Capítulo 32

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- quem é Eleonora? - desconfio que é por causa dela que Heron está tão estranho

- eu não sei quem ela é - Heron pegou uma mecha do meu cabelo e começou a brincar com ela - deve ser uma das várias garotas que ele fode -

- você sabe tudo sobre todos mas não sabe quem é ela? - questionei - assim que citei o nome você ficou tenso -

Ele ficou em silêncio enquanto brincava com meu cabelo, minha intuição diz que ele está escondendo alguma coisa e eu vou descobrir.

- será da para você me contar o que está acontecendo? - pedi saindo do colo dele

- não tem nada acontecendo, Liz - ele respondeu com impaciência massageando as têmporas

- primeiro você afirma que eu não sei me virar e que eu corro risco, não faz ideia do quanto eu estou apavorada, completa dizendo que não vai estar comigo o tempo todo, e agora decidiu passar mais tempo? por precaução? - o questionei novamente - tomou essa decisão de repente? ou foi porque citei o nome dessa tal de Eleonora?

- Liz, foi só uma ideia - ele se levantou e foi em direção ao bar, encheu o copo de whisky até quase transbordar - achei que queria isso mas se não quiser... -

- não! não é sobre isso que eu estou falando - esperei que se sentasse para continuar - eu não preciso de mais uma pessoa mentindo para mim, todas as pessoas que passaram pela minha vida fizeram isso, já basta -

Ele permaneceu em silêncio, bebeu toda a bebida como se fosse água, vou continuar pressionando até que ele me conte.

- eu não tenho nada a esconder - seu olhar se tornou sombrio - eu não sei nada sobre essa Eleonora porque ela não passa de uma puta, trepar com os outros é a porra do trabalho dela. Assim como é o seu trabalho descobri o que eu preciso saber -

Fiquei tão assustada com a reação dele que não conseguia dizer absolutamente nada, eu queria gritar mas estava magoada demais para dizer alguma coisa.

- você trabalha pra mim e é você quem me deve explicação, sou eu quem devo te questionar e não o contrário - ele soltou o copo vazio na mesa o barulho me fez saltar - e mesmo que eu escolha não te contar algo, o que não é o caso, eu posso porque não te devo satisfações -

- ótimo - bati a mão no sofá e me levantei - então arrume uma funcionária mais competente porque eu me demito! -

Me levantei do sofá e fui em direção a porta, quem ele pensa que é para falar assim comigo? Não vou aceitar ser tratada assim, posso ter passado um pouco dos limites ou ter confundido as coisas mas não sou um tapete para ele pisar.

Quando abri a porta para sair ele a empurrou de volta com força fazendo um barulho estrondoso, tentei abrir mas ele continuava segurando.

- tira essa sua mão da porta agora, Heron! - berrei

- não vou tirar até você se acalmar - disse com a voz mais calma, o oposto do Heron de uns minutos atrás

- você não ouviu o que eu disse? Não trabalho mais para você - tentei abrir a porta com as duas mãos mas ele continuava empurrando sem muito esforço - eu não preciso de você! sempre me virei sozinha então pega o seu dinheiro e enfia no rabo -

- assim que conversarmos melhor eu deixo você ir - ele segurou meu pulso com delicadeza mas eu desvencilhei dele - será que dá para me escutar, Elizabeth? -

- não, eu não tenho nada para conversar com você, abre a porra da porta e me deixa sair - respondi entre os dente, estou furiosa com ele

- tinha que ser italiana - disse ainda tentando tirar as minhas mãos da maçaneta

Ao escutar essas palavras eu parei e pisquei algumas vezes para tentar entender o que ele acabou de deixar escapar.

- o que você disse? - sussurrei

- agora quer conversar? - respondeu com ironia ainda tentando me conter - me desculpa pela forma que falei com você é que eu detesto ser encurralado, eu vou responder a sua pergunta se ir comigo até o sofá -

- ok! - fui em direção a pequena sala com ele ao meu encalço

Heron se sentou na mesinha bem na minha frente e até tentou pegar a minha mão, mas cruzei os braços. Qualquer toque dele pode me desestabilizar, então é melhor evitar.

- estou te ouvindo - falei com rispidez

- me perdoe pela forma que te tratei, assumo que fui entupido - ele passava a mão nos cabelos e apesar de tudo sei que o pedido foi sincero - como eu disse não gosto de ser encurralado e no momento de raiva não falei com sinceridade, você é mais que uma funcionária para mim -

Me mantive em silêncio e com os braços cruzados, quero ouvir o que tem a dizer e ir embora. Nem um minuto a mais.

- o segurança de um dos meus hotéis trabalhou aqui no clube na mesma época que sua mãe - ele sorria enquanto falava e só isso foi capaz de dissipar a minha raiva por completo - ele disse que seu pai era um italiano um pouco mais velho que Georgia, não consegui descobrir o nome e nem nada ainda mas já é um começo - terminou dando um sorriso amarelo

- é... isso explica muita coisa -

- é por isso que você ama massas - ele falava com aquela voz grave que eu amo, o cachorro sabe muito bem que não vou conseguir resistir - o amor por croissants deve vir da sua mãe -

- tagarelar na minha cabeça não vai fazer a raiva passar -

- eu sei que não mas vou continuar tentando - ele alisava meu joelho exposto com as costas dos dedos indicador e médio

- nunca mais fale comigo daquele jeito - tentei falar com firmeza mas a voz saiu fina

- não vou, eu prometo! - ele descruzou os meus braços e pegou as minhas duas mãos, beijou cada palma sem tirar os olhos de mim - me perdoa? -

- perdoo -

Ele me puxou mais para perto e me beijou, de uma forma calma e suave.

Minha - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora