Não demora, fica comigo,
A noite toda
Perde a hora
No meu ouvido
Sussurrando com a voz rouca
Dizendo que me quer pra agora e a vida toda
Meu anjo eu nunca escondi
Sou bomba relógio querendo explodir
Te quero agora, na hora e aqui
Bomba Relógio by Luísa Sonza & Vitão— Já falei que você é muito sexy? — a prima de Paliwal me perguntou, pela milésima vez e eu não aguentava mais olhar para ela e desviar de suas investidas enquanto via a Doutora dançar de longe e os caras olharem.
Me levantei, a ignorando e me aproximando de Paliwal, que agora tremia a bunda de acordo com a batida da música e invejava até a Tainá Costa e a Lara Silva.
— E aí, gata? Tá sozinha? — perguntei para ela, de brincadeira.
— Tô, bebê! — ela respondeu, já alta pela bebida.
— E o que acha de a gente dar uma voltinha e eu experimentar essa sua boca? — perguntei, na zoeira.
— E quem disse que precisamos nos esconder? — ela provocou, concertando o top brilhante nos seios.
— O que quer dizer com isso? — perguntei, a mantendo colada em mim, dançando, pela cintura.
— Só isso! — respondeu e colou nossas bocas, de uma forma desesperada.
Sua boca tinha um gosto intenso de bebida alcoólica, e suas mãos estavam mais apressadas do que antes e foi quase difícil me lembrar de que estávamos em público.
— Aquela puta da Chiara estava te comendo com os olhos. O que você falou com ela? — Shivani me perguntou, com o rosto em meu pescoço, abraçando meu corpo de uma forma nada maliciosa.
— Nada. — respondi — Não gosto de loiras. — brinquei — Sou mais as morenas. — era uma verdade.
— Não é como se você não adorasse um par de peitos de silicone. — Paliwal me provocou e eu ri.
— Prefiro as naturais. — rebati — Por que estamos perdendo tempo falando sobre a tua prima? — perguntei e ela mordeu meu pescoço.
— Você me marcou, agora vou ter que fazer isso também. — Paliwal disse e eu ri.
— Não me importo. — dei de ombros e segurei seu cabelo, fazendo-a olhar para mim — Mas preciso da sua boca em outro lugar. — mordi o lábio e sem perceber nos beijamos de novo.
Ignoramos tudo ao nosso redor e nos prendemos em nosso próprio mundo, onde a única coisa importante era nossas bocas juntas.
As músicas de trap não paravam de tocar e boa parte delas era desconhecida por mim, exceto algumas do Ret que Paliwal costumava ouvir em casa e eu gostava. As letras sobre sexo e dinheiro só faziam o clima entre nós ficar mais tenso.
Eu nem em lembrava dos desafios ou de odiar a Doutora, estava ocupado demais vivendo o nosso momento e algumas vezes conversando com Radha. Eu estava amando a vibe do baile.
— O desejo delas, o terror deles! — ela sussurrou e segurou minha mão, me fazendo segui-la.
Andamos por alguns becos e subimos uma escada e quando vi estávamos em uma laje. A visão era bem legal e Paliwal ostentava um sorriso enorme no rosto.
— Esse lugar é legal pra caramba. — falei e ela concordou com um aceno de cabeça.
— Tudo vai mudar amanhã? — a morena me perguntou, brincando com nossos dedos juntos enquanto assistíamos ao baile de longe.
— Se você quiser que mude... — dei de ombros — Me conta algo que você nunca disse a ninguém? — perguntei e ela riu.
— Você vai me contar algo também? — devolveu e eu assenti — Eu sempre quis me casar e ter filhos e imaginava que isso ia acontecer antes dos 30, mas agora só quero focar na minha carreira.
— Espero que me convide para seu casamento! — brinquei e ela riu — Eu era meio apaixonado por você quando nos conhecemos naquele campeonato...
— E eu fui uma vaca com você! — Paliwal completou — Meu Deus, eu destruí seu coração.
— Eu superei, Paliwal! — dei de ombros, aquilo fazia mais de dez anos.
— Por que você nunca me chama de Shivani? — ela perguntou, olhando em meus olhos.
