capítulo 40

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Abro meus olhos vendo que estou em um quarto vermelho, minha respiração para quando vejo Natalie deitada na cama branca igual a gesso, sua respiração pesada e constante me assusta mais que tudo.

Corro até ela colocando a mão sobre sua testa, ela esta fervendo. Coloco sua cabeça no meu colo beijando sua testa. Ela resmunga do jeito que amo colocando sua mão sobre a minha.

- Jack - ela sussurra apertando minha mão contra seu rosto.

- Eu estou aqui, estou aqui por você. - passo a mão no seu cabelo tirando-o do seu rosto.

Ela não esta bem, a aperto contra mim a abraçando. Como pude deixar ela sozinha, ela não sabe se cuidar, deve ter pulado em uma piscina cheia de gelo. É isso que ela faz, as vezes corre riscos desnecessários.

Beijo sua cabeça a balançando. Ela de repente fica rígida, começa a tremer compulsivamente. Afasto vendo que ela ainda esta dormindo, a abraço ainda mais forte sem saber o que fazer. Será que o povo dessa casa não tem consciência de que ela esta doente? Será que eles não ligam para ela do jeito que eu ligo?

- Acho que você não deveria estar aqui. - diz Natalie com os olhos nos meus, mas seus olhos estão cheios de lágrimas quando ela pula em cima de mim me abraçando - Mas diga que isso é um sonho e que você não vai embora. Diga que eu morri e estou no céu, diga qualquer coisa só vai fazer com que eu te queira cada vez mais aqui.

- Mas você vai se casar. Você o ama, eu vi.

Ela se afasta olhando nos meus olhos, coloca a mão na minha bochecha.

- Você acredita mesmo que eu amo alguém além de você? - pergunta.

Balanço a cabeça e me inclino para a beijar, ela ainda esta quente, muito quente. A deito na cama enquanto a beijo em todo seu rosto, ela ri do jeito que amo me afastando um pouco. Seus olhos se enchem de lágrimas novamente.

- Não chora - digo passando o dedo no seu rosto - você é a minha garota forte, não gosto de verá chorando.

- É que eu queria que fosse real, queria que você pudesse ficar e me amar do jeito que te amo. - ela se afasta mais um pouco - mas eu tenho que casar com o Blake, você não entende.

Um grande sentimento de ódio se apodera de mim, levanto da cama me afastando dela, ela se encolhe cada vez mais a cada passo que dou.

- Por que? - sussurro furioso - você disse que me ama, disse que quer que eu fique. Fique por você, é só dizer que eu de levo para longe daqui, a gente nem precisa voltar para Clovelly, podemos ir para o Alasca, viver com os pinguins, mas viveremos felizes.

Ela balança a cabeça.

- E todos que amo iram estar mortos, não possi viver com o peso da culpa no meu coração Jack. Eu queria ser forte e dizer para me levar para longe daqui, queria de verdade, mas isso iria me destruir. - diz ela colocando a mão no coração.

Ando de um lado para o outro, passo a mão pelo cabelo suspirando entre os dentes.

- Esta acontecendo novamente, você esta fazendo o que fez quando voltou ao passado, ta colocando os outros em primeiro lugar na sua vida. Não esta me dando escolha na sua jornada, esta me excluindo de dar minha opinião.

- Não é isso. - balança a cabeça chorando.

- É o que então? Por que você tem que casar com ele?

- Porque se eu casar com ele, a mãe dele vai acabar com a colheita, e eu não vou precisar me matar. - grita ela chorando. Ela se enrola na coberta, começa a tremer de tanto chorar.

Não me aguento e vou a abraçar, ela se agarra a mim chorando no meu ombro. Fecho os olhos desejando passar a solidão dela para mim, fazer ela parar de chorar tão desesperadamente.

- Vai ficar tudo bem. Tudo bem. - digo a balançando. - Isso vai passar.

Ela só chora, não diz mais nada depois disso, eu é quem não vou atrapalhar o momento dela. Por fim ela se afasta um pouco, gruda seus lábios nos meus selvagemente, seus lábios estão macios por causa das lágrimas.

- Você sabe que tem que ir embora, não é? - pergunta recuperando a respiração.

- Você quer que eu vá embora?

- Claro que não, mas isso agora não vem de mim. - ela sussurra no meu ouvido - eu não quero que você vá, eu preciso disso. Haverá alguma vida onde poderemos estar juntos, envelhecendo sem nenhum problema a não ser a morte para nos separar.

Balanço a cabeça pegando seu rosto com as mãos.

- Eu não vou te deixar novamente Natalie Silver, você pode ser a pessoa mais teimosa que eu conheço, também pode ser o único amor da minha vida, mas de uma coisa eu tenho certeza. Não irei lhe deixar.

- Você precisa. Você prefere que eu morra? Prefere que eu viva longe de você ou prefere que eu morra e fique longe de tudo e todos?

- Você sabe minha resposta.

- Diga.

- Eu prefiro você viva.

Ela concorda com a cabeça.

- E eu prefiro você morto. - diz uma voz atrás de mim.

***

Meu coração congelou com a imagem do ódio do Blake direcionado para Jack. Nós três ficamos um tempo nos entre olhando.

- Você pode me explicar o que ele esta fazendo na minha casa? - rugi Blake.

Tento segurar Jack, mas ele corre na direção de Blake lhe dando um belo soco na cara, Blake revida e os dois começam uma luta selvagem.

Me levanto apoiando me na parede.

- Gente para com isso - grito e uma sensação ruim se apodera de mim - gente por favor.

Eles não me escutam, até parece que alguém em uma luta já me ouviu. Me a próximo dos dois rodando no chão enquanto metiam a porrada um no outro.

Peguei meu abajur - não me juguem, acho que ele vai fazer mais estrago do que meu travesseiro - e ataco neles. Minha visão esta borrada pelas lágrimas o que me fez acerta uma parede do lado contrário deles.

- Gente! Para com isso e conversem igual adultos. - grito. Novamente nenhuma reação deles.

O que fazer com essas pessoas que não e escutam? Parece que sou até um fantasma, eu não sei desde quando ninguém me escutava quando estava brigando.

Eles vão acabar se matando assim. Começo a tentar tirar um de cima do outro, e com o esforço pude sentir meu corpo ficando mole, lembrei que ainda estava doente quando bati na parede enquanto caia.

O incrível foi que eles pararam a luta.

- Natalie, respire de vagar. Vai ficar tudo bem. - diz Jack vindo até mim.

- Não encoste na minha noiva - rugi Blake - Natalie minha mãe fez algo para você tomar de duas em duas horas.

Ele coloca a mão no bolso e Jack coloca a mão na minha boca.

- Você não pode dar coisa de bruxa para ela. Você é louco.

- Humbugumrunum - foi o que consegui dizer com a mão de Jack tampando minha boca.

- Não me obriga a fazer você virar um sapo.

Revirei os olhos enquanto fechava os olhos, o que foi uma péssima ideia já que quando fiz isso não cansegui os abrir mais.

Céus! Eu acabei de deixar os dois sozinhos para se matar.

Colheita - segundo livro da trilogia RedinyOnde histórias criam vida. Descubra agora