25. Coincidência ou Destino

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Olhando entre os vãos das janelas, Marie Anne caminha pelos corredores noturnos, pois já se passava do toque de recolher, mas como era sua escala para monitorar, ela não estava na cama essa hora

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Olhando entre os vãos das janelas, Marie Anne caminha pelos corredores noturnos, pois já se passava do toque de recolher, mas como era sua escala para monitorar, ela não estava na cama essa hora.

Nem Remus.

Por pura coincidência ou destino, eles tinham a mesma escala de monitoria, então sempre iriam monitorar juntos o castelo. Mas enquanto Marie monitorava um lado do castelo, ele monitorava o outro. Porém, havia um ponto em que ambos se encontravam.

Ao virar a esquina, ambos encontram o olhar um do outro sob a luz das tochas.
Novamente, não se sabe se era pura coincidência ou destino, mas talvez, algo ou alguém gostaria que eles se encontrassem naquela noite, perto da Torre de Astronomia.

Marie Anne o cumprimenta com um sorriso — Olha só se não é Remus John Lupin do meu lado do castelo – ela ri e Remus revira os olhos, também sorrindo.

— Não é o seu lado do castelo, Marie, hoje é o meu dia de patrulhar por aqui – ele sorri e se aproxima — Nos encontrarmos foi uma coincidência.

Marie se aproxima também, encolhendo os ombros — Ou destino, mas o que você acreditar está bom para mim.

Eles apenas se olham por um momento, antes de Marie abrir um largo sorriso que fez Remus saber no mesmo instante que ela não estava pensando em algo muito bom.

— Quer vir à um lugar comigo? – ela pergunta baixinho e docemente, seria impossível negar.

Remus olha para os lados — Um lugar? Isso é muito vago, que lugar exatamente seria isso?

Marie balança a cabeça rapidamente — Ah, não posso dizer, assim perde a graça – ela passa a mão por sua saia.

Remus ri levemente — Estamos em patrulha, Marie, não podemos andar por aí.

Ela estala a língua em desdém — Não é andar por aí, é um lugar em que temos que patrulhar de qualquer maneira.

Remus sabia que diria sim, ele ia dizer sim antes mesmo de saber o que ela iria propor, e mesmo se fosse algo absurdo, ele se sentia incapaz de negar, e às vezes isso não era algo bom.
Mas Marie Anne seria incapaz de propor algo ruim a Remus, ela nunca iria pedir para que ele fizesse algo que não gostaria de fazer.
Talvez aquilo que ambos sentiam, mas não falavam, os tornavam pessoas saudáveis e boas uma a outra.

Com um suspiro, Remus acena — Tudo bem.

O sorriso de Marie Anne aumenta, e ela é rápida em agarrar o pulso de Remus e o arrastar para o outro lado, andando apressadamente.
Eles passam por algumas portas e finalmente chegam às escadas... Que davam para a Torre de Astronomia.

— A Torre de Astronomia? Por quê? – Remus pergunta atrás dela enquanto ambos sobem as escadas.

— Você irá ver, Rem, não faça muitas perguntas – Marie diz ao chegar ao final de escada, parando para olhar ao redor da grande sala que lá havia.

Remus faz o mesmo quando chega ao lado dela, mas não era novidade para nenhum deles, eles já estiveram lá um milhão de vezes.
Ao lado do grifinório, Marie então começa andar em direção à sacada da torre, que dava para uma noite estrelada... E uma lua que não estava cheia, mas ainda era grande o suficiente para dar arrepios a Remus.

Com certa hesitação, ele não consegue sair do lugar durante alguns momentos, vendo que a loira já estava com as mãos apoiadas no guarda-corpo.

Marie sente a falta do garoto, e então se vira para vê-lo congelado no lugar em que o deixou. Ela levanta uma sobrancelha — Ei, venha cá – e acena para que se aproxime.

Remus olha para a lua mais uma vez, mas então olha para o rosto contente de Marie Anne e a sua delicada mão que o indicava para se aproximar.
Ainda com um aperto no peito e um nó na garganta...

Ele se aproxima.

Marie já não estava olhando, mas sente quando Remus fica ao lado dela. Eles ficam em silêncio, um confortável e com longas respirações. Marie olha para a grande lua, que em breve estará cheia, seu coração se enche em olhar o círculo branco e brilhante que sempre adorou admirar em Marseille, a mesma lua que ela olhava todas as noites desde pequena, lhe transmitia paz, ela sentia que tinha alguma ligação com a lua, como se pertencessem uma à outra, ou algo do tipo.

— Sabe... – Marie começa após um tempo — Desde pequena eu sempre admirei a lua por algum motivo, é algo tão celestial e tão... Bonita. Às vezes se passa despercebida por muitos que não conseguem vê-la da mesma forma que eu a vejo – ela respira fundo para tomar o fôlego, Remus prestando atenção em cada palavra que ela dizia, mas não conseguia olhar para a lua, se limitando a olhar para seus pés — Eu não sei explicar, mas me traz paz – ela finaliza e finalmente olha para Remus, notando que ele não olhava para cima — Você não concorda?

Lentamente, ele levanta a cabeça para olhar em seus olhos. Ele sentia uma de dor indescritível, seus olhos estavam vermelhos, pois para Marie Anne a lua lhe era algo maravilhoso, mas para ele, a lua era a maior monstruosidade que lhe acontecera.

Mas estando ali, com ela naquele momento, ele se permitiu levantar a cabeça e olhar para a lua.

Remus encarou a tão brilhante bola que estava no céu sobre eles. Marie Anne tinha razão, ela era linda.
Sentindo os olhos lacrimejarem, ele não deixa desviar o olhar, mas o mantém firme na lua.
Ele não sabia dizer o que era, mas nunca em toda a sua vida conseguiu olhar para a lua antes, não depois do ocorrido, não quando não estava se transformando. E a mesma sempre lhe trouxe péssimas sensações.
Mas ali, ao lado de Marie Anne, Remus se permitiu admirar a lua pela primeira vez em sua vida. E pela primeira vez ele se sentiu em paz.
Ela não lhe causou dor e ele não machucou ninguém e nem a si mesmo, a lua naquela noite o acalmou, e grande parte disso foi feito de Marie Anne.

Mesmo com todas as memórias de sofrimento que aquele astro já lhe causou, ao olhar para seu lado e ver Marie Anne tão feliz e tão em paz, ele assente.

Sim – ele responde. Por ela.

Eles passam um bom resto da noite observando a lua, a admirando e fazendo breves comentários que eram o suficiente para tornar o momento agradável e muito significativo.

Remus não disse, mas saber que Marie Anne se sentia tão conectada com a lua quanto ele, o deixou com um forte sentimento em seu coração.

Podiam chamar do que quisessem, talvez fosse apenas coincidência ou destino... Mas suas almas pareciam ser em uma só.
Uma pessoa pode realmente ser feita para outra?






































N/A:

That's so cuteeeeee.

Mds, que capítulo lindo, cara.
As coisas estão florescendo e eu me odeio em saber o que acontecerá daqui algum tempo.

FROM OTHER LIVES // Remus Lupin¹Onde histórias criam vida. Descubra agora