Capítulo 29

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Bella

Estou na sala de espera mergulhada num sofrimento tão grande. Mary, Camilla, Bogdan e Ivanka estão aqui me dando suporte. Adam acaba de falecer e isso não entra na minha cabeça, que perdi o amor da minha vida minutos atrás. Tudo isso por conta de um lunático. Ele se foi tão jovem, devo ter algum tipo de maldição. Primeiro meu pai, depois ele. Parece que minha sina é ficar sozinha pelo resto da minha vida, sem ninguém.

Nunca me esquecerei dele, do quanto ele foi especial pra mim. Me apoiou nas minhas decisões, cedeu coisas só pra me ver feliz. Ele foi e sempre será o amor da minha vida.

Nesse momento me sinto desolada, ele se foi, meu amor se foi, por conta de frustrações de outras pessoas. Mas o que acalma meu coração é que ele foi encontrar sua mãe, a quem ele tanto amava. Os dois devem estar juntos no céu e isso me conforta.

E o mais estranho de tudo é que mesmo a gente sabendo que a morte é uma certeza e que a vida vai acabar um dia, nunca estamos prontos para perder alguém. Quando acontece, é como se alguém esfaqueace nosso coração dezenas de vezes.

- Ele te amava muito, minha filha. - Ivanka diz chorando também. - Ele mudou muito depois que você apareceu na vida dele. Sei que nenhuma frase bonita vai tirar a sua dor, mas saiba que você não está sozinha, somos uma família agora. E Adam sempre vai estar presente em nossos corações e lembranças.

Olho para todos que estão me ajudando a enfrentar essa barra. Eles são anjos em minha vida e só posso agradecer por eles aparecem na minha vida. Trocamos um abraço cheio de carinho e ficamos assim por um tempo.

- Vamos comer algo na cafeteria daqui? - Camilla diz. Todos me olham e eu concordo.

Estamos aqui na cafeteria, tomei um capuccino e comi um croissant com dificuldade

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Estamos aqui na cafeteria, tomei um capuccino e comi um croissant com dificuldade. Tem alguns funcionários do hospital aqui e alguns parentes de pacientes. Tento conversar com meus amigos, mas ainda estou perdida nos pensamentos.

Sinto mãos na minha cintura e beijos no meu pescoço. Adam me abraça por trás e sorrio automática. Coloco minha xícara na mesa que está ao nosso lado, me viro para ele e o abraço pelo pescoço dando um selinho.

- O que faz aqui na sala só de roupão?

- Estou vendo minha pintura.

- Gostou tanto dela assim?

- Muito, amor. Representa o quanto você gosta de mim, por isso eu adoro. - trocamos um beijo de tirar o fôlego.

Quando lembro dessas situações, tenho muito vontade de chorar. Decido levantar e ir ao banheiro, para me recompor. Peço licença e vou ao toilette lavar meu rosto. Tranco a porta e me olho no espelho. Estou horrível, resultado de muito choro e noites mal dormidas. Olhos fundos, estou mais magra e meu cabelo todo bagunçado.

- Adam, de quem são essas malas aqui? - grito do closet. Ele está no quarto deitado. Aguardo sua resposta, mas ao invés de responder ele aparece na porta.

- Era pra ser uma surpresa. - olho para ele sem entender. -Eu decidi ir com você. Eu sei que é um momento extremamente importante pra você e não posso deixar de participar. Consegui comprar passagens no mesmo assento para nós dois, troquei a sua anterior. Além de ter pedido para Ameliè colocar meu nome na lista de convidados, afinal ela já me conhece.

Corro em sua direção, pulo no seu colo e prendo minhas pernas ao redor da sua cintura. Dou um beijo de cinema nele com nossas línguas lutando por espaço e só nos separamos quando ficamos com falta de ar.

- Obrigada, meu amor. É muito importante pra mim.

Essas memórias insistem em aparecer e as lágrimas descem com força do meu rosto. Pego lenços e limpo elas, depois lavo minha face. Alguém bate na porta do banheiro.

- Bella, sou eu Mary. O doutor Andrews está que nem um louco te procurando. - abro a porta em seguida e vejo o rosto da loira em minha frente coberto de esperança.

- Onde ele está?

- Na sala de espera. Vamos. - ela pega minha mão e corremos em direção ao local.

Chegando lá, doutor Andrews, que aparenta ter uns cinquenta anos, anda de um lado para o outro. Quando ele nos avista, corre em nossa direção.

- Bella, precisamos conversar.

- Claro, doutor. Vamos nos sentar primeiro, o senhor parece agitado. Algo aconteceu?

- Você já ouviu na história de Lázaro? Na Bíblia? - balanço a cabeça negando. - Ele foi um homem que tinha uma certa proximidade com Jesus. Ele faleceu por conta de uma enfermidade e depois de quatro dias ele reviveu. Jesus o ressuscitou, foi um milagre. - vou escutando, mas não entendo aonde ele quer chegar. Não sou uma pessoa tão religiosa assim. - Alguns estudiosos de medicina afirmam sobre o Efeito Lázaro que é quando o paciente volta a vida. Quando a pessoa morre, o cérebro para de receber oxigênio por meio da circulação sanguínea e aí o paciente entra em uma espécie de hibernação. Precisamos resfriar do paciente para desacelerar a decomposição do cérebro e com isso o coração pode voltar a bater e a pessoa "ressuscitar". - ele diz fazendo o sinal de aspas.

- Compreendo, doutor. Mas o que não entendo é o porque de estar falando isso comigo. - ele solta um suspiro.

- Adam está vivo. - fico abalada com a informação.

- Isso não é brincadeira, doutor? Não faz isso comigo.

- Estou dizendo a verdade, ele sobreviveu depois da parada cardíaca, através do resfriamento do seu corpo e seus batimentos voltaram ao normal. Basicamente, ele ressuscitou, foi um milagre. - levanto rapidamente e o abraço com força. A princípio ele demora para corresponder, depois ele me abraça de volta. Eu choro que nem uma criança.

- Muito obrigada, doutor. Você e sua equipe salvaram ele, nem sei como agradecer por tudo.

- Apenas fiz meu trabalho, Bella. Vamos tirar Adam do coma e depois resolvemos como será sua recuperação.

Todos ficaram radiantes com Adam sobrevivendo

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Todos ficaram radiantes com Adam sobrevivendo. Decidimos fazer uma festa de comemoração no natal, porque aí ele poderia comemorar essa data, já que ele não pode ano passado por conta do que aconteceu.

O médico me chamou no quarto, pois Adam já acordou e me sinto exuberante com essa informação. Meu amor está de volta, ele sobreviveu. Quando entro no local, ele olha pra de forma estranha. Fico com medo dele ter perdido a memória já que é algo comum quando alguém é ferido ma região da cabeça, mas Adam sorri pra mim. Meu coração se aquece e começo a chorar novamente, que é o que tenho mais feito nesses últimos meses.

Corro eu sua direção e o abraço, ele solta um gemidinho de dor, mas não me solta.

- Eu achei que tinha te perdido. Eu te amo muito, Adam. - digo fungando. - Como está se sentindo? Quer água? A cabeça dói? Quer que eu mude a posição da cama?

- Cal... calma, amor. - ele diz com dificuldade e gaguejando. - Eu es... estou bem, porque estou com vo... você. Eu voltei pra você, Bella. Eu te... te amo. - dou selinho nele e ficamos agarrados por um tempo.

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