Coloquei a mão na boca e corri, meu estômago revirou repentinamente. Peguei a primeira bacia que vi e soltei tudo o que tinha dentro do estômago, meus olhos estavam cheios de lágrimas quando terminei. Como ele pode?
Essa pergunta não saiu da minha cabeça quando voltei para o quarto, podia ver que eles estavam falando, só não tinha interesse em ouvir. Nem quando me encaminharam para o carro, nem quando cheguei em casa, caminhei até meu quarto como um zumbi depois voltei a dormi.
- O sacrifício está chegando - cantarolou alguém - impessa a colheita e todos vivem, ó colheita ó colheita.
- Sinta que esta saindo ó colheita, sinta que vai evoluir. - cantou outra pessoa. - eles vem chegando dá colheita.
Acordei com um barulho na janela, levantei devagar e fui até ela. Parecia que alguém estava batendo, abri a janela e dei um pulo, lá estava o gatinho preto de olhos verdes.
- Gatinho - pego ele no meu colo acariciando sua cabeça enquanto ele ronrona. - Deus! - exclamo quando vejo sua pata ferida, ele estava cheio de sangue e sujo, me pergunto como ele chegou aqui, será que ele me seguiu?
Corro até o banheiro e começo a encher minha banheira com água morna. Encosto os dedos em sua pata machucada e fecho os olhos me concentrando. Vejo a luz branca através das pálpebras, os abro vendo o gatinho lambendo meu dedo.
- Quer tomar um banho? - ele mia alto em protesto, só que nego com a cabeça - eu te curei, agora você tem que fazer algo por mim também.
Relutante ele me deixou coloca-lo na banheira, peguei meu shampoo e condicionador. Passei tudo de leve nele depois peguei a toalha para enxuga-lo. Ele era tão pequeno que não demorou muito para conseguir que ele ficasse seco, o enrolei eu um pequeno coberto que estava no meu guarda roupa deixando ele na cama. Voltei para o banheiro pronta para tomar banho, depois de tomado voltei para o quarto, larguei meu roupão no chão pronta para colocar o pijama.
- Que corpinho bonito - diz alguém me fazendo pular. Peguei minha camisola a colocando em tempo recorde. - não se esconda gracinha.
Olhei em volta pronta para atacar alguma coisa na cabeça de alguém.
- Quem esta ai? - tento parecer corajosa.
- Você pode me ouvir? - ele constatei que era "ele" parecia surpreso com isso, não sei o motivo.
- Claro que posso, não sou surda.
Ele riu, uma risada bem estranha para meu gosto.
- Isso não é inédito para mim, já conheci pessoas como você, só que elas decidiram me ignorar. Acontece.
Não estava entendendo uma virgula do que ele estava falando, mas consegui alcançar meu sapato prataforma, o que devido a situação ajudava muito.
- Pessoas como eu?
- Sim, boba, não sabe o que você é ou esta se fazendo de idiota para mim mesmo?
Não era possível alguém esta invisível, então comecei a andar pelo quarto em busca de alguém, olhei no armário, no guarda roupa na sapateira. Nada.
- Onde você esta? - resmungo.
- Você esta procurando uma barata? Adoro as caçar, quer ajuda?
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Colheita - segundo livro da trilogia Rediny
De TodoOs fantasmas do passado voltam com tudo na vida de Natalie. Que tenta ajudar sua mãe gravida com risco de morte e passar no colegial. E o pior, ela tem que trabalhar. Felipe tem mais coisas escondidas do que esta falando. Natalie descobre mais...