Enquanto caminhamos até a porta ele pegou a minha bolsa para levá-la, senti uma pontada de vergonha, essa bolsa é tão batida que tenho ela desde os 17 anos mas ele não pareceu se importar.
- tenho uma coisa para você - enfiou a mão no bolso procurando por algo
Imaginei que seria meu pagamento mas não, ele me entregou uma chave com uma cordinha vermelha idêntica a dele.
- quero que se arrume aqui - enfatizando o "aqui" com a mão - pode deixar suas coisas naquele armário e quando acabar a apresentação pode ir ao salão me encontrar -
- como vou colher informações se vou passar mais tempo aqui? - perguntei guardando a chave no bolso
- veremos isso depois - a confusão estampada na minha cara era nítida - descobri por fontes seguras que aquele cara te abordando foi armado, Bill queria saber como eu reagiria a alguém te assediando e eu caí -
- isso não é bom? Da credibilidade -
- não! Não é bom, isso te coloca em risco - ele parecia muito irritado - demonstrei que você tem mais importância do que deveria ter -
- uau, vou morrer então? - maravilha! vou morrer virgem
- não vai, só não podemos pagar para ver -
Fez um gesto para que eu saísse primeiro e trancou a porta em seguida, caminhamos até a boate e entramos, algumas pessoas limpavam o local. Pude ver Simon passando um pano no balcão do bar, nesse momento meu corpo parecia ser feito de vidro porque ele fuzilava Heron com os olhos e sequer notou a minha presença.
Fomos para a rua e caminhamos até o carro dele, um Corolla eu acho, destravou e abriu a porta para que eu entrasse primeiro. Assim que entrou, colocou a minha bolsa no banco de trás.
- agora estamos seguros - disse enquanto colocava a chave na ignição - as vezes penso se não colocaram escutas no quarto, enfim, como eu te disse acredito que foi armado e o show daquele gordo asqueroso não foi bom sinal -
- por que acha isso? -
- porque se ele pudesse teria te tirado do quarto a força e isso significa que ele está se sentindo encurralado -
- e isso não é bom? - não consegui entender o problema em questão
- Liz, nunca subestime o que uma pessoa encurralada pode fazer - suas mãos repousavam nas coxas, uma visão tão sexy - ele está a tempo demais sem respostas e tenho medo do que ele pode fazer para tê-las -
- vamos repassar o plano então, hoje eu vou me arrumar no camarim o que dá a ele a oportunidade de me chamar para uma conversa -
- ok! Ele vai atrás de você e isso é fato, não demonstre medo como fez ontem no quarto tem que agir como se confiasse cegamente nele. Ele vai te virar do avesso, vai querer saber tudo que fizemos, tudo que conversamos e até se eu atendo ligações na sua frente, você tem que responder essas coisas com sinceramente porque precisa ser convincente -
- mas eu tenho que responder tudo? Até que eu e você... - apontei o dedo para nós dois
- sim Liz, eu não te levei até o quarto para jogar xadrez - ele passou a mão na parte interna da minha coxa - lamento muito por não ter tido tempo de mostrar as coisas que eu queria fazer com você -
- eu também lamento... - falei mais para mim do que para ele
Sua mão foi parar entre as minhas pernas o que tirou de mim um gemido que eu não esperava, ele sorriu com malícia em resposta satisfeito com a reação que eu tive.
- como eu estava dizendo... - passou a outra mão nos cabelos e percebi que é uma mania dele - seja sincera e ele vai cair, além do interrogatório ele vai te forçar a me vigiar, não prometendo pagamento por isso, mas te ameaçando. Presta atenção, deixa claro que fará isso com o maior prazer, faça de mim o vilão se precisar -
- entendi - respondi mas minha cabeça estava em outro lugar
- você é esperta e vai se sair bem -
- assim espero -
Ele ligou o carro e fomos para o meu condomínio.
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Minha - CONCLUÍDO
Romance࿇ Livro 01 da série "Minha" Após sua tia e única parente viva morrer, Elizabeth Larkin se vê completamente endividada e não sendo capaz de manter seu apartamento acaba aceitando uma proposta que parece ser a solução dos seus problemas. Surge uma...