Doutora Tentação (Shivley Maliwal)

dezesseis - dias de luta

Sim, você pode ser o maior
Você pode ser o melhor
Você poderia vencer a guerra
Você pode mover uma montanha
Dedique-se e você pode se encontrar
Em pé no hall da fama
E o mundo vai saber o seu nome
Porque você queima com a mais brilhante chama
Hall of Fame by The Script & Will.I.Am

Passava das cinco quando saí do meu quarto, pronta para ir trabalhar. Usando uma calça de alfaiataria branca e uma blusa de mangas compridas e gola alta também branca e um salto médio.

Fui obrigada a maquiar meu rosto e pescoço muito pesadamente, já que havia marcas mordidas e chupões até mesmo em minhas bochechas. Mas minha bunda estava em estado pior. Toda vez que eu sentava ou roçava levemente a minha pele em qualquer superfície, todas as sensações voltavam. Era como se eu pudesse sentir de novo May me batendo, me fodendo e me enlouquecendo.

Suspirei pesadamente e saí de casa caminhando. May estava entocado em seu quarto e eu não o vi depois que terminamos o almoço e fizemos a refeição juntos. Eu sabia que o turno dele era apenas de manhã, então nos encontraríamos no hospital, já que eu faria o meu turno de 12 horas e cobriria um plantão para o Doutor Rodrigues.

Eu caminhei tranquilamente até o hospital, observando o engarrafamento daquele horário. Não demorou nem meia hora para que eu adentrasse o hospital. Estava 15 minutos adiantada e, depois de cumprimentar alguns colegas que encontrei pelos corredores, fui até o dormitório que dividia com mais alguns colegas, estava vazio como geralmente e apenas abri meu armário com a chave em minha mochila e retirei meu uniforme e uma liguinha de cabelo. Me troquei, colocando o jaleco branco que eu usava todos os dias e prendi meus cabelos em um rabo de cavalo alto, só precisava utilizar coque quando estava em cirurgia. Passei mais uma camada de base em meu pescoço e sorri para mim mesma no espelho, guardando tudo e indo em direção ao posto de enfermagem para pegar um prontuário de um paciente que estava no pós operatório. 

— Boa tarde, Doutora Paliwal! — Júlia me desejou e eu abri um sorriso enorme para ela.

— Olá, Júlia! Como passou de ontem? — perguntei e ela deu de ombros.

— Como você pode imaginar. — eu ri — E você, senhorita vou pegar o DJ?

— Muito bem também. Você nem imagina o quão agradecida estou pelo convite que me fez. — eu disse sincera. Graças a ela eu tinha ganhado um amigo, muitos beijos e uma foda que eu só podia descrever como fodidamente selvagem.

— Agora que descobri que você é uma festeira, te chamarei para outras. — ela sorriu e eu assenti — Preciso ir, Shivani. Tenho que auxiliar uma cirurgia.

— E eu preciso visitar um paciente.

Saímos para lados opostos e parei no posto de enfermagem, pegando o prontuário e dando uma lida rápida nas informações contidas ali.

— Boa tarde, Seu Januário! — sorri, quando abri a porta do apartamento particular em que ele estava.

— Oh, olá, Doutora! — eu percebi que ele não se recordava do meu nome e deixei passar.

— Como o Senhor está? Tem feito o repouso e obedecido as enfermeiras?

— Com certeza, Doutora! — ele concordou e eu ri, já que no prontuário estava escrito que tinham que sedá-lo para dormir e estavam pensando em colocar uma sonda para que ele pudesse urinar, já que ele não gostava.

— Ótimo. Hoje sou eu quem vou cuidar do Senhor. Levante-se com cuidado e vamos tomar banho. — eu disse, não tinha ordens para fazer isso, mas aquele plantão seria bem tranquilo, eu esperava, então poderia fazer aquilo.