capítulo 19

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Os seguranças tiraram suas armas e apontaram para mim, ergui um sobrancelha para James. Ele levantou a mão e os seguranças abaixaram suas armas.

— Você necessita de violência? — pergunta inocentemente. — Não vou lhe machucar Natalie, mas depois do que eu te contar você quiser fazer isso, vem da sua parte.

Soltei o ar pelos dentes, revirei os olhos abaixando a arma até ficar em frente ao seu coração.

— Comece.

— Bom, bom — diz ele bebeliscando sua bebida. — Sabe quando dizem que a mãe natureza é má, não estão mentindo, ela é muito traiçoeira e não gosta de ser enganada. Você por sua vez é uma prova de que era foi enganada.

— O que isso tem a ver?

— Calma que já estou quase lá — diz ele — Tem vários adoradores da natureza que sabiam da sua chegada antes mesmo de você existir, tentaram impedir que se fundisse com Freya, mas eu sendo eu adoro irritar os outros. A colheita é a forma de vingança dela, tudo começa com uma alma perdida em noite de lua cheia. Eles marcam suas vítimas nas mãos, os marcados estaram predestinados a morte, eles são bem seletivos, aposto que alguém já foi marcado.

Deixo cair a arma sem querer, minha respiração fica acelerada, pego a arma de novo apontando para a cabeça dele.

— Ta mentindo! — digo com os olhos marejando — Ta mentindo e eu vou te matar por isso.

Ele sorri.

— Então alguém já foi marcado, eu estou apostando todas minhas fichas em alguém próximo, deixa eu ver — diz ele colocando um dedo na boca pensativamente — Talvez sua mãe.

— M-me diz como impedir isso — digo com a voz tremendo.

— Eu acho que você já sabe a resposta.

Me levantei de súbito, eu sei a resposta. Apontei a arma para sua cabeça novamente.

— Me dê um bom motivo para não te matar. — digo e penso melhor — suas últimas palavras?

— Pode me matar, os seguranças não vão atirar em você nem nada, minha ultimas palavras são... hum... não tenho já que sei que você não vai me matar.

— Por que eu faria isso, morro de amores por você, me torturou, me fez ir para 1843, desencadeou algo que pode matar todos que amo. E apesar disso vou ter piedade de você?

— Te ajudei — diz ele simplesmente. Sorri e atirei, só que infelizmente ele me ajudou então atirei no seu joelho.

— De nada — digo indo para saída enquanto ele gritava.

Corri até o bar, peguei uma garrafa que estava em cima do balcão e virei, hum, que gosto horrível tem a cerveja.

Sai do Rednith com uma garrafa de vodka na mão, fui para o carro da minha mãe decidida a acabar logo com isso, peguei a bolsa de alguém no bar também na esperança de ter uma caneta e papel.

Dirigi até Gostle, um penhasco onde muita gente tinha medo de ir por ter fantasmas lá, eu por minha vez não estou muito bem para se preocupar com isso.

Sentei na beira do penhasco com a garrafa de vodka na mão, fiquei balançando os pés enquanto olhava para queda que provavelmente me mataria. Vasculhei na bolsa, achei um pequeno bloco de notas com uma canetinha da Hello Kit, olhei com desdém para a caneta.

Comecei a escrever no pequeno bloco, mas acabei desistindo. Joguei a bolsa pelo penhasco e comecei a imaginar se isso ia doer, sabe, sair girando, batendo a cabeça e quebrando partes do corpo deve doer um bocado. Bebi mais um pouco sentindo o peso da traição dos outros, como eles puderam mentir para mim?

— Por que você mãe natureza não vem em carne viva me matar? Estou bem perto de fazer isso sozinha.

Nenhuma resposta, não esperava por ela mesmo, olhei para cima as estrelas estavam tão visíveis hoje, a lua, céus a lua, esta tão linda. Talvez eu não sinta dor, vai ver alguém lá na lua quer o meu bem, já como muita gente aqui em baixo só quer meu mau.

Deitei por um instante inspirando o ar da natureza, tão puro. Me sentei olhando novamente para as rochas, pedras e logo depois a água.

Levantei-me e dei vários passos para trás, inspirei fundo mais uma vez e corri, pulei sem nenhum arrependimento.

***

Senti um aperto no coração repentinamente, sentei na cadeira de balanço perto de Mary. Ela colocou a mão no meu ombro.

— Eve você esta bem? — pergunta ela gentilmente, balanço a cabeça em negativa, a dor continua. Tem algo de errado acontecendo.

— Eu só estou... — digo com a voz falhando. Coloco a mão no meu coração.

— A Natalie saiu hoje — diz ela de repente — eu tentei impedir, só que ela estava com seu carro.

Olhei para cima para lua antes de perde a consciência.

***

Fiquei submersa por um estante, meus pulmões estão ardendo muito enquanto tento pegar respiração. Estou até com medo do que Natalie possa ter feito, tento pegar meu telefone, mas acabo caindo no chão.

Tudo é só o zumbido que pita no meu ouvido, pontinhos pretos mancham minha visão, aperto o tapete desejando que Ethan estivesse aqui, nesse pequeno apartamento que persuadi o gerente a fazer um presinho camarada.

Coloco a mão na minha barriga pensando em como seria nosso filha antes da minha respiração acabar.

Colheita - segundo livro da trilogia RedinyOnde histórias criam vida. Descubra agora