três - diferenças nem tão diferentes assim

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Não se emociona que eu já tô sem tempo
Baby, eu não nasci pra ficar na cozinha
Já sou rainha por aqui faz tempo
E hoje nessa selva eu vou caçar no seu lugar
Não se emociona, que eu tô sem tempo pra brincadeira, mano
Se achar que eu tô brincando, acho que eu sou a mulher do ano
Eu tenho um mel que é pra te lambuzar
Depois pode trazer o gosto pra minha boca
Pode falar que eu sou uma delícia
Que nada te dá mais tesão do que eu te fazendo jogar tudo dentro de mim
MULHER DO ANO XD by Luísa Sonza

Correndo pelos corredores do hospital após uma cirurgia, acabei sendo surpreendido por uma briga em uma das salas de descanso e fiquei mais surpreso ainda ao ver quem parecia estar ali contra a própria vontade.

Um homem loiro, dos cabelos lisos, olhos claros e óculos, segurava o braço da Doutora Paliwal, que parecia querer sair dali mais que tudo e eu não consegui não interferir. Não conseguiria de qualquer forma e se tratando dela...

Me aproximei e fui notado pelos dois em seguida. Shivani sorriu aliviada e o homem não mudou a expressão estranha.

— Está acontecendo alguma coisa aqui, Doutora? — me impus e ela mordeu o lábio por um segundo.

— Henrique já estava de saída. — ela olhou para o homem.

— Na verdade não estava. A gente tem muito pra conversar, Shivani. — ele retrucou, olhando para ela de uma forma como se quisesse amedontrá-la.

— Solta ela. — pedi, na maior calma possível — Se ela quisesse falar com você estaria aí por conta própria. — parei ao lado dos dois.

— Deixa eu me resolver com a minha namorada, cara! — ele me empurrou pelo ombro — O papo aqui é entre mim e ela.

— A gente não tem mais nada, Henrique. É melhor você ir. — Paliwal falou dessa vez.

— Onde você tá morando? Se quiser pode voltar pra casa, meu amor! É bem vinda lá. — ele disse, focando apenas nela.

— Não vou voltar pra lá. Estou bem aonde estou. — olhou de lado para mim, me fazendo dar um sorrisinho.

— Se mudar de ideia sabe onde me encontrar. — ele cheirou o pescoço de Paliwal e passou por mim, esbarrando no meu ombro.

— O seu ex é um idiota. — comentei assim que tive certeza de que estávamos sozinhos.

— Henrique é um filho da puta. — ela disse com raiva — Acredita que ele simplesmente queria que eu voltasse para ele e para a nossa vida fodida de sexo, sono e brigas?

— Ele é um filho da puta por te fazer passar por isso, Doutora. — concordei — Você é mulher demais pra um idiotinha como aquele. — brinquei, fazendo Paliwal rir.

— Disso eu não discordo. Aposto que ele faltou de todas as aulas de biologia e educação sexual na escola. — deixou no ar.

— E por que mesmo você passou tanto tempo com ele? — perguntei curioso.

— Porque eu estava cansada de ficar sozinha e ele estava lá, tipo, eu gostava dele, éramos seguros um para o outro, ou eu achava que era assim. Eu gostava de ter alguém para me esperar em casa e esquentar a cama para mim. — deu de ombros.

— E não pode ser alguém que trabalha junto com você e tipo, te leva pra casa toda noite? — soltei a indireta, de brincadeira.

— Doutor May, pelo amor de Deus, você não disse isso! — ela soltou uma gargalhada e eu não consegui me segurar, rindo também.

O clima estava meio pesado entre a gente, talvez porque estávamos em uma sala de uns 6 metros quadrados, sozinho, falando sobre relacionamento e eu não conseguia desviar meus olhos de sua boca vermelha e quando os desviava, acabava focando no seu belo rosto inteiro.

Doutora Tentação (Shivley Maliwal)Onde histórias criam vida. Descubra agora