doze - nem todo erro é errado

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Sempre quer jogar na minha cara
Toda briga vem com as mesmas ideia errada
Mas não consigo viver longe dessa surtada
Quando a raiva passa, sempre brota lá em casa
Simplesmente ela
Completamente viciado na raba dela
Não quero mais nada, só a sentada da donzela
É foda, eu me apeguei nessa perversa
Na sentada dela
Simplesmente Ela by MC Gabzin

Duas semanas se passaram e a minha rotina se tornou ainda mais apertada. Dediquei cada segundo da minha vida ao hospital e aos meus estudos, fiz algumas cirurgias, peguei turnos a mais e o mais importante, consegui evitar o Doutor May durante todo esse tempo.

Deixei o prontuário sobre um novo paciente internado com uma das enfermeiras responsáveis e fui me trocar, para conseguir sair antes do turno do May acabar, para que eu não tivesse que me encontrar com ele e fingir que não sei do seu segredinho sujo com a mulher do chefe.

Tirei meu jaleco e coloquei minha calça jeans e cropped branco de volta, arrumando meu cabelo no pequeno espelho que possuía na porta do meu armário e calçando meus saltos em seguida.

Me sentei um pouco para descansar na cama e fechei os olhos, estava louca para chegar em casa, tomar um longo e quente banho e dormir por horas seguidas. 36 horas no hospital. Eu amava plantões.

— Por que está fugindo de mim? — abri meus olhos ao ouvir a voz do May dentro do quartinho.

Ele estava de costas para mim, trancando a porta e usava seu jaleco, os cabelos bagunçados, a barba por fazer e olheiras sob os olhos.

— O que? — perguntei, tentando ganhar tempo para pensar no que dizer.

— Por que tem me evitado como se eu tivesse feito algo, Paliwal? O ódio eu entendia, a amizade também, mas indiferença nunca foi a nossa praia. — me acusou e fui obrigada a concordar silenciosamente, não me lembrava de um momento em que tínhamos sido apenas desconhecidos.

— Estou apenas ocupada. — eu disse, como se ele fosse acreditar.

— Nós dois sempre fomos ocupados e encontrávamos tempo para fazer algo juntos. Agora eu mal te vejo em casa e aqui muito menos. — acusou, rebatendo minha desculpa mentirosa.

— Não posso ser sua amiga, May. Estou focada demais em mim para desperdiçar meu tempo com os outros. — engoli em seco, não era uma completa mentira. 

— Então pra você, ser minha amiga foi uma porra de um desperdício de tempo? — ele repetiu, como se estivesse indignado.

— Por que está tão indignado com isso? Não é como se eu fosse tão importante assim para você... — dei de ombros, fingindo despreocupação.

— São nesses momentos que eu percebo o porquê de eu te odiar tanto, Paliwal. Você é tão impossível e metida a sabe tudo. — May se sentou na cama ao meu lado, puxando seus cabelos com raiva.

— Você está se descrevendo? Seu idiota arrogante. Você acha que sabe alguma coisa da minha vida? Não sabe de porra nenhuma. — devolvi impaciente.

— Então vai ser assim agora? — ele segurou minha coxa firmemente — Vamos voltar como era antes? Com essas discussões idiotas e os xingamentos bestas? — ele estava se aproximando demais do meu rosto para eu conseguir pensar em algo.

— Nunca deixou de ser assim. Era apenas uma trégua. Mas eu me cansei de fingir que gostava de estar com você. Sempre odiei. — eu disse, tentando manter a minha mentira.

— Então agora é assim, Doutora Paliwal? — ele sussurrou contra o meu pescoço, me segurando próxima à ele — Porque não era quando você me pediu por mais e gozou no meu colo sem eu sequer terminar de te despir. — eu suspirei, sem forças para aguentar a tortura do toque dele sobre o meu piercing mesmo por cima da camiseta — Mas nunca significou nada, né?! — ele sussurrou de novo, selando nossos lábios lentamente. 

Doutora Tentação (Shivley Maliwal)Onde histórias criam vida. Descubra agora