8. O Castigo

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O final de semana passou rápido e com ele os dias dos primeiros testes chegaram, foram aflitos e também passaram.

Era uma quinta-feira dia 30 de setembro, os testes haviam terminado ontem e como eram mágicos, o resultado iria sair para os alunos e seus pais ainda hoje.
Todos estavam almoçando agora, as pernas inquietas esperando alguma carta. Marie estava ansiosa também com uma resposta de seus pais e com receio de já terem recebido suas notas.
Transfiguração foi fácil, Poções também, nem se fala de sua matéria favorita: Trato das Criaturas Mágicas.

Mas Herbologia e Runas Antigas... Não se pode dizer que Marie havia ido tão bem.

Sprout não foi generosa em seu teste, e com seu cargo ocupando um certo tempo, Marie não teve tempo de estudar, agora estando com medo de ter decepcionado seus pais e fracassado em seus esforços.

Marie mal tocou nos aspargos em seu prato, também não teve tempo quando Veda fala com ela.

— Olhe! É sua coruja, Marie! – a morena exclama para a loira que ergue os olhos do prato ao ver Otehla junto com várias outras corujas distribuindo cartas e outros pertences para os alunos.

Otehla pousa na frente de Marie Anne que acaricia sua cabeça com os dedos, a coruja faz um som de contentamento e dá a carta em suas mãos, voando em seguida para longe.
Pela cera dourada com o brasão de família, Marie Anne já sabia que era de seus pais.

A garota limpa a garganta e se levanta — Licença, pessoal.

Seus colegas apenas acenam curiosos enquanto ela se retira do salão principal.

Marie sai para o pátio gramado e se senta em um dos bancos.
Ela mal abre a carta e já está mordendo a ponta de seu dedão esquerdo, uma mania que ela tem desde pequena quando está nervosa.

"Chére Marie Anne,

Seu pai e eu recebemos sua carta e mal consigo expressar o quanto estou orgulhosa em ter uma filha monitora, estamos satisfeitos pelo seu cargo, esperamos que ano que vêm você possa ser monitora-chefe! Isso sim seria agradável!
Mas não é só contentamento que vou expressar. Também recebemos suas notas dos últimos dias assim como alguns avisos de comportamento. Como monitora e como minha filha! Uma Deveraux e com sangue Belangér! Você deve agir como tal e não desperdiçar seu tempo fora de aula sujando o nome da família.
Visto suas notas em Herbologia e Runas Antigas, seu pai e eu exigimos que você estude mais! Você foi selecionada para a Sonserina por uma razão e tem mais do que capacidade para ir bem em todas as matérias. Se necessário, estude com alguém de sua casa de preferência. Nos próximos testes queremos perfeição! Tenho certeza que você nos dará isso.
Espero que esteja andando com boas companhias como o garoto Desmond e a Samuels que estão na mesma classe social que a nossa.

E não se esqueça de quem você é, lembre-se que deve se orgulhar do sangue que corre em suas veias.

Avec amour,
Maman."

Isso era uma carta de morte!

Marie Anne estremece após terminar sua leitura terrível, na qual o primeiro parágrafo a agradou, mas o restante a deixou angustiada.
A garota não costuma a se importar com o que sua mãe fala, mas seu pai também estava decepcionado com ela e ela teria que se esforçar, não por seus pais, mas por ela mesma, ela é uma Deveraux, uma sonserina! É orgulhosa para pedir ajuda à qualquer um!

E as frases preconceituosas de sua mãe? Ah, isso era repugnante!
Marie Anne cresceu ouvindo coisas piores, mas sua mãe pensar que Grydia e Paul eram pessoas boas... Isso é demais!
Marie Anne dobra a carta enfurecida e se levanta abruptamente do banco de pedra, indo para a próxima aula que para a infeliz coincidência... Era Runas Antigas.

FROM OTHER LIVES // Remus Lupin¹Onde histórias criam vida. Descubra agora