— Porque só chamo pelo nome pessoas com quem tenho intimidade e eu gosto do seu sobrenome. — respondi, sincero — Você também sempre me chama de Doutor ou May.
— Eu gosto de te provocar. — respondeu safada — E é sexy, Doutor May. — mordeu o lábio enquanto pronunciava meu nome lentamente.
— Têm coisas mais sexys. — retruquei, a puxando para mim — Como você! — dei uma mordidinha leve em sua bochecha.
— A sua lábia é do caralho. — riu antes de puxar meu cabelo e colar nossos lábios pela milésima vez essa noite.
Eu que me vire para me acostumar a não beijar essa boca o tempo todo...
[...]
— As cobertas estão no armário, filha. Pegue um travesseiro para Bailey. — a mãe de Paliwal gritou enquanto ela arrumava sua cama e eu pegava minhas coisas para escovar os dentes.
— Não acha melhor o May dormir na sala, mãe? — a Doutora perguntou.
— Vocês são adultos e namoram, duvido que não estejam acostumados a dormir na mesma cama. — respondeu e Paliwal revirou os olhos, mas concordou.
— Boa noite, Radha. — desejei e me troquei no banheiro.
— Durma com Deus, Bailey! — ela sorriu.
Quando cheguei no quarto, Paliwal já estava deitada e debaixo de um virol e eu puxei o outro travesseiro da cama para o cantinho e me deitei no menor espaço possível, ficando de costas para ela.
— É assim que vai vencer o desafio? — a ouvi perguntar e eu ri.
— Não. Mas não vou fazer nada com você estando bêbada.
— Eu não tô bêbada. — ela retrucou.
Me virei, ficando cara a cara com ela e a puxei para um beijo rápido.
— Durma, morena! — sorri para ela e ela me puxou para mais perto, me abraçando.
— Não tô com sono. — reclamou, o rosto no meu pescoço, os braços em mim e as pernas entrelaçadas nas minhas.
Ela estava com um short de malha e uma blusinha curta do mesmo tecido e não era uma boa ideia ela ficar se esfregando em mim.
Segurei seu queixo e a puxei para outro beijo, bem lento e calmo, saboreando-a e sentindo nossas línguas se tocando levemente.
— Fecha os olhos. — pedi, a abraçando novamente — Agora imagina você daqui uns quatro anos. — segurei sua mão direita e fiz movimentos circulares em sua palma — Você vai estar linda, seu cabelo vai estar diferente, você vai estar mais feliz, vai ter realizado seus sonhos e vai estar grávida e super feliz e vestida de noiva, vai estar caminhando para o filho da puta sortudo que se tornar seu marido, que vai sorrir para caralho porque sabe que está se casando com a mulher mais foda do mundo. E eu vou estar lá, na primeira fila, sendo o padrinho que eu espero que você queira que eu seja, segurando seu buquê e super feliz por você estar realizando seu sonho. — senti um leve incômodo no peito, mas continuei — E depois de casados, vocês dois vão dançar funk e trap na festa que só vai tocar Filipe Ret. — Paliwal riu de leve, mas seus olhos continuaram fechados — E vocês dois vão se esconder em algum lugar para dar uns amassos porque estão morrendo de saudade um do outro e assim que a festa acabar vão viajar para sua lua de mel, em algum lugar bem diferente, já que você é a Doutora Paliwal, e quando você voltar, vão morar juntos em uma casa legal pra caramba. — quando terminei meu devaneio, ouvi Paliwal ressonar e se abraçar mais a mim e apenas sorri.
Fechei meus olhos e comecei a imaginar o meu próprio futuro. Algo mudou naquela noite. A mãe dos meus filhos, até então sem rosto, agora tinha belos traços e um sorriso capaz de iluminar a noite e aqueles lábios...
Maratona de Natal 2/3
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Doutora Tentação (Shivley Maliwal)
FanficUma mulher de origem humilde, mas que nunca deixou as pessoas a rebaixarem por suas raízes. Uma mulher focada e inegável em tudo que faz. Uma mulher desejada por todos que a veem, que nunca usou sua beleza para conseguir o que desejava, conseguindo...