vinte e um - meninas mimadas

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Se eu acordasse sem você, sim
Não sei o que eu faria
Pensei que eu poderia ficar solteiro para sempre, até te conhecer
Normalmente não me apaixono, me apaixono, não me apaixono primeiro
Você tem um jeito de me manter voltando
Eu tento fazer você ficar
Mas o seu
Amor selvagem
Parecendo um anjo
Mas seu amor selvagem
Mas quando você me beija
Eu sei que você não dá a mínima
Mas eu ainda quero
Seu amor selvagem
Savage Love by Jason Derulo & Jawsh 685

Nunca acreditei em felizes para sempre e o momento de alegria e estabilidade que a minha vida tem estado me faz desconfiar de que em breve as coisas se tornarão difíceis. Eu estou feliz, porra, eu sou o homem mais feliz do mundo e não deveria desconfiar dessa felicidade, mas uma parte do meu coração sente que em breve meu castelo vai se desmoronar.

Eu e Shivani nunca estivemos tão bem quanto agora. Não nos declaramos um para o outro e acho que é recíproco o medo de falar sobre aquela palavra que começa com a... Também não "oficializamos" ou colocamos rótulos em nosso relacionamento. Estamos juntos e para nós isso basta, por enquanto. Minha possessividade para com aquela morena está em níveis catastróficos, então tem sido difícil manter minha fama de 0km que nunca namorou e a minha maior vontade tem sido enfiar uma aliança no dedo dela e fazê-la gritar pra cada homem ou mulher que ousar olhar para ela de maneira safada que ela é a minha, e só minha, mulher.

Termino de fazer minha barba enquanto Paliwal lava o cabelo e observo suas curvas. Ela está me provocando, pode até fingir que não, mas está. Enxaguo meu rosto pela última vez e tiro minha cueca antes de entrar no chuveiro junto com ela.

Tomo o pente de sua mão e antes que ela possa protestar, desembaraço todo o seu cabelo e a ajudo a terminar de lavá-lo. Depois de uma rapidinha, tomamos café juntos e fomos para o hospital.

Apesar de não termos nos assumido completamente no nosso ambiente de trabalho, é bem visível que estamos juntos e nunca fizemos questão de esconder isso de ninguém. Eles olham para nós como se fôssemos alienígenas todas as vezes em que passamos juntos pelos corredores, mas eu entendo, já que costumávamos brigar a cada segundo em que ficávamos próximos um do outro. Não que isso tenha mudado tanto assim. A única diferença é que agora nós resolvemos nossos atritos com um bom e velho sexo, que geralmente envolva uma surra ou uma privação para Shivani e que ela degusta da maneira mais quente possível. Acho que nós dois nunca fizemos sexo baunilha e, porra, não preciso que as nossas fodas mudem em absolutamente nada.

Tomamos caminho para nossas próprias salas, mas antes que a gente se separasse, agarrei Paliwal pela cintura e a beijei rapidamente nos lábios e na testa, dando um tapa em sua bunda quando ela me deu as costas e seguiu seu rumo. As coisas estavam deliciosamente se acertando e eu, confesso, amei esse novo arranjo da minha vida.

Tudo parecia tão incrível que eu comecei a duvidar do quanto aquilo iria durar.

[...]

Paliwal chegou em casa dizendo estar um pouco gripada e se deitou no sofá onde simplesmente apagou. Não parecia estar com febre, então eu fui para a cozinha e preparei uma sopa enquanto ela dormia.

Quando terminei, resolvi checar como ela estava e apesar de ainda se encontrar em um sono profundo, ela tinha a temperatura corporal um pouco alta e peguei um antitérmico para que ela pudesse tomar depois de se alimentar, mas de toda forma, fui obrigado a acordá-la.

- Ei, Paliwal! - chamei, calmamente.

- Que foi? - ela abriu os olhos sem vontade.

- Você precisa se alimentar e se medicar! - comentei e ela assentiu, fechando os olhos em um claro sinal de cansaço.

- Eu estou com febre e minha cabeça está explodindo! - constatou e eu concordei, segurando-a pelos ombros para que ela se levantasse.

Paliwal serviu um prato de sopa e comeu em silêncio. Seu rosto estava um pouco vermelho e sua expressão claramente cansada. Nunca a tinha visto doente e certamente foi uma situação que odiei presenciar. Já que Paliwal sempre parecia animada e pronta para a briga. Diferente de hoje, em que sua expressão era de dor e quase tristeza.

Sendo bem sincero, não gostava nem um pouco de vê-la assim.

Shivani tomou um banho e em seguida tomou o remédio e se deitou na minha cama... Mais como nossa. Deixei ela descansando e ouvindo suas músicas super educativas do Filipe Ret e fui tomar banho. Apesar de termos discutido sobre a relação entre música e dor de cabeça, eu me abstive de brigar com Paliwal.

- Só quero dormir!- abracei Shivani por trás e ela riu.

- Minha temperatura abaixou, mas sinceramente, tô cansada, mas não sei se consigo dormir. - reclamou.

- Fica coladinha em mim que o sono vem, gatinha! - brinquei e ela selou nossos lábios e se aconchegou em meus braços.

- Se eu colar em você nós dois sabemos que a última coisa que vai sair é sono... - apesar de discordar, ela estava deitada em meu braço e tinha as pernas emboladas nas minhas.

- Juro que hoje eu vou respeitar sua gripe e vou me controlar. - eu disse e ela assentiu.

- Vamos ouvir música? - murmurou e eu revirei os olhos, mas assenti.

No segundo seguinte Shivani tinha o celular nas mãos e pouco tempo depois uma música que, por incrível que pareça, não era do Filipe Ret tocando e sendo sincero, a letra me interessou pela letra que praticamente descrevia a nossa relação.

- Brigas demais, nem sei por quê
Loucura, me chama na cama
E depois briga na rua
O tempo dói sem você
Saudade que queima no peito
Especialista em sofrer

- Isso te lembra alguém, linda?! - perguntei, beijando o pescoço dela.

- Você sabe que as nossas brigas sempre começam porque você nunca concorda comigo, né?! - ela se virou, fazendo um biquinho muito fofo.

- Você está dizendo que é minha culpa? - eu olhei para ela inacreditado.

- Bailey, é a verdade! - disse como se fosse óbvio.

- Você, pequena doutora, é a maluca mais inacreditável, briguenta, gostosa e maluca que eu conheço... - eu segurei seu rosto para que ficássemos olhando um para o outro.

- Mas eu sei que você gosta. - murmurou.

- Eu gosto pra caralho! - sorri e ela me devolveu o sorriso.

A música mudou para outro rap, outro desconhecido, que tinha uma batida muito interessante e uma voz misteriosa que eu acreditava já ter ouvido.

- Extravasa, eu não me importo de ouvir
Os seus te amos de mentira enquanto eu te fodo
Você precisa relaxar e posso fazer isso por você. - ela cantou baixinho e eu sorri.

- Você é muito safada mesmo, né?! - ela assentiu com cara de santa.

- Você me beija e diz que me ama
E a gente transa, mas qual que é a sua intenção?
Me diz, não é amor, é só tesão. - a voz continuava e Paliwal acompanhando.

- Então quer dizer que é só tesão? - olhei para ela sorrindo, mas seu sorriso sumiu lentamente de seu rosto.

- Ah, May! Eu realmente gostaria que fosse só tesão. As coisas seriam bem mais fáceis entre a gente! - ela confessou e eu observei seus traços.

- Nunca foi só tesão, Doutora! Você é minha! E eu sou seu! Não importa o que a gente faça, sempre vai ser assim!

Os altos estavam ótimos, o problema foi quando os baixos começaram!

Doutora Tentação (Shivley Maliwal)Onde histórias criam vida. Descubra agora