capítulo 16

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Acordei com sol batendo no meu rosto, Lily esta com a cabeça na minha barriga, Zoey esta com o rosto preso no meu braço como se tivesse dando um mata leão nela.

O cheiro de doritos é visível, abri um dos olhos bem devagar, a casa da arvore esta realmente uma zona de guerra entre os marcianos, me pergunto em que parte da noite conseguimos tinta, pois tudo esta pintado de rosa, preto, verde e roxo com vários desenhos de coisas inúteis.

Tento me levantar sem acorda ninguém, coisa que e impossível, pela primeira vez desde que comecei a beber minha cabeça não esta doendo, isso deve ser alguma evolução, Zoey gemeu em protesto quando tentei tirar minha mão da sua cabeça, ela me puxou de volta.

Levantei-me com grandes esforços, as duas tiveram que levantar comigo, me espreguicei tentando não sujar minha mão no teto. Pude ver que elas também estão sujas de tinta rosa.

-O que aconteceu com esse lugar? - pergunta Lily horrorizada. - Ta parecendo uma casa da Barbie, meu deus! Isso aqui é?

Ela aponta para uma imagem, eu olho para Zoey e nos duas caímos na gargalhada. Parecia, mas não era a Lily sempre foi a mais inocente do grupo, por isso tinha tanta dó, quanto apreensão por seu namoro com Natan.

Fiz uma careta com o que estava escrito, me dei conta só depois do que significava, me coloquei na frente broqueando a escrita.

- Vamos descer? - pergunto - eu estou necessitando de um café agora, todas nós estamos, então o mundo vai saber que Zoey Lauvore esta viva e bem, provavelmente muita gente vai tentar te matar, esquarteja, fazer picadinho de você como acho que seus pais vão fazer, mas e a vida. - digo dando de ombros.

Como uma boba fiquei olhando para elas descendo a corda, quando a área estava limpa olhei para trás. Tinha uma mensagem, escrita em negrito com uma letra antiga.

Quer saber o que é a colheita? Venha ao Rednith sozinha na sexta a noite. Com todo o meu ódio.
JB.

Peguei a pequena lata de tinta e joguei em cima do escrito, a tinta escorreu manchando todas as embalagens de salgadinhos que estavam no chão. Pulei da casa sem usar a corda, fazer o que? vantagem de ser metade Freya.

Quando entrei na casa dos Johnson estava uma bagunça, a senhora Johnson estava chorando com o telefone na orelha, o pai da Lily estava aparentemente dando um sermão em Zoey. Considerei sinceramente sair de fininho, sabe, evitar a fadiga, mas o senhor Johnson me viu antes.

- Você também mocinha! - diz ele apontando para mim - Como vocês puderam esconder uma coisa dessas! Não viu o sofrimento da família dela, vocês três vão ficar de castigo pelo resto das suas vidas! - essas últimas palavras pareceram que saíram em câmera lenta, como ficaria de castigo se possivelmente poderia morrer a qualquer momento?

- Senhor J, nós não... - tentou Zoey, só que ele a interrompeu.

- Quero que saiba que estou muito decepcionado com vocês, você principalmente Zoey, como pode fugir de casa? Eles não te deram tudo o que você queria?

Suspirei vendo que a conversa ia demorar mais do que estou comprometida a ouvir, então me desliguei, JB. James Blanked, não via ele desde quando fui para 1843, ele foi meu torturador, pelo seu porte obviamente era um líder. Não duvidaria se ele mesmo fosse esse negócio de colheita.

Mordi meu lábio lembrando da água, do pano e da mesa, só de pensar estremeci. Não iria nem que
Dumbledore viesse dos mortos me dizer que estava tudo bem para eu ir.

-... não poderam ser mais amigas - diz Robert me tirando do devaneio.

- Oque?! - gritamos nós três juntas, nos entre olhamos antes de lançar olhares de raiva para o senhor Johnson.

- Você não pode! - grito.

- Se fizer isso fujo de novo! - gritou Zoey.

- Eu me mato! - grita Lily, todos param e olham para ela pasmos, ao percebe o que tinha dito da de ombros - não ia ser grande coisa, varias pessoas morrem todos os dias, eu não sou nada mais do que uma adolescente em um pequeno colégio, em uma pequena cidade cheia de pessoas esquisitas.

Apesar de achar aquilo bem perturbador, melodramático, assustadoramente adolescente em crise sabia lá no fundo que ela esta certa, que muitas pessoas morrem todos os dias e que nem todos os assassinatos são solucionados.

- Criança não brinque com minha boca paciência, hoje eu não estou bem para isso. - diz ele furioso - sua mãe esta ligando para a Eve e Júlia, vocês estão na maior enrascada.

Suspirei me encostando na cadeira, minha mãe não faria nada mesmo, sabia que Zoey tinha voltado, assim como Sam, hou Sam, o que eu irei fazer com ele? Com Mason? E com Jack que não deu notícia até agora, ele estava tão esquisito, preciso falar com ele urgentemente, se ele soubesse o que estava acontecendo comigo talvez voltasse a ser o carinhoso Jack que conhecia.

Pedi licença para os pais da Lily e subi as escadas, tinha que tomar um banho urgente, Lily sempre tem os melhores shampoos de cabelo, proucurei alguma roupa no guarda roupa de Lily que já estava acostumada com eu pegando suas roupas.

Peguei uma blusa xadrez meio decorada, um short meio curto. Lavei meu cabelo duas vezes.

Olhei no espelho, passei base em baixo dos olhos, lápis preto por cima dos olhos em cima como se fosse delineador e um pouco de bloche nas minhas bochechas paridas deixando as meio corada, com um aspecto mais natural.

Desci para a zona de guerra novamente, minha mãe estava ajudando com o sermão da senhora Lauvore, elas estavam apontando para as duas com olhares acusadores. Subi as escadas novamente correndo, finalmente tinha tido sorte e me safado.

Liguei para primeira pessoa que veio a minha cabeça, Sam, nós precisávamos ter uma conversa grande. Abri a janela do quarto da Lily, olhei para os lados quando subi no parapeito, respirei fundo, corri pelo telhado e pulei.

A sensação foi ótima, de liberdade, as botas vermelhas super confortáveis da Lily me ajudaram muito na aterrissagem. Eu com certeza devo estar parecendo uma estriper, com os short preto curto não ajudava muito para disfarça. Nem cinco minutos depois a moto preta de Sam esta na frente da cada dos Johnson.

- O que aconteceu co... - diz ele tirando o capacete, seus cabelos estão maiores caindo pela sua testa deixando ele com um aspecto mais jovem - Uau Natalie! Isso é tudo para mim?

Balanço a cabeça pegando o capacete de sua mão e colocando.

- Você sempre foi tão convencido? - pergunto irônica - lembro de você dizendo que me amava, era o segundo amor da sua vida, e varias outras coisas meladas, acho que posso postar isso no facebook...

- Você não ousaria. - diz ele fingindo se de furioso.

- Duvidas da minha capacidade de maluquice?

- Não, eu sei que você é maluca, isso pode ser comprovado cientificamente. Só acho que um certo carinha me mataria por isso.

Minha respiração falha por um minuto, falar de Jack esta bem mais difícil do que pensar nele, enlaço minha mãos na sua cintura encostando minha cabeça no seu ombro, inspirei. Hum.... Jasmim. Estava com saudade desse cheiro, que já me trouxe tanto tristeza como segurança.

- A situação esta meio complicada comigo e com Jack, ele esta meio esquisito, parece distante.

- Isso deve ter algo a ver com os pais dele. - diz Sam balançando a cabeça - Eu disse que era para ele esquecer aquilo.

Hum... Os pais de Jack sempre foi um assunto restrito para nós, só sei que ele foi abandonado em um orfanato quando tinha a idade amaldiçoada, 5 anos.

- O que os pais deles tem a ver com isso? - perguntei quase gritando por causa do zumbido da moto.

- Ele não te contou? - grita - Os pais dele o acharam e o quer de volta.

Colheita - segundo livro da trilogia RedinyOnde histórias criam vida. Descubra agora