Capítulo 17

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 Quando acordei o sol já raiava acompanhado de uma brisa suave que movimentava as cortinas, fui coberta por lençóis e estava sozinha na cama, olhei no relógio que fica próximo ao banheiro e já eram 7:40, tinha perdido o horário. Me sentei na cama e vi que minha bolsa estava na mesinha de centro, já vi que não posso confiar nos cadeados daqui.

No fundo eu estava triste, Heron foi embora e me deixou sozinha mesmo depois das ameaças de ontem, achei que ele me protegeria mas foi embora na primeira oportunidade. Abracei os joelhos e comecei a chorar, achei que poderíamos ser amigos mas é exatamente como ele me afirmou que seria, apenas um acordo.

De todos os sentimentos, para mim, a solidão é a pior de todas, fui criada sem nenhuma criança por perto mas era diferente. Eu era sozinha mas não solitária e apesar dos pesares eu tinha minha tia, mesmo durante o tratamento isso não mudou. Era reconfortante saber que quando eu voltasse para casa minha tia estaria lá, hoje eu posso ter uma mega novidade mas sem ninguém para contar. Queria que fosse ele a pessoa com quem eu pudesse me abrir.

Bom... chega de me lamentar! Não posso ficar triste por ele cumprir sua parte no acordo, não passo de uma funcionária e nada mais. Me levantei, peguei a minha bolsa e fui até o banheiro me arrumar, aproveitei que tinha um chuveiro e tomei um banho.

Quando acabei, escovei meus dentes, passei meu perfume de sempre e saí, estava louca para voltar para casa.

- demorou - Heron estava no sofá, me esperando com um café nas mão

Como? Achei que ele tinha ido embora! quando o vi não consegui disfarçar meu sorriso, não só por vê-lo obviamente, mas por sentir um cheiro delicioso de chocolate.

- achei que tinha ido embora - fiz um esforço enorme para não correr até ele

- fui comprar algo para comer - ele passava a mão preguiçosamente nos cabelos enquanto falava - comprei para você também -

- obrigada, estou faminta! - me sentei no sofá com ele e abri o saco de papel - croissant!!! -

Ele gargalhou com a minha emoção, não existe tristeza enquanto existir um croissant no mundo.

- café? -

- por favor! - se eu não acordar com uma bela xícara de café meu dia será péssimo

- como dormiu? - ele me olhava com diversão com um brilho estranho nos olhos

- bem, eu acho - tomei um gole, café preto com pouco açúcar do jeito que eu gosto - não ouvi quando a música parou -

- eu também não - ele observava cada movimento meu - vou te levar em casa, por segurança -

- não precisa, eu moro perto e gosto de ir andando - menti, eu adoraria que ele me levasse

- mesmo assim eu vou te levar - me deu uma piscadela

- tudo bem então! - dei de ombros - obrigada pelo croissant foi o melhor que eu já experimentei -

- que bom que gostou, vamos? -

Minha - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora