capítulo 32

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Jack

Ela me odeia.

Corri passando por Kyle e Sam, corri pela rua, corri pela floresta, corri até me perde. Me agachei ofegante, sabia que não deveria ter ficado, não controlei as duas vezes que marquei. Era puro instinto, mesmo assim eu me odeio por isso, ela me odeia por isso.

Deitei na grama olhando para o céu, por que eu tinha que ser filho da minha mãe? Poderia ter sido algum bebê abandonado na maternidade que estaria melhor do que estou agora.

Tentei lembrar da ultima vez que vi Natalie sorrindo de verdade. Mas não o sorriso dos últimos dias que as vezes eram só para nos acalmar mostrando que ela esta bem e que é durona. Aquele sorriso leva cheio de felicidade e calisma que só ela consegue dar.

Ela sorriu assim quando estava na entrevista de emprego, sorriu quando começamos a nos beijar, quando beijei seu pescoço tentando achar um apelidinho romântico para ela.

- Fofa?

- Ai você esta me chamando de gorda. - sorri ela.

- Amorinha?

- Agora você esta me chamando de peluda - ri ela. - Talvez, a gente possa encontrar isso com o tempo.

- Tempo é tudo o que a gente tem não é? Pois bem, acho que vou procurar um livro de apelidos fofos para namoradas na biblioteca de Yut... Não acho que vou encontrar, afinal, estamos falando do Yut o cara não romântico.

- Tadinho, ele deve ter alguém especial na sua vida. não quer seus filhos se intrometendo. E isso é exatamente o que você e Charlotte fariam se ele contasse, estou errada?

Balanço a cabeça. Ela afunda seus dedos no meu cabelo fazendo vários circulos enquanto tateava minha nuca. Me puxou para perto me beijando, depois se afastou.

- O que? - pergunto.

- Nada, é que estava pensando em uma coisa - ela balança a cabeça - não foi nada. Acho que estou um pouco assustada com a chegada da minha paterna, fico com medo dela ser uma megera que não tem coração.

Colheita - segundo livro da trilogia RedinyOnde histórias criam vida. Descubra agora