Doutora Tentação (Shivley Maliwal)

vinte - nem tudo é sobre sexo

Só você e eu
Aqui neste quarto
Imaginando coisas que podemos fazer
Não vou mentir, mentir pra você
Preciso de você aqui, preciso de você aqui
Minha mente tá a mil por hora
Nos tocamos lentamente
É só você chamar que eu vou
Querida, vou te pegar de jeito, vou sim
Quando eu te tocar, me diga o que sente
Confie em mim, vou fazer parecer surreal
Faço todas as coisas
Todas as coisas que acontecem nos seus sonhos
Vou fazer tudo o que eu quiser contigo
Só não me deixe
Vibez by ZAYN

Eu me apaixonei por Shivani Paliwal... Completa e fodidamente. Eu cometi a porra do erro de deixá-la entrar em minha mente e quebrar a merda de defesa que eu criei milimetricamente durante minha vida inteira, resguardando minha carreira perfeita e meus objetivos de me tornar o caralho do melhor profissional que eu pudesse ser.

E logo a mulher mais complicada, ambiciosa e, para piorar, sem sentimentos que eu já conheci na minha vida conseguiu fazer isso comigo. Shivani Paliwal, minha Doutora Tentação conseguiu fazer a merda que nenhuma outra que eu acreditava fazer muito mais o meu tipo fez... Conseguiu destruir qualquer certeza que eu tinha de que estar sozinho seria melhor pra mim.

Pela primeira vez em minha vida eu senti ciúmes de uma mulher de verdade. Ciúmes não do corpo ou do toque, mas da situação sentimental em que ela está envolvida. Eu me senti inseguro por causa dela... Eu, porra, eu, Bailey May, o cara mais seguro de si que você vai encontrar ficou inseguro. Essa merda é uma piada fodida do destino ou de que caralho você acreditar que seja.

Eu saí do hospital antes dela e fui pra casa. Usei esse tempo para arejar a cabeça e limpei o apartamento inteiro, além de reorganizar nossa estante compartilhada no canto da sala que se baseava em livros de anatomia e a literatura questionável na qual eu e Paliwal costumamos mergulhar depois de nossas intermináveis sessões de sexo, quando já não temos energia suficiente para mais um round. Ou simplesmente quando estamos curiosos demais com o enredo de uma história para fazer outra coisa além de ler.

Coloquei algumas roupas para lavar e resolvi fazer o jantar, com a certeza de que o melhor a se fazer era ter uma conversa franca com Paliwal e encontrar um ponto em que concordamos para nosso relacionamento fodidamente confuso e conturbado.

Quando o jantar estava praticamente pronto eu ouvi a porta se abrindo e seus passos leves pelo chão da sala. Ela entrou em seu quarto e ouvi o baque da porta e minutos depois veio até a cozinha. Não mais com sua roupa de trabalho, agora Paliwal usava apenas uma camisa minha, que ia até um pouco menos que o meio de suas coxas e tinha os cabelos presos no topo da cabeça. Ela parecia apenas cansada.

— Vamos jantar? — perguntei e ela assentiu, apesar de não ter dito nada ou nem mesmo sorrido que fosse.

Como sempre, senhorita Paliwal fodidamente ambiciosa não vai admitir que está errada e vai fingir que não aconteceu porra nenhuma enquanto me afasta. Se bem que ela só deve pensar que eu tive um ataque desnecessário e que vai seguir sua vida como sempre.

Nos servimos e sentamos um de frente para o outro. Comemos em silêncio e eu ensaiei para começar a falar diversas vezes, mas por culpa dessa maluca eu estava inseguro até mesmo com as minhas próprias palavras.

Cada um de nós lavou suas próprias louças, como sempre e eu guardei a comida que sobrou na geladeira. Me sentei no sofá e Paliwal, ao menos, se sentou ao meu lado, apesar de ter mantido uma certa distância entre nós. Ela é a porra da mulher mais perfeita que eu já conheci... Só pra complicar minha vida.

— Vai ficar me olhando a noite inteira ou vai falar o que tanto te incomoda, Doutor? — sua voz estava despreocupada, mas o "doutor " desestabilizou toda a máscara intocável que eu passei o dia inteiro construindo.