capítulo 10

55 7 0
                                    

- Nossa! - sussurrou Mason atrás de mim, não estava me importando muito com a presença dele no momento. E apesar que isso pode parecer infantil demais, tudo que eu quero agora era minha mãe.

Inspirei fundo me levantando, limpei as lágrimas com as costas das mãos, olhei pelo pequeno vidro embaçado da porta para pessoa horrível no reflexo, o que eu me tornei? Dependente do Jack?

Isso não poderia ficar assim, não ia desistir dele com tanta facilidade, tinha alguma coisa acontecendo, isso eu tenho certeza e eu vou descobrir.

- Eu acho... - deixo as palavras vagar pelo ar, porque eu realmente não sei o que eu acho, esse é o problema.

- Conversa ajuda.

- Eu não quero falar sobre o Jack.

- Não precisa ser sobre o Jack, podemos falar sobre qualquer outra coisa. Tipo sua vida, ou a minha vida ou até a vida dos outros se preferir.

Sorri de leve, me virei para descobrir o motivo de tanta descordia de Jack, Mason estava sem camisa e eu só tinha percebido isso agora.

- Pode colocar a camisa primeiro? Eu vou lá na cozinha pegar algo para beber.

Ele concorda com a cabeça enquanto eu ando para cozinha. Uísque. Eu preciso de uísque, ele deve estar aqui em algum lugar. Hummm... Achei.

O levei junto com dois copos para sala, Mason estava encostado no sofá olhando para o nada, me aproximei sentando ao seu lado.

- Você já viu como aquele quadro é bonito, a textura, a moldura e a foto. - diz ele pensativo.

Olho para moltura marrom com traços em formato de flores esculpidas, a foto era minha, da minha mãe e Maycom. Foi no dia mais feliz desde que descobrimos que minha mãe estava grávida, em uma manhã tinham decidido fazer um piquenique no jardim, com muita resistência minha eles conseguiram me arrastar para isso. Fizemos várias brincadeiras enquanto comia, falamos sobre a vida e como séria legal quando a criança nascesse.

- Foi um dia feliz. - digo - Quer uísque?

- Na verdade sim.

Sorri colocando uísque nos copos, ele pegou virando em um gole, fiz o mesmo com meu.

- Só mais um, eu não sou muito boa com bebidas - digo sorrindo.

- Vamos conversa, quer falar sobre o que?

- Falaremos sobre você. De onde você veio?

- Hummm... Clovelly. Na verdade não sei muito bem - ele riu virando outro copo - não me lembro de nada a partir dos meus 5 anos.

- Como assim?

- Só me lembro de acorda em um hospital, me disseram que tinham me deixado lá. No começo não entendi muito, mas depois percebi que eles tinham me abandonado.

- Nossa, que coisa horrível. - digo virando outro copo.

- Eu sei. Fiquei no orfanato por muito tempo, quando completei 11 anos um casal de idosos me adotaram, quando tinha 16 eles morreram. Fiquei com um amigo depois disso, não deixaria que eles me levassem para aquele lugar horrível outra vez.

Franzi o cenho, será que todas as desgraças possíveis acontecem quando temos 5 anos de idade? Vai ver Clovelly tenha uma maldição dos órfãs. Ainda mais com 5 anos de idade.

- Isso merece outro copo. - digo colocando mais uísque no copo de cada um.

Ele se alonga.

Depois de metade da garrafa depois, estávamos dançando ao som da chuva, colei meu rosto no seu peito enquanto as lágrimas caiam do meu rosto.

- Boaaaa, vamom bebis maizi unz tiquizo? - pergunta Mason rindo.

Pego a garrafa virando dela mesma, passo para ele que faz o mesmo. Dançamos mais um pouco.

- Bamo xenta?

- Zoa riteia.

Sentamos no chão, passo a mão no seu rosto.

- Uão mazio. Jarece zeda, Mason, voze guer be bebar?

- Bebar voze? - ele ri - lão é beu tipo.

Ele diz isso só que se inclina para frente, Bato na cara dele com as costas da mão.

- Zenho namirada. Be respite.

Pulo em cima dele e colo meus lábios nos seus. Logo depois me afasto assustada. Ele parece tão assustado quanto eu, pela primeira vez dei-me a liberdade de olhar seus olhos, eles são castanhos claros com algumas pontinhas verdes. Ele franziu o cenho para mim, peguei a garrafa e dei um gole no uísque, ele desceu queimando minha garganta.

- Zoze ta vem? - pergunta ele calmamente.

Balanço a cabeça. Virei a garrafa toda na minha garganta me fazendo engasgar com a queimação na minha garganta, lutei para respirar por alguns instantes, Mason chegou até mim dando batidinhas nas minhas costas.

Peguei seu rosto com as mãos, olhei nos seus olhos.

- Jack - sussurei fechei os olhos e o beijei, não sei porque fiz isso, só de olhar para seus lábios me sentia hipnotizada, eles eram tão carnudos e rosados.

O puxei para mim, ele me deitou no chão enquanto me beijava, a chuva continuava a cair do lado de fora. Passo as pontas dos meus nas suas costas puxando sua camisa para cima, ele começa a beijar meu pescoço quando aperto os olhos.

- Zoze... - sussurro pegando seus rosto para ele ficar cara a cara comigo - Zoze.

Me sinto sonolenta, puxo ele para mim novamente o beijando.

Acordei com alguém me batendo - sim, me batendo - ainda mais com uma vassoura. Pulei para olhar Mary vermelha de raiva com uma vassoura na mão. Olhei para os lados onde Mason estava deitado ao meu lado sem camisa, vi que estava só com um mini short azul escuro e um sutiã preto da Victoria secrets.

Levanto para sair de perto de Mason, minha cabeça dói e meu estômago revira fazendo com que eu corra para o banheiro para vomitar.

- Eu estava brincando criança! - grita Mary - Você bebeu meu uísque.

Limpo minha boca enquanto escovo meus dentes, lavo meu rosto e saiu do banheiro com meio estômago doendo igual a minha cabeça.

Vejo que Mason ainda esta meio sonolento no chão. Meu deus! O que que eu fiz?

Eu realmente não lembro de nada depois de Jack ter ido embora. Corro até a cozinha e pego um pote deixando que ele encha enquanto pego gelo, os jogo no pote cheio de água e corro de volta para sala.

- Natalie Silver não faça isso... - mas eu fiz, joguei um pote de água gelada no rosto de Mason, ele levanta em um pulo.

- Meu deus garota você é louca! Isso poderia me matar com um choque térmico - ele grita me olhando.

- O que aconteceu ontem anoite Mason? - grito para ele.

- O que? - pergunta confuso.

- O que aconteceu ontem? - uma sensação horrível veio crescendo dentro de mim, eu não fiz isso com ele. Não posso ter feito, minha primeira vez deveria seu especial, com JACK. JACK, o que eu vou fazer?

Ele olhou para mim, depois para ele, ai olhou para Mary que fitava a cena calada no seu canto.

Arregarou os olhos.

- Droga!

Colheita - segundo livro da trilogia RedinyOnde histórias criam vida. Descubra agora