10. Domingo De Outono

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Minhas unhas estão horríveis!

— Nem me fale, não vejo a hora de irmos à Hogsmeade para eu fazer meu cabelo! – Grydia responde à Veda enquanto elas e Havinne andam atrás de Marie Anne pelos corredores do castelo.

Marie Anne anda com Peppe em seus braços cobertos pelo seu casaco verde escuro, apreciando apenas a companhia de seu único amigo enquanto suas colegas de quarto reclamam infinitamente atrás de si.
Seus dias eram assim, seus finais de semana eram sempre os mesmos, ela ouviria reclamações das garotas que a bajulam e como sempre estão insatisfeitas com sua aparência ou sua vida, mesmo que elas tenham tudo do bom e do melhor.
Era raro ouvi-las agradecendo a algo ou tendo um dia agradável, os ouvidos de Marie Anne transbordavam de coisas ruins e ingratidões que ela ouvia ao longo do dia.

Marie não tinha muito com o quê reclamar, ela era satisfeita com sua aparência, sabia que tinha uma beleza natural e não se preocupava com o quê iriam pensar dela, sua família tinha mais condição financeira do que todas as outras juntas... Mas seus pais exigiam demais dela, seu irmão sequer lembra que ela existe, ela não tem amigos de verdade e todos eles estão ao seu redor por interesse, eles reclamam dia e noite nos seus ouvidos e ninguém realmente se importa com o quê Marie Anne pensa ou com o quê ela quer. O dinheiro da família Deveraux podia comprar muitas coisas, mas não comprava a felicidade genuína de Marie.
Mas tudo bem... Ela tinha Peppe. O único que realmente a amava por quem ela era e não pelo que ela tem.

Marie Anne suspira com os contínuos comentários atrás dela e se mantém acariciando seu gato American Shorthair.
Era um domingo a tarde, estava quase perto do pôr do sol.

Marie Anne não falou com Remus desde sexta, na verdade, nem sexta pode se dizer que eles conversaram. Ela o viu ontem, mas de longe.
Ao virar a esquina as garotas sonserinas ficam na porta do pátio da Torre do Relógio.

O céu estava alaranjado pelo sol que estava entre as montanhas e o clima era gelado naquela tarde de outono.

As risadas descontraídas e altas vindas de um lado do pátio chamaram sua atenção, a fazendo olhar para o local.

Lá estavam eles, Os Marotos.

O pôr do sol batia neles e Marie Anne não sabia o quê aconteceu ou o motivo do riso, mas ao olhar via um Peter Pettigrew com a cabeça numa chave de braço de Sirius, um James Potter segurando a barriga de tanto rir e sua irmã Ramona pulando nas costas de Remus que a segurava tentando se equilibrar, todos rindo e com sorrisos nos rostos há alguns metros das garotas.

A energia deles era tão pura e contagiante que Marie Anne quase se pega sorrindo ao olhá-los, mas ao continuar a ouvir as vozes das sonserinas atrás de si, seu quase sorriso some no mesmo instante, sendo substituído por um olhar vazio.

As garotas param de reclamar quando vêem os Marotos.

Ah, eles são tão irritantes – Grydia resmunga ao parar ao lado de Marie Anne que agora os observava quieta e sem expressão.

Havinne vem do outro lado da francesa — Mas temos que concordar que Sirius Black é um gostoso.

Veda bufa — Apesar de eu concordar, do quê adianta ser o maior gostoso de Hogwarts se ele é um traidor de sangue? – isso faz Marie Anne comprimir os lábios em desgosto pela fala da Parkinson — É uma pena mesmo que ele não se orgulhe do nome Black, o único decente agora é Regulus, que por acaso também é quente.

Os olhos de Marie Anne nunca saem dos amigos que estão absortos no mundo deles.

A garota de cabelos vermelhos do grupo, conhecida como Grydia Samuels diz — Regulus é bonito e tudo, mas é tão sério e reservado que chega a ser sem graça.

Havinne então vai para a frente das garotas e aponta para Sirius — É por isso que eu prefiro o Black mais velho e bom de cama.

Marie Anne coloca Peppe no chão e ele fica entre suas pernas — Já dormiu com ele? – ela pergunta em questionamento.

As outras garotas também olham para Havinne em choque.

A Busborn dá de ombros — Não chegamos a esse ponto, mas ele tem pegada – ela então o olha e suspira aborrecida ao olhar para a única garota entre os garotos — Não que adiante muita coisa, a Potter parece ter ele enrolado em seu dedo, os dois estão sempre juntos!

Grydia concorda enquanto Veda balança a cabeça — Está brincando? Pelo que sei eles são totalmente platônicos e não se vêem assim.

— Não é o que parece – Havinne termina.

Marie Anne prefere se manter quieta como sempre que está com elas, não gostando de conversar com suas colegas de casa que parecem só saber falar mal dos outros. Marie gosta de Hogwarts porque pode aproveitar sua liberdade sozinha, fazendo o quê quiser e se divertir à vontade, seja bebendo ou matando aulas, mas quando está acompanhada de seus companheiros de casa não é tão legal.
Se o mascote da Sonserina é uma cobra, com certeza é por causa de Veda Parkinson, Havinne Busborn e Grydia Samuels, o trio era terrível.

Após continuar olhando para os grifinórios, Marie Anne não fica mais feliz, ela sente um aperto no peito com inveja.
Ela realmente se pegou invejando Remus Lupin, o garoto com quem ela é obrigada a estudar e a irrita tanto. Não importava se ele não era um sangue-puro ou se era da Grifinória, ele tinha amigos de verdade com quem podia contar e pelo sorriso que estava nos lábios do garoto de suéter azul marinho e cabelos bagunçados...
Marie Anne sabia que ele estava feliz.

E isso a fez invejar os Marotos.

Vamos, Marie! – a voz de Veda tira Marie Anne de seu devaneio e de seu olhar no grupo.

Marie Anne pega Peppe em seus braços novamente e estava prestes a sair, não antes de lançar um último olhar para o grupo de amigos.
Dessa vez captando o olhar de Remus que a havia notado e para de rir com seus amigos.

Eles se encaram durante alguns segundos até que Marie Anne se vira e vai embora do pátio, seu cabelo loiro com uma tiara de faixa ricocheteia para trás quando ela sai, e, suas botas batem no piso de pedra.





























N/A:

Nada a declarar, esse capítulo fez eu me sentir triste.

FROM OTHER LIVES // Remus Lupin¹Onde histórias criam vida. Descubra agora