Capítulo 55

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Estava apavorada até vê-lo, no momento em que meus olhos encontraram os de Heron chorei aliviada por ver o rosto do homem que tanto amo. Assenti quando ele fez um gesto com a cabeça, sei o que significa, uma promessa silenciosa de que vamos sair daqui, juntos.

Um grito agudo de Eleonora me trouxe de volta a realidade, comecei a tremer de medo, só som da voz dela já é o suficiente para me causar pânico, ela me torturou por horas com esse bastão de choque porque eu me recusei a usar essa lingerie e a coleira, é muita humilhação. Não tive escolha senão ceder.

- vocês viram? eles se comunicam pelo olhar - ela se dirigiu às pessoas presentes na sala que não esboçaram nenhuma reação

Heron lançou para ela um olhar carregado de ódio e pude ver daqui sua mandíbula se contraindo, notei um pouco de sangue e um hematoma roxo se formando no canto esquerdo de sua boca. Marcos também parece ter apanhado, a maçã esquerda de seu rosto está muito inchada e o nariz parece ter sangrado em algum momento.

Ele está muito distraído, mesmo apontando uma arma para Heron sequer o olha, está mais preocupado com essas três pessoas que nem sei quem são. Na primeira cadeira está uma mulher ruiva que não aparenta ser velha mas também não é jovem, está vestindo um conjunto de blazer e calça verde musgo, avaliando as longas unhas pintadas de branco desde que chegou, completamente alheia a tudo que está acontecendo.

Fora ela tem mais dois homens, o que aparenta ser o mais jovem dos três é negro e esta sentado na cadeira do meio, vestindo uma camisa polo azul marinho com uma bermuda branca, a julgar pelos sapatos brancos sujos de terra vermelha e pelas roupas finas, arrisco dizer que estava jogando tênis antes de vir para cá, o rapaz está atento a tudo que acontece e observa cada um de nós com um olhar de puro desprezo.

O terceiro homem parece ser o mais velho, está de pé e com os braços cruzados desde que chegou, mesmo tendo uma cadeira vazia ao seu lado. Seus cabelos são castanhos mas grisalhos nas laterais, está usando uma camisa social branca e calça marrom. No momento em que notou a minha presença não tirou os olhos de mim, me encarando com malícia sem descrição alguma, todas as vezes que nossos olhares se cruzam, o que eu tento evitar ao máximo, ele faz questão de passar a língua nos lábios.

Abaixei a cabeça para não ter que ver o rosto de ninguém, fui sequestrada e dopada, estive em coma, fui torturada com choques e desmaiei de dor, várias vezes, sendo trazida de volta por Eleonora com baldes de água gelada ou chutes, por fim estou aqui vestindo um conjunto de lingerie minúsculo sem dignidade alguma. O olhar de pena de alguns e de desprezo de outros faz com que eu me sinta pior ainda, não quero morrer, mas também não tenho estrutura para suportar mais uma tortura, então morrer passsou a ser uma boa ideia.

Mindy entrou na pequena sala e foi para atrás do segurança, não falou com ninguém.

- um casal improvável mas adorável - Eleonora cantarolou atrás de mim se remexendo na cadeira e um tremor percorreu o meu corpo inteiro - Mindy, onde está o Bill? nossos convidados estão ficando impacientes -

- ele está vindo, Eleonora - respondeu Mindy ainda atrás do segurança com a expressão fechada - só está resolvendo aquela questão -

- ótimo -

Após alguns minutos de um silêncio constrangedor, Bill entra na sala segurando um homem pelo braço, parece que brigaram porque ambos estão com hematomas pelo rosto, e assim como Heron o homem também está sob a mira de um revólver.

- olha quem veio se juntar a nós - quando eu e o homem nos encaramos fechei a cara a fim de evitar qualquer insinuação maliciosa, mas a reação dele ao notar o que eu estava vestindo foi estranha, ele ficou pálido e sem reação - Elizabeth, minha querida, esse é o seu papai -

Minha - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora