Capítulo 43 - Heron

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Não consigo descrever o medo que senti quando minha Liz abraçou essa mulher, nada no mundo foi capaz de me aterrorizar de tal maneira, nem quando fui torturado por dias seguidos. Levei a mão até minha pistola, porém ouvi Eleonora destravando a dela primeiro, estava dentro da pequena bolsa apontada para o abdômen de Liz.

Ela fez um gesto negativo com a cabeça quase que imperceptível, para que eu não tentasse nada, sei do que ela é capaz então soltei minha arma. Eu previ isso, subestimamos Eleonora em um grau que a deixou furiosa, era nítido ódio em seus olhos.

- Vocês se conhecem? - a voz de Liz foi o que me tirou do transe, ela não percebeu absolutamente nada

- conheci esse babaca quando ainda era um garotinho e olha o homem que se tornou - ela franziu o cenho apontando com o queixo para minha mão atrás do corpo, me ajeitei na cadeira e apoiei as duas mãos no colo - como vai o tão temido Dario? -

- bem - respondi com cautela

- e o seu padrinho Martino? A meses não tenho notícias -

Desgraçada!

- Você disse Martino? - Liz virou a cabeça para ela instantaneamente

Eleonora sorria para mim orgulhosa de si mesma, ela desconfiava de tudo e a reação de Liz foi a confirmação que ela precisava.

- você disse que não conhecia nenhum Martino, Heron - Liz me questionava para o deleite da ratazana

- o que? - disse fingindo surpresa, senti que o que viria agora seria o último prego no caixão

- cala essa boca, Eleonora! - rosnei

- como pode se esquecer do homem que foi como um pai para você? - seu olhos reluziam um brilho maligno

Se eu disser qualquer coisa vou entrar no seu jogo, não quero instigá-la ainda mais, preciso recuar e retirar Liz daqui agora.

- precisamos ir, Liz - falei jogando o guardanapo na mesa avaliando se é seguro me levantar

- não! - respondeu com os olhos marejados - eu não vou a lugar nenhum com você! por que escondeu essa informação? -

- eu entendo o que está sentindo e prometo te contar tudo mas precisamos ir agora - me levantei devagar sem fazer nenhum movimento brusco - por favor, Liz -

- acho melhor você vir comigo, Liz - Eleonora planeja levá-la consigo para negociar com Martino e eu não vou poder fazer nada - como eu já te disse, quem gosta demonstra! -

Quando abri a minha boca Eleonora cerrou os olhos me desafiando a falar, então permaneci em silêncio. Liz apenas olhou para mim balançando a cabeça em negativa, ver a dor e a decepção em seus olhos quebrou o meu coração, ela não vai me perdoar pelo que fiz mesmo que tenha sido para a sua segurança.

- me tire de perto dele, por favor - pediu a Eleonora com a voz embargada - meu celular, Heron - sem pensar duas vezes eu entreguei o aparelho

- vamos minha querida - Eleonora passou um braço nos ombros de Liz, que ainda estava sob sua mira, e começou a conduzi-la em direção a saída - eu entro em contato - sussurrou enquanto passava por mim

Eu planejava subjugá-la por trás enquanto estivesse se afastando, mas senti o cano de uma arma na base da minha coluna.

- sem gracinhas, Carlini - disse Simon atrás de mim pegando a minha pistola, me deixando desarmado - esperei muito por esse momento -

- eu vou resgatá-la e vou atrás de você primeiro, seu traficantezinho de merda -

- você pode até conseguir, mas acabou perdendo o que tinha de mais precioso, a confiança dela - ele chegou tão perto que pude sentir sua respiração na minha nuca - e sabe quem vai estar lá para servir de ombro amigo? eu! -

Para chegar mais perto ele precisou apontar a arma para a parte direita da minha lombar, o que foi o seu erro. Dei uma cabeçada no rosto de Simon e me virei rapidamente o desarmando, em seguida acertei um soco em seu nariz e ele caiu feito merda, na sua frente tirei o cartucho e removi bala por bala, essa precaução me deu uma ótima ideia.

O idiota guardou a minha pistola também na parte de trás da calça e até tentou saca-la mas eu pisei em seu braço o deixando imóvel, que gemeu de dor. Me abaixei e enfiei a mão por baixo dele para pegar a minha Beretta M9 de estimação.

- eu não vou te matar agora seu sofrimento está apenas começando - afirmei em alto e bom som para que todos saibam o que acontece com quem toca na minha mulher

Ergui seu corpo pelo colarinho e comecei a golpeá-lo no rosto com um soco atrás do outro, descontando toda a minha raiva e frustração. Simon desmaiou e precisei dar três tapas em seu rosto para que acordasse, quero que ele esteja bem acordado, porque planejo parar só quando deformar o seu rosto.

- acorda seu trouxa do caralho - gritei desferindo mais dois tapas

- para, por favor - implorou colocando as mãos na frente do rosto

- vamos ver se ela vai te reconhecer quando eu acabar -

Continuei minha sequência de socos e só parei quando não conseguia ver sua pele e sim um monte de carne e sangue. Ele tossia e guinchava como um bicho, esse som só me deixou sedento por mais.

- você disse que seria um ombro amigo, não foi? - ele balançava a cabeça em negativa, impossibilitado de falar

Peguei o cartucho acabei de esvaziar e cravei em seu ombro esquerdo, ele gritou de dor. As pessoas que estavam perto de nós abandonaram suas mesas às pressas, ótimo! Quero que todos saibam que eu estou de volta e com sede de vingança.

Olhei para o lado e vi Helena a alguns metros de nós sem saber se interferiria ou não, me levantei devagar e caminhei em sua direção.

- se eu ao menos sonhar que você se envolveu no esquema, vou atrás de você e isso - apontei para o irmão dela - não vai ser nada comparado ao que eu vou fazer com você -

- eu não estou envolvida nisso! - ela afirmou com os olhos arregalados - Simon me chamou para jantar e eu vim, não sabia que Eleonora também viria, eu juro! -

- ótimo! - passei por ela já sacando a minha Beretta - quem estiver com Eleonora está contra os mim -

Mirei no teto e disparei, as pessoas que ainda estavam no local se abaixaram e começaram a gritar, vou queimar essa cidade inteira até encontrar Elizabeth. Isso é uma promessa.

Minha - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora