pode ficar zanzando por ai só de cueca. Poder pode só vai acabar sendo preso por isso, que droga, se ia se trocar por que não trancou a porta?

- Porque esse é o banheiro dos homens, onde só homens entram. Que homens não mulheres podem se trocar a vontade?

Bato minha cabeça na porta. Banheiro dos homens? Como eu não percebi isso? Ah é, eu estava desesperada demais para que ninguém me visse limpando o chão de uma lanchonete com esse uniforme horrível.

- Por que não trancou a porta? - pergunto quase chorando.

Olho para trás para ver que ele olha da porta para mim várias vezes, sua expressão ela de horror correu até mim - bem, a porta - e começou a puxa-la com força. Depois gritou de frustração.

- Sabe o porque de não ter fechado a porta? - ele rugiu para mim - porque não se fecha ela, porra! Só fecha essa porta quando esta fechando a lanchonete, ela só abre quando April vem bem de manhãzinha para abrir a lanchonete. Tem um cartaz do lado de fora e outro do lado de dentro escrito bem específico.

Colheita - segundo livro da trilogia RedinyOnde histórias criam vida. Descubra agora