Capítulo 30

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Freya me fez colocar um sobre tudo com a desculpa de que estaria frio do lado de fora, já estávamos na rua quando ela fez uma ligação pelo celular. Disse algumas coisas estranhas aparentando de outra língua e depois desligou.

- Como é que você tem tantos contatos? Caramba, você chegou aqui a apenas 5 meses.

Ela sorri olhando para algo atrás de mim, seus lábios estavam cheios de um batom vermelho. Ela fez um coque deixando alguns cachos soltos, eu optei por deixar o meu solto mesmo.

Um carro preto para na nossa frente, um homem alto de cabelos pretos grisalhos aparece em um terno elegante.

- Senhoritas - ele fez uma pequena referência - sou Edgar, a senhora Murphy mandou vim busca-las.

Ele abriu a porta e Freya entrou, dei uma última olhada na rua para ver se tinha algo suspeito, mas tudo o que vi foi um morador de rua sentado no banco olhando para nós. Dentro de carro é bem espaçoso, tem duas máscaras uma preta e uma branca no outro lado do banco.

- Um concelho, não beba as bebidas da festa os oruscurares são conhecidos por saber realmente se divertir.

- Certo. Você sabe como ela é?

- Pode se dizer que é um pouco sombria, vamos tentar fazer um acordo com ela.

- Ótimo.

Coloquei minha mascara preta simples, chegamos em uma grande mansão cor de cobre, vários carros estavam estacionados com pessoas com mascaras saindo. Suspirei saindo, Freya pegou meu braço arrastando-me para dentro.

O grande salão estava quase que uma boate, pessoas dançavam, enquanto outras só ficavam sentadas olhando enquanto bebiam. Só de ver cada cara de mau andando por todos os lados comecei a tremer.

- Permaneça calma - diz ela apertando minha mão - tente dançar um pouco para não levantar suspeitas. Vou procurar Rosana. E lembresse de não beber nada que lhe oferecerem.

Antes de poder impedir ela sai pela multidão me deixando sozinha, fico igual uma estatua olhando para ela se afastando.

- Bela moça gostaria de dançar comigo? - pergunta um homem de terno se aproximando. Ele estendeu a mão para mim, fiquei na ponta dos pés procurando Freya só que ela não esta em lugar algum.

Pego sua mão olhando nos seus olhos, ele não é sombrio, seus olhos são castanhos claros, então o que resta é um oruscurar. A música lenta não ajuda muito quando ele começa conduzir.

- Perdão - digo quando piso no seu pé pela terceira vez.

- Você não é daqui - diz ele, congelo onde estou - quero dizer é a primeira vez que eu a vejo.

- Ha - solto o ar - eu vim aqui com uma amiga.

Ele aperta minha mão com a sua me conduzindo pelo salão, me gira algumas vezes. A música acaba e eu me afasto, só que ele me segue.

- Quer uma bebida? - pergunta ele.

Não beba nada que te oferecerem, pude até escutar a voz da Freya ecoando na minha cabeça.

- Não obrigada.

- Tem problemas com a bebida? - pergunta ele.

- Não, só estou um pouco enjoada. - invento na hora - não acho que seja uma boa ideia juntar isso com bebida.

- Uma pena, a batida daqui é uma delícia - diz ele pegando um copo na mesa - ela revela seus segredos mais sombrios.

Sorriu nervosa.

- Não tenho segredos sombrios - digo com as mãos soando.

- Uma pena - ele toma um gole da bebida - pois eu tenho.

- Legal - contínuo sorrindo para ele enquanto dou uma verificada no salão a procura de Freya.

Tenho que dar um jeito de sair daqui, ele começa a falar sobre como é bom com o arco e flexa, sigo assentindo com a cabeça a cada pausa dele. Uma mão segura a minha, viro para ver Freya.

- Você sumio, vamos eu a encontrei e ela quer falar com nós duas a sós. - Diz me puxando.

- Moça bonita como disse que era seu nome? - pergunta ele.

- Não disse - digo seguindo Freya.

Entramos em uma sala toda cor de vinho, uma mulher esta sentada em um divã vermelho bebendo uma bebida colorida. Ela usa uma espécie de túnica vermelha, sua maquiagem é como se tivesse feita por um profissional , seus cabelos pretos cheios de cachos caiam sobre seus ombros.

- Natalie Silver, vocês duas são famosas. A antiga rainha do mau e a garota que desencadeou o ódio da mãe natureza. Como posso mesmo ajudar vocês? - pergunta ela com sua voz angelical.

- Soubemos que você tem feitiços, precisamos de um que corte um laço entre duas pessoas.

- Amor? - sorri com seus lábios cheios de botom.

- Não, separação de vinculação indesejada. Não amor.

- Isso, hum, é novidade, vocês estão nesse estados deis de quando?

- Há 5 meses - digo falando pela primeira vez.

Ela me analisa os com olhos brilhando, sorri pelo canto dos lábios.

- Gostei do seu vestido. Acho que podemos fazer um acordo sobre isso, preciso de uma coisa e acho que vocês podem conseguir.

- O que? - dizemos eu e Freya ao mesmo tempo.

- Soube de um colar que tem na sua cidade, colar de Claytos eu acho. - diz olhando para suas unhas que por um acaso gigante também é vermelha. - tenho uma maldição sobre mim, ninguém pode se apaixonar por mim.

Ergui uma sobrancelha, ela é o tipo de pessoa que falia uma modelo fazer um pacto com o diabo para ser igual e diz que ninguém pode se apaixonar por ela.

- O que?

- Fácil, a pessoa se apaixona e - ela estala os dedos - morre. O amuleto tiraria essa maldição de mim.

- Por que você não disse quando estávamos em Clovelly. Fez nós viajarmos para cá só para falar que temos que voltar.

Ela riu. Pegou uma pequena adaga na sua mesa ao lado, a girou na mão e então se cortou. Deixou o sangue cair dentro de um pequeno copo.

- Bebam do meu sangue para celar o acordo e eu beberei do seus. - diz ela passando o copo por de baixo do nariz e inspirando o cheiro.

- O que? De jeito nenhum. - digo.

- Natalie - grunhi Freya. - Com nós fazendo isso você pode nos desconectar?

- É o propósito. - diz Rosana ainda sorrindo.

Freya tira uma faquinha da sua bolsa verde, pegou um copo e se furou. Agachei pegando a adaga da bota, peguei o copo com Freya e fechei os olhos enquando pressionava a faca contra minha pele. Apertei a ferida deixando o sangue cair no copo.

- Espero não estar fazendo um pacto com o demônio - sussurro. Freya me da uma cotovelada na costela - não que eu ache que esteja fazendo. A senhora parece super gente fina.

Ela estende o copo com seu sangue para mim, o pego com as mãos tremendo bebo logo de uma vez.

- Essa será minha garantia - ri Rosana. - espero que tenha bons sonhos.

Olho para Freya que esta olhando assustada para Rosana, logo percebo que a única que pode ter bons sonhos sou eu, a única que bebeu do sangue dela.

- Isso não foi o acordo. - rugi Freya.

- Os acordos mudam, consiga o colar até a próxima lua cheia e ela vive, não faça isso e eu irei fazer questão de mata-la.

- Freya - digo pegando sua mão para me equilibrar. Meus pés começam a parecer gelatina, pontos pretos maxam minha visão.

- Sua bruxa - xinga Freya. - se você a machucar antes do prazo chegar, eu farei questão de queimar esse lugar.

Foi em alguma parte dessa frase que tudo apagou, incluindo eu.

Colheita - segundo livro da trilogia RedinyOnde histórias criam vida. Descubra agora