Capítulo 3

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Bella

No dia seguinte

Acordo com um sorriso maior que o rosto, ainda sem acreditar que consegui a vaga. Tentei diversas vezes conversar com Ameliè, mas nunca consegui. Meu pai sempre dizia para eu nunca desistir, que minha hora ia chegar e como sempre ele estava certo.

Levanto da cama, preparo meu capuccino que amo demais. Nunca gostei de café puro, mas um cappucino com canela eu sou apaixonada. Pego meu macbook e resolvo olhar algumas hospedagens em Ketchikan. Vou ficar alguns dias em Juneau, a capital do Alasca, depois vou para Anchorage que é a maior cidade e depois vou para a terra do meu pai.

Fico perdida pesquisando diversas coisas quando meu celular vibra. É uma mensagem de Ameliè. Fico surpresa primeiramente e depois ansiosa leio o que ela enviou.

Oi, Bella. Como vai? Hoje vai ter uma exposição aqui na minha galeria e gostaria de saber se quer vir. Você está disponível? Será as oito horas.

Muito obrigada pelo convite, fico muito honrada. Aceito com toda certeza. Tem algum dress code?

Fique a vontade, venha com a roupa que quiser. Estarei te esperando.

Largo meu ceular e começo a pular na sala gritando que nem uma louca. Acho que Ameliè gostou de mim e isso é incrível. Inclusive ela já me mandou as passagens aéreas, eu irei viajar semana que vem, estou morrendo de ansiedade.

Decido dar uma passada no escritório e vejo várias das minhas fotos que tirei. Olho para uma em específico do meu pai rindo olhando para mim. Lembro desse momento, estávamos na casa de Patrick e Judith, jantando e eles contaram a história de como se conheceram. Papai deu uma risada tão sincera, que já estava com minha câmera na mão e acabei tirando uma foto dele. Revelei ela e deixei aqui para sempre que estiver perdida, olho para ela e me sinto inspirada.

Papai sacrificou boa parte de sua vida para que eu tivesse uma educação de qualidade e para comprar meus equipamentos de fotografia. Ele era dono de diversas lojas de conveniências de Los Angeles, com isso ele ganhava bastante dinheiro e tivemos uma vida confortável. Ele comprou meu carro Chevrolet cruze, que infelizmente tive que me desfazer, e me deu também minha câmera fotográfica, a Nikon 850, minha eterna companheira.

Limpo algumas lágrimas que caíram sem querer. Saio do lugar e resolvo comer alguma coisa.

Termino de me arrumar e coloco meus saltos pretos

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Termino de me arrumar e coloco meus saltos pretos. Estou vestindo uma espécie de terninho, um blazer e saia com a mesma estampa, uma blusa preta de gola alta, uma meia calça preta e minha bolsa da dior. Meus cabelos estão ondulados e faço uma maquiagem simples, estilo nude. Estou pronta.

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Vou para a portaria e vejo Patrick, corro para abraçá-lo

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Vou para a portaria e vejo Patrick, corro para abraçá-lo.

- Está linda, minha filha. Vai a algum encontro?

- Irei a uma exposição de arte. Gostou mesmo da roupa? - dou uma voltinha.

- Você está perfeita, Bella.

- Obrigada, Patrick. Tô indo, meu uber chegou. - dou um beijo na bochecha dele.

É um pouco longe a galeria, levo uns quarenta minutos, mas chego lá. Vejo seguranças na porta, mostro meu convite pelo celular que Ameliè me enviou mais cedo. Vejo pessoas muito chiques, que bom que vesti uma roupa adequada, se não me sentiria como um peixe fora d'água.

- Bella. - Ameliè vem e me abraça. Ela está junto de um homem muito bonito, parece um jogador de futebol americano. - Quem bom que veio. Esse é meu marido, Kurt.

- Muito prazer. - aperto a mão dele. - Muito obrigada por me convidar.

- Vem, vou te apresentar algumas pessoas.

Converso com muitas pessoas, artistas, pintores, fotógrafos, entre outras. O garçom me entrega uma taça de champanhe e resolvo dar uma volta para ver as pinturas expostas. São lindas, mas uma em específico me chama atenção. É uma paisagem de um mar, com rochas e uma lua. O que mais surpreende é o nome da pintura, Ketchikan. É a cidade do meu pai! Que coincidência. Vejo o nome do pintor, Beast, será que ele está aqui?

- Gostou dessa pintura? - um homem se aproxima, ele tem estutura média, cabelos ruivos e olhos castanhos

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- Gostou dessa pintura? - um homem se aproxima, ele tem estutura média, cabelos ruivos e olhos castanhos. - Está custando 16 mil dólares.

- É muito bonita, mas nunca pagaria esse valor em uma pintura.

- Concordo com você, é bem caro, mas é com parte desse dinheiro que sobrevivo. - ele me olha de cima a baixo. - Qual é o seu nome?

- Isabella, mas pode me chamar de Bella.

- Me chamo Felix, sou o agente do pintor dessa obra. Muito prazer. - aperto sua mão.

- Ele está aqui presente?

- Não, ele odeia esses eventos. Prefere se manter no anonimato.

- Que pena, ele tem talento de sobra. Queria cumprimentá-lo. - trocamos algumas palavras a mais, até que ele pergunta:

- Quer ir para um lugar mais privado? Podemos, sei lá, beber alguma coisa?

- Não, obrigada. Tenho que ir, até mais.

Não espero ele responder e saio da exposição. Chamo um uber e volto para o apartamento. Não é que ele era feio, pelo contrário é bem atraente, mas não estou interessada em relacionamentos por agora. Vou em encontros e tudo mais, porém nunca fiz sexo. Acho que é algo tão pessoal que só faria se estivesse em um relacionamento sério. Mas não penso nisso por agora, tenho muito o que fazer, como por exemplo focar na minha carreira, ir para o Alasca e tirar minhas fotos.

Chego em casa e arranco minhas roupas e sapatos. Me jogo na cama cansada.

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